54°- Voltando para casa (2)

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(Capítulo com mais de uma quebra de tempo.)

Após fazermos todas as coisas no aeroporto, pegamos as passagens e esperamos a chegada do voo sentados juntos com outras pessoas nas cadeiras de espera.

Contudo, já estamos sentados aqui há mais de meia hora, e eu já estou ficando muito entediada e até achando interessante ficar encarando as pessoas.

Olhei para Katsuki pelo canto do olho, ele estava com os olhos vidrados no telão, enquanto isso não parava de mexer sua perna de nervosismo e brincar com os seus dedos.

Kota, como já era novidade, estava com a cabeça deitada no meu braço e parecia estar em um sono completamente profundo, pois não acordava mesmo com os gritos das outras pessoas.

Segurei uma das mãos de Katsuki e dei um beijo na mesma, fazendo o loiro olhar para mim, soltar um suspiro e abaixar a cabeça.

– Sabe que não tem mais motivos para se sentir mal, né?- Perguntei para ele.

– Sim, mas ainda estou triste por ter feito isso.- Passou a sua outra mão pelo seu cabelo.

– Amor.- Sussurrei.- Eu te amo e nunca vou te deixar sozinho em momentos como esse.

– Eu também te amo.- Sorriu fraquinho.

– Quando chegarmos lá, vai me ajudar a levar as coisas para casa e depois irá ver o seu pai.- Afirmei.

– Não quer que eu fique para te ajudar?

– Não, eu e Kota conseguimos ajeitar as coisas sozinhos.- Dei um beijo na sua bochecha.

Sentia o medo de perder o pai e o arrependimento que sentia ao pensar de forma errada que tirou a nossa felicidade, pois era uma total mentira.

Confesso que não vejo a hora de chegarmos em casa e poder dizer "pode ir" para ele com uma voz fina e amorosa, afinal, Katsuki vai precisar disso antes de ver o seu pai.

Passaram algumas horas e finalmente nosso voo chegou, então acordei Kota e nos levantamos rapidamente, em seguida fizemos o possível para ultrapassarmos as pessoas.

Talvez a gente goste muito de sermos os primeiros a chegarem, pois traz uma sensação boa ao ver um monte de assentos vazios esperando alguém.

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☦︎༄Já em dentro do avião.
☦︎༄20:36.

Kota se sentou ao meu lado, e Katsuki atrás de mim.

Havia uma moça - de mais ou menos 25 anos de idade - ao lado do homem, a qual logo puxou alegremente um assunto com ele.

O loiro bufou e cruzou os braços quando ela começou a fazer perguntas pessoais, ação que com certeza deixou a mulher sem jeito, pois ela parou no mesmo momento de falar.

Soltei um risinho fraco e passei as mãos pelos meus cabelos, em seguida passei meu braço ao redor do pescoço de Kota e puxei ele para se deitar no meu peito.

O jovem, minutos depois de eu ter feito isso, se ajeitou de forma confortável e pegou no sono, logo começando a roncar fraquinho.

Então, me perguntei como Marley poderia estar e olhei para debaixo do meu assento, onde uma aeromoça pediu para eu colocar antes de me sentar.

Ele me olhou com uma carinha de cachorro abandonado, e eu passei meus dedos pela grade da caixa de transporte dele e sorri quando ele me lambeu.

Com isso, o avião saiu e começou a pegar voo, logo estávamos ultrapassando as nuvens e podendo ver as luzes de algumas casas acesas, e outras desligando.

Essa com certeza é uma das melhores visões que alguém pode ter em um voo, sei porque nunca esqueci da primeira vez que tive a sensação de ver.

Confesso que senti um baita frio na barriga, o qual pelo menos passou rápido.

Então, do nada, comecei a pensar um pouco sobre a minha mãe e Megane, eles são um casal realmente muito feliz.

Até me surpreendi ao ver a paciência dele com ela, mesmo que a mesma seja meio doida da cabeça, teimosa e convencida - lembrando: filha de peixe, peixinho é.

Soltei uma risadinha fraca quando lembrei dela discutimos com ele por algo totalmente bobo, enquanto isso o homem estava assustado e nenhuma vez ergueu a voz para ela.

Eu e Katsuki quando brigamos aumentamos a voz e estamos pouco se fudendo para os vizinhos, só que sempre fazemos ao máximo para Kota não escutar elas.

Por isso ele está fora de casa na maioria das vezes.

Bom, se bem que todas as vezes que discutimos, depois transamos da melhor forma possível como pedido de desculpa um para o outro, mesmo que já tivéssemos feito isso minutos antes. 

Sendo assim, me levantei um pouquinho na tentativa de olhar para Katsuki, o qual por coincidência estava fazendo a mesma coisa.

Sorrimos um para o outro e olhamos ao redor para ver se nenhuma aeromoça estava nos olhando, então nos beijamos rapidamente e sentamos.

Voltei a minha atenção para a janela e um sorriso bobo surgiu no meu rosto sem eu mandar, mas também não o desmanchei, porque até que ele me dava boas sensações.

Coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, bocejei e olhei fixamente para a paisagem que refletia na mesma.

Foi então que meus olhos começaram a se cansar e o meu corpo pareceu ficar amolecido como uma maria-mole, sinal de que o sono já estava me consumindo.

O meu parecia ter sido extremamente puxado, porque fizemos um monte de coisas para ir embora no mesmo dia - mas isso porque às vezes nos sacrificamos por amor.

Sendo assim, mesmo depois de ter enrolado muito para querer continuar olhando para as casas pela janela, fechei meus olhos e dormi no mesmo instante sem nem poder pensar em algo antes.

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Acordei repentinamente, olhei para o lado e vi Kota lendo uma revista de perfume, rindo quando ele achou uma página com aqueles negócios de cheiro e experimentou.

Então olhei para a janela e fiquei surpresa por ver que já era de manhã, além de estarmos quase chegando em casa.

Quis olhar para Katsuki atrás de mim, mas uma aeromoça me repreendeu educadamente quando me levantei um pouco, fazendo eu conseguir apenas ver de relance que ele ainda estava acordado.

Soltei um suspiro triste, queria ver se ele estava ansioso e preparado para ver seu pai, mesmo sabendo que ele já deve ter preparado uma fala inteira para o mais velho.

Nisso, passei as mãos pelos meus cabelos com uma expressão de preocupação no meu rosto, mas resmungando por um dos meus dedos ter prendido em um nó.

Escutei Marley choramingar, então dei uma olhada nele.

– Sei que está ansioso, eu também.- Sorri.- Mas já estamos quase chegando em casa.

A partir disso, voltei a minha atenção para ao redor, agradecendo e pegando um dos bolinhos que a aeromoça estava servindo para todos.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora