128°- Pensando no futuro

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☦︎༄14:35.

Estava deitada no sofá acariciando as costas de Katsu, o qual dormia tranquilamente sobre mim, quando meu celular começou a tocar em algum lugar da casa. Katsuki, que estava sentado no chão, se levantou e foi procurar ele.

Contudo, percebi que o homem estava demorando demais para voltar mesmo o celular já tendo parado de tocar. Foi então que ouvi a porta do quintal se abrir e fechar, indicando a saída dele.

Esperei alguns minutos, e o loiro apareceu parecendo estar um pouco triste e tenso.

- Quem era?- Perguntei.

- Minha mãe.- Respondeu, sentou no chão e olhou para mim.- A gente tentou conversar um pouco, mas ela estava chorando, então quis acabar logo.

Ele passou as mãos nos seus cabelos, suspirou e ficou olhando para nós por um tempo. Foi quando Katsu bocejou, e os olhos de Katsuki se encheram de brilhos ao mesmo tempo que um sorriso lindo surgia no seu rosto.

- Eu amo vocês mais do que tudo nessa vida.- Afirmou e se aproximou para beijar a bochecha do filho.- Sabe, tem uma pergunta que não para de tamborilar na minha cabeça.

- Qual é?

- Quando vamos começar a preparar nosso casamento?- Ele me encarou, e eu fiz uma cara de pensativa.

- Acho que devemos esperar o bebê completar uns três meses primeiro.- Respondo.

- Como ficaria a lua de mel?

- Uai, você não disse que era só uma pergunta?- Ergui uma sobrancelha, e ele riu.- Bom, podemos adiar um pouco, não precisamos ter tanta pressa.

- Na minha opinião, precisamos ter sim.- Sorriu malicioso.

- Que safadeza, Katsuki. Que safadeza.- Resmunguei.

Nisso, ele se aproximou e quando estava prestes a juntar nossos lábios, o bebê resmungou enquanto se remexia.

- Empata foda.- Susssurou Katsuki, me fazendo dar um tapa de repreensão no seu ombro.

Me sentei, ajeitei o bebê no meu colo e abaixei minha camisa antes de começar a amamentá-lo. Nessas horas, a coisa que mais gosto de fazer é entregar meu dedo para ele segurar, pois traz uma sensação estranha de conforto.

- Bom, vou trocar a ração e a água dos bichos enquanto isso.- Afirmou se levantando.

Fiquei assistindo televisão enquanto Katsu mamava, mas então a minha mente começou a se encher de pensamentos sobre trabalho, me fazendo lembrar de que ainda não tinha terminado de resolver todos os problemas da floricultura.

Ainda faltava ir atrás de móveis novos, consertar alguns estragos ainda do dia do arrombamento, passar a tinta onde picharam...entre muitas outras coisas.

Entretanto, quando olhei para Katsu, percebi que essa não era a minha verdadeira e maior preocupação de agora. Afinal, as minhas pessoas amadas são mais valiosas do que qualquer bem material.

Nisso, meu celular começou a tocar mais uma vez, fazendo eu levar minha atenção para Katsuki, o qual me olhou de relance com cara de confuso antes de ir atender de novo.

- Alô?- Disse e ficou quieto por um tempo, em seguida se virando para mim.- Sim, pode deixar...Tá, tchau.- Desligou.

- E então?

- Momo.- Respondeu se aproximando e deixando o celular na mesinha de centro.

- Uai, o que ela queria?

- Só disse que vai ficar fora por uns dias. Então, se você decidir ajeitar a floricultura nesse tempo, ela não poderá ajudar.- Sentou ao meu lado.

- Entendi.- Murmurei.

Assim que o bebê parou de mamar, me levantei e comecei a tentar fazê-lo arrotar.

- Para onde podemos ir na lua de mel?- Perguntou se deitando.

- Não sei.- Dou de ombros.

- Estava pensando em ir para Londres, tem hotéis bonitos e muitos pontos turísticos lá.- Comentou.

- Nossa, pelo jeito você está organizando isso há um bom tempo.- Sorrio para ele.

- Sabe, eu não quero ter essa lua de mel só para a gente transar, também quero aproveitar ao máximo meu tempo sozinho contigo, afinal, é algo que não teremos agora.

Concordo com a cabeça e escuto Katsu arrotar. Dessa forma, ajeito ele no meu colo e começo a me balançar devagar de um lado para o outro.

- Mas agora que mencionamos a organização, minutos atrás tinha me lembrado da floricultura. Ainda tenho muitas coisas para resolver lá, e Momo parece ter escutado meus pensamentos de longe.- Falo olhando para o bebê.

- Se quiser, eu posso adiantar as pinturas.

Nego com a cabeça e acaricio o rosto do bebê.

- Quanto antes terminarmos de arrumar mais cedo terei mais trabalhos. Então, agora eu devo focar apenas em Katsu e no nosso casamento.- Afirmo.

- Você está certa.- Ficou um tempo em silêncio.- Por falar nisso, a partir de amanhã terei que passar mais tempo na empresa.

- Por quê?- Pergunto franzindo o cenho.

- Porque temos várias reuniões marcadas para o mês que vem, então preciso averiguar a nossa situação de agora.

- Que merda.- Resmungo.

- Eu sei.- Começou a se levantar.- Mas é isso ou iremos por água abaixo.

Então, Katsuki me abraça por trás e começa acompanhar meus movimentos, admirando o nosso filho junto comigo. Ele já estava cochilando, mas mesmo assim eu não queria levá-lo ao berço - admirar Katsu dormindo também é meu passatempo preferido.

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Estava abrindo a porta quando o ônibus parou na frente de casa, e Kota desceu do mesmo com um sorriso gigante no rosto e segurando um papel em sua mão. Ele correu até mim e me abraçou apertado.

- O que foi?- Pergunto rindo e fechando a porta.

- Eu melhorei! Finalmente tirei dez em matemática!- Diz balançando a prova na minha cara.

- Eu sabia que você ia melhorar!- Gritou Katsuki vindo até nós.

O menino me soltou, correu na direção do homem e pulou no seu colo, em seguida dando início a uma crise de riso pelo loiro ter começado a enchê-lo de cócegas e bagunçar seus cabelos.

Fiquei olhando para eles com um sorriso orgulhoso no rosto, mas também imaginando o quão maior vai ser o caos quando Katsu atingir uma idade decente para se juntar aos dois.

Espero conseguir ser bem paciente nesses momentos.

- Certo, agora vai tomar banho.- Manda o homem deixando o garoto no chão.

A partir disso, Kota saiu correndo - tentando manter seus risos baixos - para o andar superior, e Katsuki se aproximou de mim com um sorriso cheio de orgulho estampado no rosto.

- Esse garoto é insuportavelmente incrível.- Afirma.

- Deve ter tirado isso da convivência com você.- Confesso, e ele ri.

- Da NOSSA convivência, {Nome}. Você também é incrível pra caralho.- Apertou uma das minhas bochechas.- Eu te amo.

- Eu também te amo.- Lhe dou um beijo rápido.

Então, fomos para a cozinha, onde Katsuki decidiu com firmeza que iria fazer o jantar, e eu sentei em uma das cadeiras da mesa - admirando e prestando atenção em cada movimento do homem.

Depois de alguns minutos, Kota também apareceu e sentou perto de mim, depois começou a contar seu dia desde quando entrou no ônibus com os mínimos detalhes possíveis.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora