94°- Jantar

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Nesse momento, estamos sentados à uma das mesas na frente do restaurante e com a visão para o mar, comendo o que escolhemos enquanto jogamos conversa fora.

Nijel estava deitado no meu colo dormindo tranquilamente, enquanto Marley estava virado nos 220, pois desde que chegamos ficou brincando na areia.

– Amor.- Chamou Katsuki, fazendo eu levar minha atenção para ele.- Eu não queria dizer nada, porque quando chega esse dia lembramos de todas as coisas ruins.

Franzi o cenho, ficando preocupada pela expressão dele estar extremamente séria, isso mesmo seus olhos demonstrando uma grande tristeza e receio.

– Amanhã foi um dia em que meu pai faleceu.- Murmurou olhando para seu prato.- Tudo bem se eu for sozinho?

– Claro.- Falei sorrindo gentilmente e coloquei a minha mão sobre a dele, a qual estava fortemente fechada em cima da mesa.- Mas sabe que se precisar de qualquer coisa quando estiver lá, pode me ligar.

Ele assentiu, abriu sua mão e segurou a minha, entrelaçando nossos dedos antes de forçar um pequeno sorriso e chamar o garçom para pedir a sobremesa.

Enquanto o loiro falava nossos pedidos para o garçom, eu sentia o nervosismo soar na sua voz, provavelmente porque havia decidido ir sozinho sem ainda ter certeza de que é a coisa certa.

Mas o importante é ele ter noção de que estarei ali para cada momento de dificuldade, não importa qual seja.

Quando o garçom se retirou, Katsuki mudou de assunto, começando a falar novamente sobre nosso casamento e lua de mel, fazendo a minha barriga doer levemente de nervosismo.

Tudo já estava bem organizado mesmo nós sabendo que vai demorar para o dia chegar, afinal, decidimos fazer tudo só depois do nosso bebê nascer.

Foi então que vimos Marley sentar em um dos degraus da escada na frente do restaurante, sem nem se preocupar por estar sujo de areia e água.

– Ainda bem que tenho um pano guardado dentro do carro.- Katsuki resmungou.

Então, nossas sobremesas foram entregues e nós começamos a comer, revisando o olhar entre nós, a comida e a bela paisagem ao nosso lado.

Ela era parecida com a da praia onde o loiro me pediu em namoro, mas não me trazia os mesmos sentimentos, lembranças e pensamentos.

– Eu não gostava muito de praia até você me pedir em namoro numa.- Murmurei, fingindo não ver as bochechas dele ficarem vermelhinhas.

Depois que terminamos de comer, Katsuki pagou a conta e começamos a caminhar pela areia, às vezes pulando por cima das ondinhas junto com Marley.

Nijel não gostou nada disso.

– Amor.- Chamou, e eu olhei para ele.

Paramos de caminhar.

Então, o loiro deu alguns passos até parar na minha frente, colocou uma mão em cada ombro meu e olhou profundamente nos meus olhos, fazendo eu me sentir preocupada e ansiosa.

– Sei que tenho muitas coisas para declarar pra ti ainda, mas como não consigo me segurar, vou dizer uma delas;- Respirou fundo.- "Teu amor trouxe significado a todos os conceitos que eu tinha da palavra amar, foi o sentimento mais lindo que eu já tive a honra de viver".

Sorri e dei um beijo na sua bochecha, não ligando para o vento frio que passou por nós, pois o meu coração estava tão quente que conseguiu aquecer todo o meu corpo.

– E "você trouxe a paz que nunca ninguém soube me dar".- Falei abraçando ele.- Queria poder te dizer muitas outras coisas bonitas, mas eu sempre gostei de resumir o que sinto.

– Talvez porque você seja mais intensa do que eu.- Murmurou.

– Eu não sei, mas sei que sinto algo.- Olhei para ele.- Eu te amo.

– Eu também te amo.- Me deu um selinho.

Ele olhou para o mar, mas eu continuei com meus olhos vidrados nos seus, vendo-os brilhar por conta do brilho das estrelas na água, a qual também parecia estar refletida naquela imensidão vermelha.

Todas as vezes que fico olhando para Katsuki nesses momentos, sinto como se o tempo tivesse parado completamente e só nós estivéssemos existindo.

A minha mente aproveita para tirar uma foto mental dele, aguardando ela junto com as outras em um canto aberto das minhas lembranças - provavelmente vou pensar nela antes de dormir.

Ficamos mais um minuto na praia e fomos para o carro, onde tivemos um grande serviço de estender um pano nos bancos de trás antes de liberar Marley e Nijel para entrar.

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C

hegamos em casa e fomos direto tomar um banho, onde mais um fez trocamos carícias - mas nada de sexo, já tínhamos praticado até demais para pessoas que ficaram bons dias sem fazer.

– Já tem uma roupa para ir no casamento do Midoriya?- Ele assentiu.

– Eu não vou nem perguntar se você tem, porque sempre está preparada para essas situações.- Resmungou, e eu ri.

Ele colocou as mãos nos meus ombros e fez eu dar alguns passos para trás, tirando o condicionador do meu cabelo antes de dar um beijo na minha testa.

Levei as minhas mãos para o seu pescoço, puxando ele para debaixo do chuveiro comigo. Então, senti suas mãos descerem pelo lado do meu corpo e seus braços rodearem a minha cintura.

Nos encontrávamos em um abraço incrivelmente confortável e silencioso, mas ainda assim parecia descrever todos os nossos sentimentos e resumia todas as coisas que precisávamos dizer.

Ele desligou o chuveiro depois que as espuma dos nossos corpos saiu e começou a dar beijos no meu pescoço e ombros, sem - por algum milagre - tirar a fofura do momento.

Levei as minhas mãos para as suas costas, enterrando levemente o meu rosto no seu peitoral enquanto sentia aquele abraço se tornar cada vez mais apertado.

Era como se nós dois estivéssemos com medo de que, se esse abraço acabar, iremos nos perder completamente nesse mundo cheio de desafios, temendo por coisas ruins acontecerem com ambos.

Contudo, mesmo sabendo que isso pode não ser possível, também temos noção de que não só apenas nós dois iremos nos perder, mas nosso bebê também.

Quando nos soltamos, ele me deu um selinho demorado e depois segurou a minha mão enquanto saímos do box para nos secar e então vestir nossas roupas.

Por mais que eu tenha passado anos junto com Katsuki, agora me sinto extremamente mais próxima dele com essa gravidez - talvez seja por isso que algumas mulheres agradecem por terem tido os seus filhos.

Ao voltarmos para o quarto, peguei meu secador de cabelo, engatei o fio na tomada perto da cama e me sentei na beirada da mesma.

Katsuki, metido do jeito que é, arrancou o secador da minha mão e começou a secar os meus cabelos, passando a mão entre os fios da forma mais delicada possível para não me machucar.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora