129°- Um romântico

97 8 1
                                    

Saí do banheiro com uma toalha enrolada no meu corpo e outra no meu cabelo, encontrando Katsuki deitado na cama de barriga para cima. Ele estava encarando o teto, mas logo olhou para mim e sorriu.

– Chegou a melhor hora.- Disse se sentando.

Rio e vou até o guarda-roupa, o qual fica na frente da cama. Então, quando desenrolei a toalha do meu corpo e a deixei cair no chão, escutei Katsuki suspirar e rir de forma maliciosa.

– Você é um tarado.

– Um tarado é alguém que não tem amor e nem respeito pela mulher. E eu tenho isso por você.- Afirma.

Me virei para ele e sorri surpresa.

– Então, safado seria o quê?- Coloquei as mãos na cintura.

– Seria alguém que não tem valor e não consegue fazer um trabalho ou algo com o mínimo de decência.

Nesse momento, já não sabia se ele estava sendo irônico ou não.

– E você seria o quê?- Cruzo os braços.

– Eu sou um romântico.- Respondeu, e eu ri.

Comecei a me vestir, sentido os olhos de Katsuki vidrados no meu corpo e fingindo não ouvir seus diversos suspiros. Então, quando estava prestes a vestir minha bermuda, ele bateu com força e rapidez na minha bunda.

– Katsuki.- Falei brava e virando para ele, o qual fingia estar dormindo.

Após terminar de me vestir, subi na cama e comecei a fazer cócegas em Katsuki, que precisou enterrar a cara no travesseiro para abafar sua gargalhada. Só parei quando o homem segurou minhas mãos e “girou”, ficando sobre mim.

– Você não tem noção das atrocidades que eu queria estar fazendo contigo agora.- Disse de forma maliciosa e baixinha no meu ouvido.

– E nem quero ter.- Mordo de leve a sua bochecha.

– Nossa, malvada.- Deitou de volta no seu lugar e olhou para o teto.

Sorri e abracei. Fiquei um bom tempo apenas admirando cada detalhe do seu rosto, mas em boa parte focava apenas nos seus brilhantes olhos vermelhos. Nisso, percebo suas bochechas ficarem vermelhas.

– O que foi?- Pergunto e passo a mão na sua franja.

– É só que eu fico nervoso com você me olhando tanto assim.- Respondeu levando sua atenção para mim.

Sorrio e lhe dou um beijo rápido.

– Espero que o nosso filho fique extremamente lindo como você quando crescer.- Afirmei.

– {Nome}, você fala como se eu fosse o único gostosão dessa, sendo que você também é uma gostosa e linda do caralho.- Apertou minha bochecha.

– Eu não preciso que me falem, porque já sei disso.- Sorrio convencida, e ele fez uma cara de indignado.

– Independente.- Resmungou.- Tenho certeza de que se Katsu puxar a beleza de nós dois, vai ser o cara mais lindo desse mundo

A partir disso, fico em silêncio e pensativa.

– Confesso que isso me dá um pouco de medo.

– Por quê?

– Porque significa que não vai demorar muito para ele trazer uma nora aqui em casa.- Faço bico, e ele ri.

– Você está sofrendo muito adiantado, {Nome}.

– Foda-se, é bom pensar nos acontecimentos futuros também.

Ficamos conversando por mais algumas horas, até que decidimos dormir. Me virei de costas para Katsuki, e ele me abraçou por trás, tirou os cabelos que tampava meu pescoço e deu um beijo no mesmo.

– Boa noite.- Sussurrou.

– Boa noite.

Bocejei e senti a mão do homem deslizar para debaixo da minha camisa, mas ele não fez nada além disso. Então, deixei que o sono tomasse conta de mim e dormi.

☾︎❦︎☽︎»»»»»»»»»»»☾︎❦︎☽︎

☦︎༄Dia seguinte.
☦︎༄10:34.

Estava fazendo o almoço, quando Kota desceu as escadas, entrou na cozinha e se aproximou de mim para mostrar o seu desenho de jardim.

Não tinha mandado ele para a escola hoje, pois percebi durante a noite que o garoto não participava da maioria dos momentos que eu e Katsuki tínhamos com o bebê. Então, agora teria essa oportunidade.

– Ficou muito lindo.- Afirmei, e ele sorriu.

Ele recém tinha ficado comigo no quarto para fazer Katsu dormir. Cheguei a rir do seu nervosismo quando acariciou um pouco o rosto do bebê, o que fez suas bochechas ficarem vermelhas.

– {Nome}, quando Katsu crescer, vou ensinar ele a desenhar como eu.- Afirmou puxando uma cadeira e sentando.

– Acho bom mesmo.- Brinquei.

Kota riu e ficou quieto por um tempo.

– {Nome}.- Chamou.

– Diga.

– O que vai acontecer com a floricultura?- Perguntou murmurando, e eu virei para ele.

– Bom, vai demorar alguns meses para poder abrir novamente e voltar ao ritmo, mas não se preocupe com isso agora.- Respondi e baguncei seus cabelos.

Foi então que vi Katsuki descer as escadas vestindo suas roupas de frio para sair. Havia caído uma grande nevasca durante a noite e ainda nevava um pouco. As estradas devem estar bem lisas.

– Eu preciso ir ver o túmulo do meu pai.- Murmurou Katsuki se aproximando de mim.- Prometo não demorar.

– Será que eu posso ir junto?- Perguntou Kota, e o homem negou.

– Preciso de um macho alfa para cuidar das mulheres enquanto estou fora.- Mandou uma piscadela para ele.- Enfim, vou indo.

– Me liga caso aconteça qualquer coisa, tá?- Sorri.

– Pode deixar.- Me deu um beijo rápido e saiu.

Assim que escutei o barulho do carro ligar, soltei um suspiro enquanto voltava minha atenção para a comida. Não estava com um pressentimento bom, mas não poderia fazer nada.

Nisso, Nijel surgiu e começou a se esfregar nas minhas canelas ronronando, parece ter sentido meu medo de longe. Me abaixei e comecei a dar tapinhas leves nas suas costas, o que fez ele miar de satisfação.

Sorri e voltei para as panelas.

– Eu vou voltar a desenhar.- Avisou Kota.

– Tá bom, quando o almoço estiver pronto vou lá te chamar.

A partir disso, escuto ele sair correndo da cozinha antes de subir as escadas bem devagar para não acordar Katsu. Foi então que, para ficar comigo e Nijel, Marley também apareceu e sentou perto do gato.

Isso me lembrou que eu precisava levar os dois no pet shop, porque depois de vários meses cheios de tarefas, devem estar precisando de um bom banho e um longo check up.

Deixei as panelas sozinhas e chamei os dois para vir comigo, em seguida trocando suas comidas e colocando alguns petiscos juntos, só para agradecer a eles por ficarem comigo quando estou sozinha.

– Vocês são melhores do que muitos seres humanos.- Murmurei colocando as mãos na cintura e vendo eles comer.

Foi então que escutei meu celular tocar em algum lugar da coxinha, fazendo eu pensar em Katsuki imediatamente antes de correr procurá-lo para atender. Graças aos céus, estava logo em cima da mesa.

Peguei o telefone e quando vi que era mesmo o homem, senti como se meu coração fosse sair pela boca. Atendi nervosa.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora