71°- Um outro dia também

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Acordei ao me sentir sendo colocada em um lugar mais macio, então me virei e meu olhos se encontraram com o de Katsuki, isso antes de irem para a sua boca.

Ele me deu um selinho demorado, e eu fechei meus olhos na intenção de poder sentir melhor a sensação dos meus lábios junto aos seus.

– Bom dia.- Disse o homem depois de pararmos de nos beijar.- Daqui a pouco eu já estou indo levar o Kota para a escola e ir trabalhar.

– Tá bom, já tomaram café?- Bocejei.

– Sim.- Assentiu.- Pode continuar dormindo, se quiser.

– Não,- Me sentei.- daqui a pouco o Kami e o Kiri virão aqui.

– É verdade.- Soltou um suspiro.- Isso significa que te trouxe para cima sem precisar.

– Eu não falei que precisava.- Empurrei levemente ele e me levantei.- Pode ir, vou me trocar e descer as escadas sentada. 

– Vai nada.- Apertou as minhas bochechas.- Vai esperar aqueles antas chegar para eles te descerem.

Nisso, escutamos um carro parar na frente de casa. Katsuki me soltou, abriu a porta de vidro que leva para a sacada do quarto e se inclinou na beirada para ver quem era. 

– Eles chegaram.- Veio até mim e me deu um beijo rápido.- Vai se trocar, vou ir atender eles.

O homem saiu do quarto, e eu fui escolher uma roupa aleatória para usar. Em seguida, vesti a mesma, ajeitei de leve o meu cabelo e fui até as escadas.

Fiquei parada, olhando para aquele monte de degraus e me lembrando do momento em que me vi caindo e rolando pelos mesmos. 

Por algum motivo, na minha visão, os degraus começaram a ficar cada vez mais curtos, deixando a escada ficar extremamente longa, e fazendo eu me sentir tonta. 

Então, fechei com força os meus olhos e só abri quando senti um par de mãos grandes segurarem os meus braços, não ficando surpresa ao ver Bakugou com uma expressão de preocupado.

Ele deu um beijo na minha testa, depois me pegou no colo, desceu as escadas e foi para a sala de estar, onde me deixou para cumprimentar os homens.

Dei uma olhada rápida para o sofá ao me lembrar de que havia dormido ali, não ficando surpresa ao ver as cobertas dobradas com os travesseiros em cima. 

– Como está indo, {Nome}?- Perguntou Kirishima.

– Acho que bem.- Sorri.

– Bom, eu vou indo então.- Katsuki afirmou e deu um selinho, em seguida levando sua atenção de volta aos homens.- Cuidem bem da minha mulher. 

– Pode deixar.- Kaminari comentou. 

O loiro saiu, e nós nos entreolhamos.

– Por onde começamos?- O ruivo perguntou.

– Bom…

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☦︎༄12:35.

Nesse momento estou sentada ao lado de Kaminari, o qual ainda está decidindo o que comer enquanto eu e Kirishima já estamos quase satisfeitos. 

Eles me levaram para uma lanchonete, afinal, pareciam estar cansados de comer aquelas marmitas que pedimos quase todos os dias - mas eu não julgo. 

– Eu quero o mesmo que ela.- Disse o loiro apontando para mim.

– Ah, ok.- A garçonete sorriu sem graça e se retirou.

– Toda essa enrolação pra só dizer isso? Você é horrível.- Riu Kirishima.

– Cala a boca.- Murmurou ele.- Está gostando, {Nome}?

– Muito.- Falei assentindo com a cabeça.- Mas confesso que sinto saudade de comer a comida de casa.

– O Bakugou não faz nada?- O ruivo arqueou uma sobrancelha.

– Faz, só que eu queria voltar a sentir o gosto da minha comida.- Coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

– Queria ser assim, mas passo a maior parte da minha vida almoçando e jantando fora de casa.- Kaminari deu de ombros. 

– Além de que não tem uma namorada para fazer isso por ele.- Eijiro disse cruzando os braços.

– Você não pode julgar, também não tem uma namorada.

– Bom, aqui tem várias garotas bonitas, e eu até conheci algumas.- Dei de ombros.- Deveriam aproveitar a oportunidade de terem conseguido convencer Katsuki de deixar o apartamento para vocês e saírem para tentar achar alguma. 

Nisso, o sino que fica em cima da porta de entrada do restaurante tocou, e eu senti alguém abraçar meu pescoço com carinho.

Olhei para trás, ficando surpresa por ver Mina. Com isso, levei de relance meu olhar para Kirishima, o qual estava com seus olhos brilhando e fixos no sorriso alegre da mulher. 

– Essa é uma delas?- Perguntou Kaminari, e o ruivo lhe deu uma cotovelada. 

– Que surpresa te ver por aqui, {Nome}!- Disse ela.- Acabei pegando uma folga agora de tarde, porque daqui alguns minutos vou ir encontrar a minha mãe. 

– Entendi.- Sorri.- Quer almoçar junto com a gente?

– Se não for incomodo para você e eles.- Falou envergonhada.

– Deixa de ser boba.- Resmunguei, e ela se sentou ao meu lado.

Não demorou muito para eles começarem a conversar, principalmente Kirishima e Mina, situação na qual resultou em mim e Kaminari extremamente entediados.

Passei as mãos nos meus cabelos e sorri para a garçonete quando ela trouxe mais um copo de água para mim - esse já é o quarto, pois não podemos ir embora até que o nosso motorista termine a conversa. 

Mesmo assim, não conseguia parar de encarar os dois. Eram como se estivessem em sincronia durante todos os assuntos, mantendo eles por diversos minutos até mudarem de novo. 

Kaminari pigarrou e semicerrou os olhos na direção do ruivo, indicando que precisávamos voltar para casa. 

Então, nós despedimos de Mina, a qual insistiu em ficar no restaurante mesmo com Kirishima quase suplicando para pegar uma carona com a gente, e fomos embora. 

Foi então que vi o carro de Katsuki parado há algumas distâncias na frente de uma loja, a qual não deu tempo de ver do que era porque o ruivo fez a curva no mesmo instante. 

Quando chegamos na minha casa, eles me ajudaram a sair do carro e entrar na mesma, logo nos sentando no sofá e encarando a tela escura da televisão. 

Me levantei um pouco e olhei ao redor, percebendo que tudo havia ficado mais bonito depois de termos colocado os objetos de decoração, em seguida sentindo um sorriso de orgulho no meu rosto. 

– Fizemos um bom trabalho.- Falei me acomodando de volta. 

– Verdade.- Concordou Kirishima.- Me passa o numero da Mina?

Comecei a rir, e Kaminari bufou.

– Claro que passo, só preciso que alguém pegue meu celular lá no meu quarto.- Afirmei, e o homem se levantou rapidamente.

Fiquei rindo baixinho, encarando o loiro empurrado ao meu lado - com certeza ele deve estar se sentindo um fracote por ter se tornado o único solteiro entre os três.

Então, o homem desceu as escadas em passos rápidos, resvalando em um dos degraus e quase caindo. 

Naquele momento eu senti que meu coração errou uma batida, pois não queria ver uma pessoa passar por uma situação parecida ou igual a minha. 

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora