15°- Pessoas novas

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– Como o Kota está?- Katsuki perguntou quando já estávamos na estrada.

– Bem, só reclamou de algumas dores de noite.- Respondi.

– Ata, é que tem as pomadas e os remédios para ele lá atrás.- Apontou para os bancos de trás.

– Uai, mas você não disse que não ia mais ajudar?- Arqueei uma sobrancelha.

– Eu estou fazendo isso por ele, não por você.- Disse ríspido.

Eu ia dizer um negócio, mas acabei ficando quieta no final - acabei de ser contratada e poderia muito bem ser demitida no mesmo dia só por bater boca.

Assim que chegamos na empresa e saímos do carro, eu olhei para aquele prédio de baixo a cima, quase quebrando o pescoço para isso de tão alto que era.

Escutei Katsuki me chamar, então segui ele para dentro da residência e…cara, se já era lindo por fora, tenha noção da maravilha que é dentro.

Tudo estava bem agitado, haviam algumas pessoas conversando em um canto enquanto seguravam suas xícaras de café, também tinham as outras que estavam caminhando para lá e pra cá com papéis.

Seguimos o caminho por um corredor, então chegamos ao elevador que já estava abrindo para a saída de alguns funcionários, sendo um deles: Izuku Midoriya.

Ele sorriu para mim, mas não deu tempo de nós conversarmos, pois mal entrei no elevador e Katsuki clicou em um número - possivelmente o andar do seu escritório -, fazendo a porta de pavimento se fechar.

O silêncio reinava entre nós, até que a porta se abriu um pouco antes e Makima entrou no elevador me olhando de cima a baixo, depois começou a conversar com Katsuki como se eu não estivesse ali.

Naquele momento me sentia invisível, então surgiu uma vontade imensa de voltar para casa e deitar novamente naquela cama maravilhosa, porque eu estava até agora fingindo estar cheia de energia, sendo que estou quase dormindo em pé.

Quando chegamos no nosso andar, aquela mulher saiu junto com a gente do elevador e ficou conosco até parar em frente a uma sala.

Ela se despediu apenas de Katsuki, o qual apenas seguiu seu rumo sem responder nada, e entrou em dentro do local.

Senti que aquele vácuo foi como um castigo para ela, ficando feliz por conta disso.

Demos mais alguns passos e então Katsuki abriu uma porta que estava no fim do corredor, dando espaço para eu entrar naquele gigantesco e belo escritório.

O loiro passou por mim e, antes de ir para o outro lado da sua mesa, apontou na direção de uma cadeira na intenção de sinalizar que eu poderia me sentar.

E então, após ele também se acomodar, deitou as suas costas para trás e cruzou os braços, me encarando por um tempo antes de fazer várias perguntas para mim.

Respondi todas com respostas pequenas e diretas, sem colocar assuntos ou histórias no meio, pois essas coisas não vão ter interesse enquanto eu estiver fazendo o meu trabalho.

Assim que ele terminou tudo e anotou algumas coisas, ele me entregou uma folha e uma caneta azul, em seguida apontou para um linha logo no final.

– Leia e depois assine.- Afirmou.

E eu li, óbvio, porque além de ser uma pessoa muito desconfiada, é o que ele me mandou fazer. Então, após uns minutos lendo e tendo certeza de que não tinha nada de errado, assinei e devolvi a folha e a caneta para ele.

– Certo. Eu vou chamar uma funcionária, que também vai ser sua colega, para vir te guiar até a sua área de trabalho.- Afirmou pegando seu celular.

Enquanto ele começou a conversar com a funcionária, eu fiquei olhando ao redor na intenção de me distrair e reparar nos detalhes da sala, a qual era realmente muito bonita.

Em um canto, havia uma prateleira, onde estavam quadros pequenos e vários troféus - a maioria de primeiro lugar -, os quais me chamaram mais atenção.

– Futebol, basquete, tênis, atletismo e vôlei.- Afirmou, fazendo eu levar um susto.- Sempre fui bom em esportes, mas tem alguns ali que são de outros concursos.

– Legal, será que posso ver mais de perto?

– Pode, mas eu vou com você para ter certeza de que não vai tocar em nada.- Se levantou junto comigo.

Ficamos olhando os troféus dele e as medalhas que o mesmo pegou de uma gaveta, as quais também tinham como a maioria o primeiro lugar.

Depois ele me mostrou as fotos do time dele, onde não fiquei surpresa de ver Kaminari e Kirishima ao lado do loiro, o qual era o centro das atenções por estar segurando o troféu no alto - isso em todas as fotos.

Notei que algumas medalhas também eram por competições ligadas às matérias, como aquelas provas de matemática, português e até de ciência, as quais eu só consegui no máximo 6,5 e já estava me achando incrível.

Mas agora olhando para essas medalhas disso…me sinto uma fracote.

Repentinamente, bateram na porta e a mulher que possivelmente era a tal funcionária, entrou no escritório. Ela tinha o cabelo curto de um tom meio roxo com preto, sei lá, mas era muito lindo.

Além do mais, diferente daquela outra, essa mulher tem estilo e é muito mais bonita mesmo parecendo não ter um corpão, pois somos todas belas de qualquer jeito, o que estraga mesmo é a maneira de agir.

– Podemos ir?- Ela perguntou para mim sorrindo, e eu assenti com a cabeça.

– Me desculpa por aquilo ontem, foi como se eu tivesse te feito de idiota.- Murmurei para Katsuki antes de me distanciar dele e sair da sala.

Quando estávamos perto do elevador, eu e a mulher puxamos uma pequena conversa. O seu nome é Jirou Kyoka e possui a mesma idade que eu.

Ela me explicou que estudava junto com Katsuki e Midoriya, mas a parte que me chamou mais atenção na nossa conversa sobre isso, foi quando a mesma disse sobre o loiro ter uma rivalidade com o Izuku.

A partir disso, me dei conta que a minha paranóia de Bakugou não gostar do esverdeado, estava certa. Entretanto, por que contatou o mesmo?

Até pensei em perguntar para Jirou sobre isso quando entramos no elevador, só que no final mudei de ideia pois eu iria parecer uma baita curiosa ou até metida.

– Bom, {Nome}.- Olhei para ela.- Gostei muito de você mesmo termos começado a conversar agora.

– Digo o mesmo.- Sorri.

– Mas, me diga, o que te fez chegar até aqui? Cada um nessa empresa tem uma história.- Cruzou os braços.

– É que eu fui demitida do meu trabalho, e no mesmo dia o Kirishima-

– Não acredito! O Kirishima?! O Kaminari com certeza deve estar nessa história também.- Deu risada.

– E realmente.- Ela arregalou os olhos.- Enfim, ele me pediu para sair no mesmo dia junto com dois amigos dele.

– O Bakugou e o Kaminari.

– Esses mesmos.- Ri nasalado.

Contei para ela tudo o que aconteceu com o máximo de detalhes possíveis, sem nem mesmo parar de falar enquanto íamos até a área onde eu iria trabalhar.

O mais interessante, é que ela dava alguns comentários no meio, mostrando que estava prestando total atenção em mim - algo que muitas pessoas não fazem com as outras.

Quando chegamos na área, Jirou começou a contar o que eu teria que fazer - algo que Katsuki já mais ou menos havia me explicado -, além de me apresentar algumas pessoas.

Tinha uma mulher chamada Mina Ashido, a qual achei muito linda desde o momento que a vi pelo canto do olho, ficando feliz quando ela veio me cumprimentar de uma maneira animada.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora