19°- Perguntas

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Após algumas horas, eu e as mulheres saímos para almoçar.

Aliás, hoje a Momo não veio trabalhar. Jirou disse que ela tinha ido encher a cara numa festa a noite para tentar esquecer o que aconteceu HÁ DUAS SEMANA e acabou ficando na ressaca, então ficou em casa.

Nós sentamos na mesma mesa de sempre e começamos as trocas das fofocas. Nesse momento, me bateu uma vontade de contar sobre o que eu ouvi vindo da sala da Makima.

Mas venci essa vontade e fiquei apenas escutando os podres das meninas, às vezes até comentava sobre eles - só que apenas o necessário.

Então, repentinamente, senti alguém colocar as mãos nos meus ombros, e as mulheres olharam para quem estava atrás de mim e sorriram gentilmente.

– Será que eu posso me sentar aqui?- A voz de Midoriya atrás de mim fez o meu corpo todo arrepiar.

– Claro.- Mina falou dando de ombros.

Ele puxou uma cadeira e sentou-se entre mim e Jirou, depois elas continuaram fofocando, mas dessa vez com o esverdeado para acompanhá-las - fiquei até surpresa com isso.

Até que um assunto meio constrangedor começou.

–...e ainda por cima é virgem.- Jirou finalizou a sua fofoca.

– Porra.- Murmurou Mina.- Espera, tem alguém virem aqui? Porque se sim, acabou de ser ofendido.

– Eu não sou.- Uraraka ergueu as mãos como se estivesse se rendendo e ficou com as bochechas vermelhas.

– Eu também não.- Eu e Midoriya falamos em uníssono.

– Muito menos eu.- Mina deu de ombros.

– Nem eu.- Jirou bebeu um gole do seu suco.- A última vez foi semana passada com um cara que eu estava ficando.

– Eu também.- Mina cutucou ela com o cotovelo.

– Também, vocês duas tem o maior fogo no rabo.- Uraraka riu anasalado.- Minha última vez foi a dois meses atrás.

– Nossa, tá encalhada, só pode.- A rosada negou com a cabeça em decepção.

– Imagina eu, porque perto disso aí oito anos é pouco.- Resmunguei, e Mina bateu a mão na mesa enquanto arregalava os olhos.

– Sério?- Midoriya perguntou, e eu assenti com a cabeça.

– Como pode?!- Jirou bateu a mão na própria testa.

– Essa é a pergunta que não quer falar.- Uraraka concordou.

– É que é difícil achar um cara que me dê tesão ou faça eu sentir algo por ele.- Coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e senti as minhas bochechas esquentarem.

– Enfim, só para não te deixar constrangida, vamos para o Midoriya e depois mudamos de assunto.- Ashido encarou ele.

– Mais ou menos duas semanas.- Ele Respondeu e suas bochechas ficaram vermelhas.

– Fogo no cu.- Ochako cochichou para mim, fazendo eu rir.

E então o assunto acabou, pois a Mina começou a falar sobre uma prima dela que, como diz a rosada: "Fica querendo o mal dos outros para o bem dela e ainda se acha a mulher mais linda do mundo sendo que parece uma batata podre".

Rimos bastante nesse assunto, então depois de milhares de conversas e assim que terminamos de comer, fomos de volta para a empresa trabalhar - algo que poderia ter demorado mais um pouco para acontecer.

Quando eu estava chegando perto da sala da minha área de trabalho junto com Midoriya, Katsuki surgiu de dentro da mesma e encarou nós dois por um tempo.

Sentia um clima pesado surgir, as sobrancelhas de Bakugou estavam franzindo mais enquanto seus olhos se mantinham fixados em nós.

Contudo, tudo isso sumiu para mim quando Jirou - linda e salvadora da pátria - surgiu, segurou o meu pulso e me puxou para dentro da sala.

Dei uma última olhada para trás, percebendo que Katsuki já tinha ido embora, e Izuku também estava entrando no local.

A partir disso, soltei um suspiro de alívio por eles não terem socado a cara um do outro e olhei para frente, me dando conta de que Jirou havia parado de me arrastar e estava com uma cara desconfiada para mim.

– Você está gostando do Midoriya, né?- Sorriu malicioso.

– Não.- Afirmei.

– Fala sério, você está sempre com um sorriso gigante quando está com ele.

– E o que que tem?- Cruzei os braços.

– Cara, isso é uma prova de amor!- Me deu um empurrãozinho.- A gente, ou pelo menos a maioria das pessoas, se sente feliz quando estamos com a pessoa que amamos.

– Para com essas bobagens.- Resmunguei.

– Você acha ele bonito?- Começou a perguntar repentinamente.

– Sim.- Dei de ombros.

– Sente que vocês dois têm muitas coisas em comum?

– Mais ou menos.

– Acha que ele estaria com você quando mais precisasse?- Sorriu maliciosamente.

– Cara, por que está fazendo essas perguntas? Se eu estiver gostando de alguém, irei guardar para mim mesma, afinal, é algo pessoal meu.- Ela bufou.

– Olha, não adianta perguntar mais nada mesmo, já está na cara que você está gostando ou sentindo alguma coisa por ele.- Fez uma cara de cu.

– Porra, vai se fuder.- Virei as costas.- Vou ir trabalhar que eu ganho mais.

Quando fui caminhar na direção da minha mesa de trabalho, Jirou me segurou pelo pulso e se aproximou para falar no meu ouvido.

– Você não pode fugir disso, pode ser o seu destino.- Me soltou e mandou uma piscadela.

Fiquei encarando ela ir embora, depois fui até a minha mesa e me sentei na cadeira em frente a ela, começando a concluir que Jirou não sabe de nada, algo notado após a mulher ter falado de destino.

Passei as minhas mãos pelos meus cabelos e voltei a minha atenção para o que eu estava fazendo, o que é mais importante do que ficar pensando em amor - nossa.

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Saí da sala e fui ao banheiro, encontrando Midoriya no caminho conversando com Makima na maior tranquilidade e demonstrando serem ótimos amigos.

Assim que ele me viu, finalizou sua conversa com a mulher e veio na minha direção. Por conta disso, acelerei meus passos e entrei no banheiro feminino.

Então, comecei a me perguntar mentalmente o que eles dois poderiam ter, tipo: será que eles são namorados? Ou amigos? Parentes? Não, um não tem nada haver com o outro.

Tinha até perdido a vontade de fazer pipi por conta de todo esse problema, mas tive que disfarçar tudo quando Mina surgiu.

Ela sorriu para mim enquanto lavava as mãos e em seguida saiu do banheiro, aproveitei para prestar atenção se a rosada iria conversar com alguém - o que foi confirmado.

Fiquei andando de lá para cá no banheiro, tudo para não sair dali e acabar soltando uma daquelas perguntas idiotas para Midoriya, pois podemos acabar entrando em um climão e…

Saí do banheiro, foda-se.

Ele estava me esperando, e isso fez as minhas bochechas se avermelharem - cara, as vezes eu tenho vontade de me esfaquear por ser desse jeito, toma no cu.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora