80°- Nossa vez

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Abri a porta e Kota pulou nos meus braços, fazendo eu me desequilibrar, dar um passo para trás, pisar em cima do pé de Katsuki e quase cair.

– Puta que pariu.- Resmungou Katsuki.

– Nada agitada essa família.- Riu Mitsuki.

Dei um beijo na cabeça de Kota e abracei a mulher, em seguida conversando com ela sobre a casa antes de começar a levar a mesma para fazer um tour.

Enquanto isso, Katsuki, aproveitando a recém chegada de Kota, decidiu começar a ajeitar o quintal, dizendo que não precisava gastar dinheiro se tem dois homens fortes nessa casa.

E então, foram colocar uma roupa velha.

Enfim, apresentei a cozinha para a mulher, aproveitando para servir um pedaço da torta para ela - a qual eu e o loiro acabamos esquecendo de comer.

– Gostei bastante daqui de baixo.- Afirmou sorrindo.

– Tem a lavanderia e o banheiro também, mas são iguais a maioria das casas.- Dei de ombros pegando um suco e colocando em dois copos.

– Entendi.- Ficou quieta por um tempo, depois soltou um suspiro.- Olha, sei que talvez vocês não tenham conversado sobre isso ainda, mas eu queria saber: quando vocês vão se casar?

Eu estava guardando o suco quando ela me perguntou isso, mas acabei ficando paralisada e pensativa, fixando os olhos em um litro de água sem perceber.

– Eu não sei.- Respondi e coloquei o suco no lugar.

– Você quer se casar pelo menos?

– Sim, muito.- Senti as minhas bochechas ficarem vermelhas e fechei a geladeira.

Foi então que ela ficou em silêncio por um tempo, fazendo eu começar a ficar nervosa e me perguntar se ela estava triste com isso ou, sei lá, não me queira realmente como nora.

Não conseguia me virar, com medo de ver a expressão dela, com temor da mesma começar a me dizer coisas que com certeza atrapalhariam a continuidade do nosso relacionamento.

Muitas coisas passaram pela minha mente, até que braços fortes começaram a rodear a minha cintura, fazendo eu olhar para baixo e não sentir mais as minhas pernas.

Uma das mãos estava fechada e começou a se abrir lentamente, me fazendo engolir em seco e suar frio, sentindo a respiração do homem no meu ouvido.

Ele parecia tenso.

Quando ele terminou de abrir, tinha uma caixinha pequena muito parecida com aquelas que eu tinha quando criança e usava para guardar algumas jóias.

Então, eu vi uma marquinha pequena na tampa, me fazendo perceber que É realmente a minha caixinha.

Peguei ela de sua mão, respirei fundo e abri de uma vez só, começando a sentir uma vontade imensa de chorar ao mesmo tempo em que um sorriso gigantesco surgia no meu rosto.

Na tampa, havia uma escrita - a qual dava referência a última pergunta que Mitsuki me fez -, era: "Eu também".

Você já deve saber o que tinha ali.

Comecei a rir e chorar, em seguida me virei para Katsuki mesmo ainda encarando aqueles lindos anéis de noivado, colocando uma das mãos no meu peito na tentativa de acalmar o meu coração.

Levei meu olhar para Mitsuki, que havia começado a rir, e depois para Kota, o qual estava com um sorriso lindo no rosto enquanto dava pulinhos de ansiedade.

Até que olhei para Katsuki, vendo seus olhos brilharem mais do que o sol do meio dia, os quais estavam dizendo e demonstrando diversas coisas.

A sensação era como se eu e ele estivéssemos ali, dividindo as mesmas sensações, as mesmas ideias, os mesmos desejos…tudo.

Deixei a caixa em cima da mesa delicadamente e pulei nos seus braços, começando a rir alto enquanto lágrimas de felicidade insistiam em cair e molhar sua camisa.

Marley e Nijel surgiram na sala, os dois encarando nós surpresos e sem entender absolutamente nada.

Kota e Mitsuki se abraçaram também, fazendo a maior festa, como se entendessem que isso é  sinal de um resultado simplesmente esplêndido de um encontro de destinos.

Afinal, o destino nos surpreende, às vezes nos fazendo questionar se todas as nossas ações, sejam erradas ou não, irão adiantar para alguma coisa no futuro.

Por isso, lembre-se também que: toda ação tem uma reação.

Enfim, Katsuki começou a me dar vários beijos gostosos enquanto ria igual um idiota apaixonado - mas eu não julgo, estava fazendo exatamente o mesmo no meio de várias lágrimas.

– Eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo.- Disse ele repetidas vezes.

– Eu também te amo, te amo, te amo, te amo.- Falei rindo.

– Bom, já fiz o meu trabalho, vou indo.- Afirmou Mitsuki, bebendo o último gole de suco do copo.

O loiro me colocou no chão, deu um beijo na minha testa e se virou para a mulher.

– Você não queria que eu lhe apresentasse a casa?- Arqueei uma sobrancelha, e ela riu anasalado.

– Fui eu quem dei a ideia da casa para esse teimoso.- Balançou a cabeça na direção do homem.

– É.- Resmungou Katsuki, fungando o nariz.

– Conheço exatamente todos os cômodos e mandei que ele me mandasse fotos deles quando terminassem de colocar os móveis.- Me mandou uma piscadela.

– Nossa, sinto como se esse dia tivesse sido planejado totalmente.- Murmurei, e eles dois sorriram um para o outro.- Minha nossa.

Colocamos o anel e nos abraçamos mais um pouco - eu me sentia em uma cena de um filme sem a porra de cortes.

Então, acompanhamos Mitsuki até a porta e despedimos, rindo pelo tanto de parabéns que a mesma nos deu até finalmente sair com o carro.

Em seguida, Kota subiu de novo para o andar superior para terminar de se arrumar, deixando eu e Katsuki sozinhos na sala de estar por um tempo.

O homem colocou as mãos na minha cintura e beijou a minha bochecha, rindo baixinho quando eu dei uma mordida na sua - somos bem clichê quando queremos.

Coloquei as mãos no seu peitoral, e ele me deu um selinho demorado. Contudo, logo senti sua língua entre meus lábios e segundos depois na minha boca, se movimentando junto a minha.

Apertei a sua camisa o puxando para perto, levando um susto quando me pegou rapidamente no colo e colocou sentada na cabeceira da cama.

Ele me beijou mais um pouco, até que escutamos os passos de Kota no corredor, dando uma leve mordida no meu pescoço antes de deixar eu ir para o chão.

– Vamos então, garotão?- Ele perguntou para Kota enquanto o mesmo descia as escadas.

– Vamos!- Sorriu ele.

– Colocou a bota e a luva?- Assentiu, e eu apontei para Katsuki.- Você também, não se esqueça de colocar.

– Tá bom.- Sorriu de canto e foi até o menino.

Nisso, senti patas macias em cima de um dos meus pés. Sabendo quem era, me abaixei e peguei no colo sem nem mesmo olhar para Nijel.

Ri quando ele colocou cada uma de suas patas em um lado do meu rosto, fazendo com que eu levasse meu olhar para ele antes de fingir lhe beijar.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora