24°- Sono

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Estava terminando de passar as informações de um papel para o computador, até que vi - pelo canto do olho - Jirou e as outras meninas se aproximarem.

– Vamos almoçar.- Jirou falou botando a cara bem na frente do computador.

– Não.- Afirmei e empurrei sua cabeça para o lado.

– Como não? Vai ficar sem comer hoje, mulher?- Mina perguntou colocando as mãos na cintura, e eu me virei para elas.

– Hoje fiz um café da manhã que serviu para o dia inteiro, então não estou com fome.- Menti e sorri.

– O que tinha nele?- Momo desconfiou.

– Lasanha e macarronada.- Comentei o que me veio à mente.

– Nossa, foi reforçado mesmo.- Jirou disse surpresa.

– Verdade.- Uraraka concordou.

– Bom, estamos indo, se quiser a gente trás alguma coisa para você de lá.- Mina sorriu gentilmente.

– Me trás só um brigadeiro.- Dei de ombros e me virei de volta para o computador.

Se acha que eu vou comer aquele brigadeiro, está alucinando, porque vou jogá-lo fora assim que chegar em casa, pois só pedi isso para elas não desconfiarem de nada.

Afinal, como é que vou deixar os outros me ajudarem a lidar com os meus problemas se eu mesma não estou colaborando para isso?

Inspirei e expirei várias vezes, então voltei a minha concentração para o meu trabalho, até que sinto alguém se aproximar e parar logo atrás de mim.

– Está tudo bem?- Midoriya perguntou próximo do meu ouvido, fazendo meu corpo se arrepiar.

– Sim.- Assenti com a cabeça e olhei para ele sorrindo.- Por quê?

– É que você não apareceu junto com as meninas para almoçar, então eu vim aqui para entender o porquê.- Cruzou os braços.

– É que…- Pensei um pouco.- Olha, eu quero terminar o meu trabalho, tá legal? Pede para as meninas sobre isso, porque eu já contei para elas o motivo de eu não ter ido.

– Nossa.- Fez uma cara triste.

– Não fica assim, só quero terminar tudo para amanhã não ter muitos afazeres.- Segurei as suas mãos.

– Tá bom, se precisar de alguma coisa você me chama.- Deu um beijo em cada uma das minhas mãos e foi embora.

A partir disso, voltei novamente a minha atenção para o meu trabalho, agora tendo certeza de que ninguém mais iria me incomodar.

Isso foi o que pensei, pois em seguida escutei alguém arrastar uma cadeira com preguiça e se sentar ao meu lado, o que fez eu bufar e perder toda a minha concentração novamente.

– Você e Midoriya estão juntos então?- Katsuki arqueou uma sobrancelha.

– Sim.- Olhei para ele.- Algum problema?

– Não, é só que fico irritado por você não ter acreditado no que eu avisei sobre ele.- Deu de ombros.

– Olha, não quero conversar sobre esse tipo de coisa aqui, entendeu? Estamos no trabalho, você é meu chefe e me mandou fazer isso aqui - Apontei para a folha e depois para o computador.-, então peço que me deixe continuar.

– Tá.- Resmungou depois de estalar a língua e se levantou da cadeira.

Ele colocou a cadeira no local que estava antes e foi embora.

Novamente, respirei fundo e em seguida fiquei encarando o computador enquanto sentia uma preguiça misturada com desânimo surgir em dentro de mim.

Breves lembranças de kota sorrindo e rindo surgiram em minha mente, fazendo eu sentir uma vontade imensa de chorar e me isolar de todos até que tivesse notícias dele.

Entretanto, balancei a minha cabeça em negação e franzi o cenho, me dando conta de que estava pensando em besteira, pois não poderia me prejudicar tanto e precisava manter a calma - principalmente porque estou no meu trabalho.

Nisso, passei as minhas mãos pelos meus cabelos e voltei a digitar.

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Acordei com alguém me balançando para um caralho e arregalei meus olhos ao me dar conta de que ainda estava no meu trabalho.

Me virei para trás, vendo Katsuki de pé e com os braços cruzados na minha frente, isso tudo sendo acompanhando seu lindo cenho, o qual estava bem mais franzido que o normal.

– Me desculpa.- Olhei para o horário do computador arregalei meus olhos.- Puta merda.

Me levantei, peguei meu celular e a minha bolsa, fechei as abas e salvei os documentos do computador antes de desligar o mesmo, então me virei para o loiro que continuava na mesma posição e com a mesma cara.

Havia pegado no sono em alguma hora do dia e nem percebi, agora estou fudida.

– Vamos?- Perguntou o homem, e eu assenti com a cabeça.

Em poucos minutos, já estava colocando o cinto de segurança dentro do carro dele e sentindo que logo logo estaria dormindo ali de tão confortável que era o assento do automóvel.

Nisso, percebi - por algum insistindo - que Katsuki estava me encarando há muito tempo, por isso me virei para ele lentamente e fiz uma cara de desentendida.

– Você dormiu bem ontem?- Cruzou os braços.

– Sim,- Menti, havia ficado acordada até mais ou menos às 03:20 da madrugada.- por quê?

– Não tem possibilidades de alguém dormir no trabalho se conseguiu descansar durante a noite.- Afirmou sarcástico.

– Mas eu dormi bem, porra.- Bufei.

– Então por que está com essa cara horrível hoje?- Arqueou uma sobrancelha.

– Me leva para casa, é só isso que eu quero agora.- Falei ríspida.

– {Nome}, você é a única mulher aqui da empresa que eu estou ajudando nessa situação, então será que você poderia colaborar?

– E daí? Vai me levar para casa ou não? Porque caso você não tenha percebido, não estou querendo falar sobre esse assunto com você.- Franzi fortemente o cenho.

O homem ficou me encarando profundamente por um tempo numa expressão de desentendimento e ao mesmo tempo com irritação, até que se virou para frente e ligou o carro.

Assim que ele saiu do estacionamento, eu olhei para a janela e fiquei vendo as coisas passarem rapidamente, então percebi que meus olhos estavam se fechando lentamente e, mesmo que eu tentasse, não conseguia fazer eles ficarem abertos.

Katsuki provavelmente iria ficar bravo se eu dormisse ali, mas quando meus olhos conseguiram se fechar, eu simplesmente taquei o foda-se para tudo e deixei a minha mente descansar.

Provavelmente no dia seguinte vou estar acabada? Sim, entretanto, isso é algo que estou acostumada a passar desde pequena, quando ouvia os gritos dos meus pais discutindo durante a madrugada.

Foi então que, no meio desses pensamentos, abri meus olhos e senti as minhas bochechas ficarem um pouco vermelhas ao perceber que eu estava no elevador, sendo carregada em estilo noiva por Katsuki.

Mesmo namorando e sabendo o erro que estava cometendo - sei lá se é errado mesmo -, deitei minha cabeça de um jeito confortável no peito do loiro e peguei no sono novamente 

Sinceramente, o perfume dele é maravilhoso.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora