118°- Resolvendo UM problema

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Entramos na delegacia e apenas eu e meu irmão fomos direcionados para uma sala de interrogação, enquanto as duas mulheres precisaram ficar na sala de espera.

Confesso que estava um pouco nervosa, pois o policial me informou que iria chamar a prisioneira para cá também - e provavelmente vai rolar uma boa briga de família.

E então, eu me dei conta de que nem sabia o nome dela.

– Qual é o nome dela mesmo?- Perguntei para o meu irmão, o qual me olhou confuso.

– Kelly.- Murmurou.

E então, o policial abriu a porta para nós e apontou para a mesa, onde de um lado estava Kelly, com suas mãos algemadas e assustada por nos ver, ou na verdade, por ME ver ali. 

Nós sentamos nas cadeiras do outro lado da mesa. Não desviei meus olhos do dela em nenhum momento sequer, enquanto ela não conseguia nem olhar para o próprio marido.

O meu irmão mexia as mãos sem parar e também não estava olhando para ela, o que deixava o clima extremamente pesado. Além de que não nos levava a lugar algum.

– Por que você fez aquilo?- Perguntei sem muita enrolação.

– Eu - Ela engoliu em seco.- Eu não sei.

– Se não soubesse, não teria feito tudo aquilo sabendo que tinha uma mulher grávida dentro da floricultura.- Resmungou o meu irmão.

– Eu estava com raiva, porque podia ver como você agia diferente perto dela.- Disse diminuindo o volume de cada palavra.  

– Óbvio que eu estava agindo diferente, ela é minha irmã e devo tratá-la como irmã.- Falou irritado.

– Ei, calma.- Coloquei a mão no seu ombro.- Você sabe que agora você vai receber uma grande consequência por seus atos, né?

– Sim.- Assentiu.- Eu fui burra, me desculpe.

Soltei um suspiro.

– Não desculpo, mas espero que aprenda com seus erros e comece a perceber que não tinha motivos nenhum para você ter raiva de mim.- Afirmei e me levantei antes de sair da sala.

Deixei que meu irmão conversasse com ela, pois finalmente tinha percebido como ele possuía muito mais dúvidas do que eu - afinal, é entre duas pessoas, as quais ambas fizeram uma grande diferença em sua vida. 

Quando apareci na recepção, encontrei as mulheres e Katsuki, o qual estava de costas para mim e olhando para para estacionamento lá fora. Dessa forma, fiquei confusa.

– Não era para você estar no trabalho?- Perguntei para o homem, e ele se virou no mesmo instante.

– Era, mas quando te liguei, quem me atendeu foi a Momo e ela disse onde vocês estavam.- Se aproximou e colocou as mãos nos seus ombros.- Fiquei preocupado e tive que vim.

Sorri simples e lhe abracei.

– É melhor irmos então, já resolvemos as coisas lá.- Afirmei e nos soltamos. 

Saímos da delegacia e as mulheres me deram carona de volta para casa - isso depois de vários minutos esperando Katsuki terminar sua despedida.

– Pensei que vocês iam ficar mais tempo lá.- Momo murmurou.

– Também achei.- Concordo.

Então, eu me lembrei de algo que tinha prometido para Kota, no caso, trazer ele para visitar a sua mãe. Contudo, estou sentindo um grande receio de fazer isso no momento.

– Acho que vou aproveitar para levar você dar uma olhada na casa da minha avó.- Afirmou Momo repentinamente.

Simplesmente dei de ombros e olhei para a janela.

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