62°- Correria

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Depois que terminamos de almoçar, eu organizei a louça enquanto eles foram assistir alguma coisa na sala de estar.

A casa estava extremamente silenciosa desde que Mitsuki e Katsuki saíram daquele quarto, afinal nem eu e Kota tínhamos algo para falar nesse momento.

Depois que sequei e guardei os talheres, senti o loiro me abraçar por trás e enterrar seu rosto molhado pelas lágrimas na curvatura do meu pescoço.

– Esqueci de pedir se você queria ajuda.- Disse ele me soltando.

– Não preciso, agora é só secar e guardar, prático.- Comentei e me virei, lhe dando um selinho.- Como a sua mãe está?

– Quieta.- Afirmou coçando a nuca.- Tanto ela quanto eu não sabemos o que dizer um para o outro.

Se encostou no balcão.

– Ela foi dormir agora, e Kota escovou os dentes e imagino que vá assistir televisão.- Cruzou os braços.

– Entendi.- Murmurei.- E você?

– Vou te esperar.- Deu de ombros.

Dei um sorriso fraco e voltei a secar e guardar as coisas, estalando as minhas costas no final por ter ficado tanto tempo na mesma posição.

Deixei o pano de secar a louça em cima do micro-ondas e voltei minha atenção para o homem, esse que parecia estar quase dormindo sentado.

– Amor.- Chamei colocando as minhas mãos em seu peitoral, e acordado ele.- Se quiser que eu durma com você, eu vou.

– Obrigada por tirar as palavras da minha boca.- Sussurrou.

Fiquei encarando seus olhos vermelhos brilhantes, percebendo que ao redor deles estava um pouco vermelho de tanto o loiro chorar de manhã.

Segurei a sua mão e arrastei ele até o quarto, mandando uma piscadela para Kota ao passar por ele pelo corredor.

Enfim, em poucos minutos eu já estava jogada na cama e enfiada debaixo das cobertas ao lado de Katsuki, o qual bocejou e abraçou a minha cintura com um de seus braços.

Seu rosto estava inchado e dava de perceber isso mesmo com os feixes da luz do sol que passavam entre as cortinas do quarto.

Coloquei uma das minhas mãos no seu rosto e comecei a acariciar sua bochecha com o polegar, fazendo isso até ele fechar os olhos e sua respiração ficar mais tranquila.

Quando Bakugou pareceu realmente pegar no sono, fiquei olhando para ele por mais tempo e depois me levantei, lembrando que precisava ir ao mercado.

Havia gasto todo meu macarrão para o almoço de ontem, além de que estão faltando algumas coisas na reserva.

Coloquei uma calça jeans, uma camisa cinza que cobria a minha bunda e só fiz um amarrado rápido no meu cabelo antes de passar perfume.

Em seguida peguei a minha bolsa com o meu cartão e saí do cômodo colocando um chinelo simples no caminho.

– Se Katsuki acordar antes de eu chegar, fala que eu fui no mercado.- Falei para Kota e dei um beijo na testa do mesmo antes de sair.

Fui até o elevador, cliquei no primeiro andar abaixo do térreo e esperei ele descer, não olhando para os três homens que entraram na primeira parada.

Eles ficaram zoando até a porta de pavimento se abrir no térreo, então eles saíram, deixando eu feliz internamente por ter voltado a ficar sozinha.

Passei as mãos pelos meus cabelos quarto a porta se abriu de novo, seguindo até o carro em passos rápidos e em seguida entrando no mesmo.

Assim que saí do prédio, dirigi ao supermercado mais próximo. Revendo aqueles homens do elevador na calçada; com certeza a bebida deles não era nada fraca.

Depois que virei algumas esquinas, cheguei ao supermercado e estacionei no estacionamento que havia ao lado dele, não ficando surpresa por ver muitos carros

Saí do automóvel e praticamente corri até o supermercado, pois de longe percebi que haviam poucos carrinhos grandes de fazer comprar para se usar.

Contudo, no caminho acabei trombando fortemente em um cara e caindo de bunda no chão, logo sentindo mãos grossas de um homem segurarem meus braços para me ajudar a levantar.

– Foi mal.- Falei e olhei para ele, ficando surpresa ao ver Mirio.- Caramba! A quanto tempo não te vejo!

– Pois é!- Disse ele sorrindo.- Eu trabalho aqui, na verdade.

– Que estranho, eu nunca tinha te visto por aqui antes.- Bati as mãos na minha roupa.

– É porque eu sou novato.- Coçou a nuca.

– Enfim, eu vou precisar desse carrinho.- Apontei para o qual ele segurava.

– Ah, claro.- Me entregou.- Se precisar de ajuda para levar as coisas para o carro, eu estarei aqui.

– Tá bom, obrigada!- Falei indo para dentro do supermercado.

Eu obviamente iria precisar dessa tal ajuda.

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Depois que fiz as compras, paguei as mesmas e sorri para Mirio, o qual estava as empacotando de forma ligeira e colocando no carrinho para levar ao carro.

– Vai ter uma festa na sua casa?- Perguntou ele colocando as últimas mercadorias na sacola.

– Teve uma ontem.- Murmurei.

– Que legal! Foi pelo o quê?

– A melhora do pai do Katsuki.- Senti a tristeza voltar por lembrar do rosto do mesmo ao chorar.- Enfim, vamos?

– Claro.- Assentiu.

Foi rápido a nossa ida até o carro, mas da mesma forma foram gastados diversos minutos por conta do tanto de sacolas e caixas a serem colocadas no porta-malas.

Quando terminamos, descansamos um pouco e ele levantou as sobrancelhas como se tivesse acabado de ter uma ideia.

– Quer que eu te acompanhe até em casa? Vai ser difícil para você levar todas essas coisas sozinhas.- Afirmou.

Eu franzi o cenho pensando se seria a coisa certa e até já imaginando o que Katsuki poderia pensar se visse ele lá em casa, mas ao pensar em mim levando tudo isso…

– Pode ser.- Dei de ombro, fechei o porta-malas e abri o carro para entrarmos.

No caminho de volta para casa, bufei e buzinei pra caramba, pois alguns caras estavam comigo ao ultrapassarem e quase baterem no meu carro.

Sendo assim, mais tempo se passou e, se fosse possível somar tudo, foram mais de duas horas e meia fora de casa só para ir ao mercado.

Mirio parecia achar toda aquela minha situação engraçada, porque ele já estava segurando sua risada desde que eu apareci irritada no caixa.

Enfim, soltei um suspiro de alívio quando parei o carro no estacionamento do prédio, logo lembrando que o meu sofrimento ainda não tinha acabado.

Então, saí preguiçosamente e novamente do automóvel, tranquei o mesmo e abri apenas o porta-malas, sentindo um desânimo surgir ao rever aquelas sacolas e caixas.

Da mesma forma, Mirio colocou algumas sacolas em cima das duas únicas caixas dali e pegou as mesmas, deixando o resto como a minha responsabilidade.

Bom, se me vissem agora, provavelmente iriam pensar que sou incrivelmente forte pelo tanto de sacolas nas minhas mãos e braços.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora