65°- Partindo para a próxima

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Enquanto voltava para a minha área de trabalho, fiquei me perguntando mentalmente se havia realmente conseguido fazer aquilo e pensando na cara que o loiro deve ter feito.

Quando cheguei na sala, subi em cima da cadeira mais próxima e avisei sobre a mudança, ficando orgulhosa de mim mesmo por logo ver eles guardando suas coisas.

Assim que desci da cadeira, comecei a guardar as minhas coisas também, então alguém segurou a minha mão direita e passou o dedo indicador por cima da marca do lugar onde ficava o anel.

– Me diz, você está mesmo bem com isso?- Perguntou Jirou quando levei minha atenção para a mesma.

Fiquei em silêncio por um tempo, me dando conta que na verdade eu não sabia. Com isso, dei de ombros e voltei a guardar minhas coisas.

– Não quero pensar nisso agora.- Sorri.

Então, em poucos minutos já estávamos na nossa nova área de trabalho, cada um recebendo revendo auxílio de Momo para se cadastrarem nos novos computadores.

Enquanto eu, que já havia feito bastante coisa para ajudá-la, estava parada no grande vidro atrás da sala, olhando para o grande movimento de carros e pessoas em plena segunda. 

Foi então que percebi alguém parar ao meu lado, não ficando surpresa ao ver Katsuki quanso leveu minha atenção para saber quem era. 

Ele me olhou por um tempo e depois para a vista, colocando as mãos em seus bolsos e mexendo em um deles por alguns segundos. 

– Imaginei que iria gostar de ficar aqui, tem até uma cafeteira.- Apontou para a mesma no canto da sala.

– Você fez tudo isso por mim?- Arqueei uma sobrancelha.

– Mais ou menos, só talvez eu queira ficar mais perto de você de novo.- Deu de ombros e me olhou.

Nossos olhos se encontraram e se mantiveram nesse contato por um bom tempo, fazendo meu corpo se arrepiar ao lembrar o que acontecia logo em seguida ao ficarmos desse jeito.

– Quando eu disse que Kota estava sentindo a sua falta, não me referi apenas a ele.- Murmurou e foi embora. 

Abaixei meu olhar, fechei meus punhos com força e fiquei irritada comigo mesma por estar começando a me arrepender de ter feito tudo isso. 

Voltei para a minha mesa e continuei o meu trabalho, me dando conta de que focada nisso eu estaria muito melhor e sem pensamentos exaustivos e repetitivos na minha mente. 

Nisso, senti alguém colocar as mãos nos meus ombros. Então eu relaxei os mesmos, liberando a pessoa para começar uma massagem em mim.

– Jirou contou para mim e para as outras meninas sobre o que aconteceu.- Murmurou Mina no meu ouvido.- Tenho que confessar que vou sentir saudade de vocês dois juntos, a empresa parecia mais animada. 

– Mas, de qualquer forma, não tem o que fazer.- Sussurrei.

– Na verdade tem, mas deve ser feito por vocês dois.- Sorriu quando eu olhei para ela por cima do ombro.

– Só para dizer que não me convenço em ir atrás de ninguém, porque vai parecer que estou dependendo dele emocionalmente.- Resmunguei.

– E você não está?- Perguntou Uraraka ao passar atrás de nós. 

– Não sei.- Respondi.- Agora, será que eu posso trabalhar?

Mina assentiu, deu um beijo na minha bochecha e foi embora - incrível como elas me fazem desabafar de forma tão fácil, parece até macumbeiras. 

Apoiei o cotovelo na mesa e deitei a cabeça na palma da minha mão, pensando na pergunta da Tsuyu; talvez eu ainda dependa emocionalmente e de forma extrema dele. 

Mas, eu provavelmente vou me sentir mais culpada indo atrás dele.

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Chegou a hora de irmos almoçar, então as meninas me arrastaram até aquele mesmo restaurante que sempre fomos, escolhendo a mesma mesa e pedindo as mesmas coisas. 

Elas me faziam bem, talvez seja por isso que não fiquei reclamando da Mina quase ter arrancado o meu braço durante o caminho inteiro. 

Então, começamos a contar como foram as nossas férias, me deixando feliz por ter a oportunidade de relembrar e falar sobre os momentos ruins que passei com minha mãe.

Entretanto, elas ficaram em silêncio quando Katsuki entrou no restaurante, pediu alguma coisa no balcão e se acomodou à mesa nos cantos da sala.

Fiquei encarando ele por um tempo, estranhando o fato dele parecer ansioso, já que mexia sua perna freneticamente e não parava de mexer nos seus cabelos.

Quando devolvi minha atenção para as garotas, elas estavam me olhando com sorrisinhos no rosto e olhos brilhando esperança; eu sabia o que elas queriam dizer, mas não iria fazer nada.

Neguei com a cabeça e cruzei meus braços, recostando as minhas costas no encosto da cadeira.

– Tá bom, mas saiba que desse jeito você vai perder ele.- Apontou de novo para a mesa.

Agora, tinha uma garçonete sentada na sua frente, conversando com ele com um sorriso simples e seus olhos fixados nele demonstrando a maior atenção.

O loiro olhou para cima do ombro, e eu desviei o olhar; tarde demais, ele já tinha percebido.

Ao levar minha atenção mais uma vez - dessa vez de forma mais discreta - Katsuki já estava conversando com ela de forma gentil enquanto comia e até dava alguns sorrisos.

Doeu, mas é bom saber que ele pode encontrar facilmente qualquer uma para ficar no meu lugar.

Depois que almoçamos, saímos do restaurante e voltamos conversando para dentro da empresa, mas logo tivemos que nos separar em grupos para subirmos até o nosso andar.

Eu fui junto com Jirou e Momo e, depois que chegamos, ficamos esperando as outras para podermos ir todas juntas para a sala. 

– {Nome}.- Jirou segurou a minha mão.- Se precisar, a gente arruma um namoradinho novo para você. 

– JIROU! SUA LOUCA!- Momo gritou balançando ela.- Não escute ela, {Nome}. Você não precisa mais de nenhum macho na sua vida. 

– É, isso aí!- Mina gritou saindo do elevador.- Mas saiba que ainda iremos te apoiar caso volte com Katsuki.

– Verdade.- Todas concordaram, e eu só soltei um suspiro.

Estranho como elas falam tudo na maior motivação e concordam quando alguém fala justamente ao contrário, acho que vou ficar louca.

Fomos para a nossa área e voltamos a trabalhar. Contudo, agora a única coisa que passava na minha mente era o loiro conversando com aquela mulher. 

Eu sentia que logo, logo iria perder ele, mas não posso julgar, pois já deveria ter pensado nisso quando fui embora.

Enfim, é isso que acontece quando se fica com um rico - sim, deixei bem na cara que só ficava com pobre.

Passei as mãos pelos meus cabelos, respirei fundo e pensei em apenas coisas boas, tipo: neste final de semana eu vou ir ver Kota e poderemos ir para diversos lugares.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora