8°- Antecipação

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☦︎༄Dia Seguinte.
☦︎༄10:46.

Nesse momento, eu e Kota estamos passeando pelo mercado a procura de alguma coisa para nós comermos mais tarde como lanche.

Contudo, quando estávamos virando o carrinho para o próximo corredor, acabamos esbarrando com um outro "carro", o qual estava sendo controlado por cara de cabelos cumpridos e que possuía uma cara de quem não queria estar ali.

Ao seu lado estava uma menina de cabelos brancos, que sorriu de uma maneira gentil e acenou para Kota quando viu ele.

Não pude deixar de notar que os olhos do menino se arregalaram de surpresa, assim como suas bochechas ficaram um pouco vermelhinhas.

- Me desculpe por isso.- Disse o homem.

- Tudo bem.- Falei dando alguns passos para trás e puxando o carrinho para ele passar.

- Vamos, Eri.- Falou para a menina e foram embora.

A partir disso, comecei a rir anasalado e voltei a empurrar o carrinho. Senti Kota me olhar de uma maneira estranha, com certeza estava pensando que bateu a louca em mim.

- Tá rindo do quê?- Ele perguntou.

- Da sua cara para aquela menina, ficou apaixonado, né?- Ri, e o garoto fez uma cara de indignado.

- Claro que não!

- Vou fingir que acredito.- Mandei uma piscadela para Kota.

Ficamos provocando um ao outro enquanto terminamos de comprar as coisas, depois fomos ao caixa e começamos a empacotar tudo, já que lá não tinha ninguém para isso.

Em seguida, paguei a mulher e pegamos as coisas para ir embora, foi então que, quando chegamos na calçada, o taxista de sempre parou na nossa frente e abriu a porta de trás para nós.

- Entrem.- Ele falou e sorri.

Sem perder tempo, entramos e ajeitamos as compras de uma maneira que tudo coubesse no carro. E enfim, o homem acelerou.

- Como andam as coisas?- Perguntou.

- Bem.- Respondi.- Achei um emprego novo mais rápido do que eu pensava.

- Taxista?

- Claro que não!- Ri.

- Ela vai trabalhar numa empresa gigante.- Kota entrou na conversa.

- Como assim "vai"? Não está trabalhando ainda?- O mais velho estranhou.

- Não, porque vou ter que viajar para Tóquio antes de começar.- Afirmei.

- Ata, então vai ter que achar um outro super-herói para te dar carona.- Parou em frente ao prédio.- Tchauzinho.

- Tchau.- Paguei ele e saí do carro.

- Tchau.- Kota acenou para All Might enquanto o mesmo ia embora.

Bom, fomos para o meu apartamento, onde Kota recém colocou as sacolas em cima da mesma e já foi se deitar no sofá, soltando um suspiro de cansaço em seguida.

Isso tudo só por duas sacolas, e eu que levei 5 tive que guardar tudo e começar a preparar o nosso simples almoço - o qual seria apenas o requentado da lasanha de ontem a noite.

Entretanto, após eu colocá-la em dentro do forno e ligar o mesmo, o meu celular começou a tocar lá de dentro do quarto, fazendo eu sair correndo para ir atender.

Chegando lá, vi o número de Katsuki na tela e atendi.

- Al-

- O voo acabou vindo mais cedo, então de noite o meu empregado vai ir buscar vocês.- Avisou.

- Tá bom.- Murmurei, e ele desligou a chamada.- Homem apressado, se fuder.

- O que deu?- Kota perguntou quando eu voltei para a cozinha.

- Katsuki ligou avisando que o voo adiantou e o empregado dele vai nos buscar já de noite.

- Ui, "empregado".- Disse afinando a voz.

- Isso mesmo.- Dei risada, e ele se levantou do sofá.- Vai aonde?

- Arrumar algumas das minhas coisas para mais tarde.

- Tá bom.- Dei de ombros.

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Assim que terminamos de almoçar e a louça já estava limpa e guardada, fui arrumar as minhas coisas no quarto.

Entretanto, no momento que joguei um monte de roupa em cima da cama, o meu celular começou a tocar lá da cozinha, fazendo eu bufar.

Então, Kota surgiu no quarto com uma cara de quem não sabia quem era e me entregou o celular.

- Obrigada.- Murmurei e atendi.- Alô?

- Oi, eu deixei o loiro gostoso subir, ele disse que veio te ajudar a arrumar as coisas porque vai se mudar, é verdade?- Tsuyu foi direto ao ponto.

- Sim, mas não falei nada para você porque não deu tempo.

- Tudo bem, só se cuida por...sei lá onde você vai ir.- Resmungou.

- Tá bom, e você também.- Ri baixinho e dei um pulo de susto quando a campainha tocou.

- Posso ir lá atender?- Kota perguntou, e eu assenti com a cabeça.

- Enfim, vou deixar você ir ficar com aquele gostoso lá, porque não é sempre que vemos homens assim.- Brincou.

- É verdade, beijos.

- Beijos.- Desligou.

Olhei para o lado, vendo Katsuki parado na porta do quarto com Kota no seu colo e segurando uma mala grande em uma das suas mãos.

- Vai querer ajuda, não é?- Ele perguntou.

- Óbvio.- Fui até o loiro e peguei a mala da sua mão.- Vou precisar levar talheres e...

- Não, só leva as suas roupas.- Colocou o menino no chão.

Ah, é mesmo: Rico.

Começamos a arrumar as minhas roupas dentro da mala - nisso, achei interessante Katsuki saber bem certinho como dobrar e onde colocar cada coisa em dentro da mesma.

Kota ficou conversando com a gente enquanto isso, mas também fez alguma coisa: separar as camisetas das calças, as calcinhas dos sutiãs, etc.

Quando terminamos tudo e levamos as malas para a sala de estar, aproveitei o embalo e - porque sabia que iria me esquecer mais tarde - entreguei os papéis do meu currículo para o homem.

O loiro deu apenas uma olhada por cima e não falou nada, o que fez eu sentir uma dor de barriga de ansiedade e me questionar mentalmente se eu havia escrito algo de errado ali.

Nós ficamos mais um tempo por ali, até Katsuki decidir que já iria chamar o seu empregado para já vir nos buscar, fazendo eu não entender o motivo dele ter vindo só para me ajudar e não me levar depois.

Mas simplesmente dei de ombros e fui abrir a porta para começarmos a levar as malas, mas antes que eu pegasse a primeira delas, Katsuki segurou o meu pulso e se despediu do empregado.

- Deixe eu ajudar.- Resmungou depois que desligou.

- Eu não sou deficiente, consigo levar algumas dessas malas assim como você consegue.- Falei ríspida.

Já não entendia o porquê do cenho dele estar sempre franzido, mas deu de perceber que piorou depois de eu dizer aquilo.

- Deixa eu ajudar, tá legal? Não tô nem aí se você é deficiente ou não, só sei que uma mulher não deve ficar levando coisas pesadas como essas.- Tentou pegar a mala, mas eu bati em sua mão antes que pudesse encostar nela.

- Cara, você tem noção do que você disse? Não é porque sou mulher que não posso fazer força, além de que para chegar no elevador não precisa dar nem cinco passos.- Peguei a mala e ergui a mesma na sua frente.- Eu não sou fraca.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora