22°- Conselho

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Assim que saí do quarto, fui para a sala de estar e vi Kota - arrumado também - e Midoriya jogando videogame.

Eles estavam rindo pra caralho, principalmente quando Kota acertava um monte de travesseiradas no esverdeado quando vencia o jogo.

Até que perceberam a minha presença e se levantaram do sofá. O menino desligou tudo, e o homem veio na minha direção com um sorriso gentil no rosto.

– Você está linda, sabia?- Me olhou de cima a baixo.

– Óbvio.- Dei um selinho nele.- Vamos?

– Sim.- Os dois falaram em uníssono.

Fechamos todas as janelas do apartamento e saímos do mesmo. Então, em poucos minutos, já estávamos fora do prédio e indo para uma sorveteria.

Nós três conversamos e rimos bastante pelo caminho.

Estava me sentindo realizada com Midoriya ao meu lado, mas eu não sabia se realmente estávamos juntos.

Nisso, me lembrei do que Katsuki disse sobre não confiar no "brócolis" como o mesmo disso, mas rapidamente balancei a cabeça para tentar esquecer isso.

Eu sabia que podia confiar no esverdeado, pois nós trocamos a maioria das informações das nossas vidas nas chamadas que fizemos de madrugada.

Aliás, ele foi o primeiro a falar sobre isso, me dando confiança para contar sobre mim logo depois - principalmente por notar que havíamos várias coisas em comum.

Enfim, eu estava pensando tanto sobre isso, que nem notei que já estávamos na frente de uma sorveteria.

Kota e Midoriya estavam me encarando com expressões confusas - talvez por conta de eu ter ficado quieta do nado -, então eu sorri sem graça.

Nós entramos na sorveteria e cada um fez o seu pedido, depois, quando os mesmos foram entregues para nós, Izuko os pagou e saímos do local.

Agora, pelo o que o esverdeado disse, iríamos para uma praça para descansarmos e tomarmos o nosso sorvete com mais calma.

Contudo, assim que estávamos chegando no lugar, vi de relance uma pessoa muito conhecida nos espiando de longe, a qual entrou rapidamente em uma loja quando se deu conta que eu havia lhe notado.

A partir disso, apenas dei de ombros e continuei seguindo os dois machos alfas até a praça, onde nos acomodamos em um banco e tomamos nossos sorvetes.

– {Nome}, {Nome}.- Kota me balançou.

– Fala, homem.- Resmunguei.

– Tem um parquinho ali, será que posso ir?- Fez uma cara de cachorro abandonado.

– Primeiro termine de tomar o seu sorvete.- Afirmei, e ele sorriu animado.

Alguns minutos depois, o menino terminou de tomar seu sorvete e correu até os brinquedos, levando um susto por ter quase caído no caminho.

– Esse garoto às vezes não bate nem da cabeça.- Murmurei e olhei para Midoriya.- O que somos agora?

– Como assim?- Arqueou uma sobrancelha.

– Tipo, a gente se beijou e dissemos um para o outro que sem amamos, isso significa que somos namorados?- Tomei um pouco do meu sorvete.

– Só se você quiser.- Deu de ombros.

– É claro que eu quero! Se não eu teria negado tudo.- Resmunguei.

– Nossa, não precisa ficar brava.- Deitou a cabeça no meu ombro.- Você é a única garota por quem eu senti alguma coisa de verdade e que confiei para contar todos os meus segredos.

– Que fofo.- Passei meu braço por trás do seu pescoço e cheirei os seus cabelos.- Para mim é louco ter essa sensação de volta.

– Que sensação?- Me olhou.

– De estar apaixonada por alguém de novo.- Sorri.

– Entendi.- Sorriu também.- Quero te fazer feliz, {Nome}.

Ele levantou sua cabeça do meu ombro e me deu um selinho, fazendo as minhas bochechas ficarem vermelhas e as minhas mãos tremerem por conta do nervosismo.

Da de perceber que vai demorar um tempinho para eu me acostumar a receber esse tipo de carinho de novo.

– Você é muito diferente das outras garotas que já conheci.- Comentou.

– Talvez porque elas eram melhores que eu.- Falei com indiferença.

– Nada a ver.- Negou com a cabeça.- É só que as outras se aproveitavam dos meus sentimentos, já você parece estar comigo de verdade.

– Eu não sou tão idiota assim para fazer isso.- Terminei de tomar meu sorvete.

– Que bom, se não iria me sentir um trouxa de volta.- Sorriu.

Ficamos conversando e trocando carícias por bastante tempo, tanto que nem havíamos nos dado conta de que já havia anoitecido - a partir disso, tive a certeza de estar com a pessoa certa.

Por isso, mesmo que eu não quisesse ir embora, me virei e chamei Kota para voltarmos para casa. Então, ele rapidamente se despediu de seus amigos e voltou para perto de mim.

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Quando chegamos no apartamento, Midoriya se despediu de nós dois, fazendo eu ficar meio desanimada por ele não ter ficado para jantar mesmo depois de eu ter insistido tanto.

Enfim, após jantarmos, Kota foi para a sala de estar, ligou a televisão e se jogou no sofá na maior vagabundice, enquanto eu fui para o meu quarto tomar banho.

Ou seja, nesse momento estou no banheiro, só que não embaixo do chuveiro como de costume, mas sim dentro da bela banheira dali.

Esfreguei um pouco o meu cabelo e relaxei, pensando no dia maravilhoso que havia passado, o qual pareceu acabar muito mais rápido do que eu queria.

Sinto que dessa vez encontrei a pessoa certa, aquela que vai me valorizar da maneira certa, aquela que nunca vai me deixar e estará comigo até nos piores momentos.

Soltei um suspiro, fechei meus olhos e sorri pensando nisso, até que me veio uma pergunta na minha cabeça: como será o sexo dele?

Rapidamente balancei a minha cabeça em negação enquanto as minhas bochechas começavam a esquentar.

Havíamos mal começado a namorar e eu já estava pensando nesse tipo de coisa? Puta que pariu, pareço até uma prostituta - tá, sei que tô sendo boba.

Bom, após sair da banheira, me sequei rapidinho e vesti meu pijama de ursinho. Em seguida, dei uma limpada na mesma antes de esvaziá-la.

Quando saí do box do banheiro, dei de cara com Kota sentado na beirada da cama e estranhei por ver meu celular jogado ao seu lado, sendo que eu tinha deixado o mesmo no balcão da cozinha.

– Minha mãe vai vir me buscar amanhã.- Murmurou e começou a chorar.

– Poxa.- Fui na direção dele e abracei o mesmo.- Mas por que está chorando? Não estava com saudades dela?

– Sim, mas é que eu vou perder tudo que eu conquistei aqui.- Disse desesperadamente.

– Assim, eu sei que isso está sendo muito difícil para você e com certeza será para a Eri também, mas essas coisas acontecem na nossa vida em todos os momentos.- Soltei ele.- Olhe para mim, eu sou um exemplo disso.

Segurei suas mãos e, enquanto olhava no fundo dos seus olhos, continuei explicando para ele que perdemos ou abandonamos muitas coisas no caminho da nossa vida, mesmo não querendo.

E que, dependendo do que for, muitas vezes não poderemos voltar atrás e reconstruir, então temos que seguir com essa dor até superarmos, algo que pode demorar.

Entretanto, às vezes pode ser ao contrário, quando temos a possibilidade de conquistar e reviver tudo de novo na mesma vida - e isso é uma coisa que irá acontecer, pois eu, Eri e ele iremos se ver novamente, mesmo que se passe muito tempo.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora