Nesse momento eu estou do lado de fora da sala do hospital onde Kota está. Katsuki sentado no meu lado esquerdo, enquanto a preocupação está no outro.
– Eu deveria ter aparecido mais tarde.- Resmungou o loiro passando a mão pelos seus cabelos.
– A gente não sabia que isso iria acontecer, cara.- Cruzei meus braços.- Obrigada por tudo e me desculpe por ter feito toda aquela cena por causa das malas.
– Deixa isso quieto.- Deu de ombros.- Estavam almoçando naquela hora, né?
– Sim.
– Ata.- Se levantou.- Eu vou lá no seu apartamento limpar tudo e deixar a comida quente para vocês terminarem de comer.
– Não precisa.- Segurei a camisa dele quando tentou se distanciar.
– Deixa de ser teimosa, porra.- Fez eu lhe soltar e foi embora.
Agora estou sozinha, sentindo culpa por não ter servido Kota e depois ido atender a porta, por ser tão teimosa que não aceita a ajuda das outras pessoas quando preciso.
Eu sinto que estou sempre incomodando as pessoas quando elas vêem os meus problemas e tentam me ajudar, parece que eu sou fraca e não consigo lidar com nada sozinha.
Queria ter alguém para conversar sobre isso, que entenda essa minha sensação.
Entretanto, agora só quero saber como o meu primo está, porque a culpa é minha por não ter prestado atenção, não ter sido mais cuidadosa…
Soltei um suspiro e levei meu olhar para um médico que se aproximava de mim, o qual parou perto de mim e sorriu, fazendo eu me levantar.
– Ele está em coma no momento, foi bem rápido para pararmos o sangramento.- Me entregou um papel.- Tiramos os cacos de vidro que encontramos nas mãos dele e fizemos um tratamento antes de enfaixar elas.
– Ele está bem pelo menos?- Perguntei, e o médico assentiu com a cabeça.- Que bom, e para que é isso?- Balancei o papel.
– É para o seu marido ou namorado que estava a pouco tempo.
– Aquele cara é meu chefe.- Resmunguei, e o homem riu sem graça.
– Me desculpe, mas enfim, ele pagou toda a consulta e também os remédios e pomadas necessárias para a recuperação do menino, que no caso estão listados aí na folha.- Apontou para a mesma.
– Puta que pariu.- Bati na minha própria testa.- Obrigada, então.
– De nada, quando ele acordar logo será liberado.- Falou e virou as costas, indo para um corredor e sumindo da minha visão.
Foi então, que senti alguém dar algumas cutucadas com o dedo no meu ombro, fazendo eu me virar no mesmo momento e sentir meu coração palpitar ao ver o belo homem atrás de mim.
Ele possuía cabelos encaracolados e de tom esverdeado, assim como seus olhos. O sorriso gentil que havia no seu rosto, fez eu perder a noção das coisas por meros segundos.
Mano, que cara gosto-
– Licença.- Balançou a mão na frente dos meus olhos rindo.
– Opa, foi mal.- Ri sem graça e senti as minhas bochechas esquentarem um pouco.
– Você é a {Nome}, né?- Arqueou uma sobrancelha.
– Sim, por quê?- Fiz uma cara confusa quando ele me estendeu a mão.
– Eu sou Izuku Midoriya, sou seu futuro colega de trabalho.- Coçou a nuca com a outra mão.
– Ah, que legal.- Apertei sua mão, sentindo meu coração errar uma batida e a minha mente gritar: "É TRETAA!".
– Sim, eu tinha visto o carro do Katsuki sair daqui e estranhei, daí acabei entrando e te vendo.- Comentou.- Queria muito te conhecer pessoalmente, pois só te vi pelas fotos mostradas pela secretária do Bakugou.
– Entendi.
– E, só pela curiosidade e se não quiser falar tudo bem, mas o que houve para estarem aqui?
– Meu primo se machucou na cozinha.- Murmurei me lembrando do acontecido.
– Poxa.- Falou baixinho e com desânimo.- Posso ficar com você até ele sair?
– Claro.- Sorri e nos sentamos nas cadeiras de espera.
Ficamos conversando tanto que eu nem vi as horas passaram, tendo noção disso apenas quando olhei para Kota vindo na minha direção e me abraçando com força e carinho.
Quando nos soltamos, o menino revisou o olhar entre mim e o Midoriya, em seguida me encarou com uma cara de "quem é esse cara?".
– Ele é meu futuro colega de trabalho, Izuku Midoriya.- Afirmei, e o mesmo concordou com a cabeça.
– Entendi.- O menino resmungou olhando para o homem de cima a baixo.- Só vou gostar de você se nós der carona para irmos embora desse caralho.
– Opa, cadê a gentileza?- Perguntei lembrando de quando ele me acordou.
– Tá na casa do cacete.- Cruzou os braços, e o esverdeado riu.
– Bom, como não quero ninguém de mal comigo, vamos?- Se levantou, e eu assenti com a cabeça ficando de pé também.
Peguei Kota no colo e saímos do hospital, indo até o carro de Midoriya. Então, coloquei o menino no banco do passageiro logo atrás de onde eu sentei em seguida.
Assim que todos nós havíamos entrado no carro e colocando o cinto de segurança, Izuko saiu do estacionamento e nos levou de volta para casa conforme as minhas instruções dadas até lá.
Contudo, quando chegamos no prédio, me lembrei que Katsuki ainda poderia estar lá e com certeza, mesmo não tendo falado nada, ficou responsável por ir ficar comigo e nos levar de volta para o apartamento.
A partir disso, enquanto estávamos dentro do elevador, sentia que algo de ruim estava prestes a acontecer.
Só que tudo pareceu ficar tranquilo quando Midoriya colocou a mão no meu ombro e ficou olhando para mim, como se conseguisse sentir a minha tensão e estivesse tirando a mesma do meu corpo.
– Tá tudo bem?- Perguntou, e eu assenti com a cabeça abrindo um sorriso no meu rosto.
Ao chegarmos no apartamento, eu abri a porta e dei espaço para o esverdeado e Kota entrarem. Então, pedi para o menino levar o homem para a sala de estar enquanto eu ia ver algo na cozinha, de onde conseguia ouvir barulhos de panelas e pratos.
Quando cheguei no cômodo, encontrei Katsuki secando e guardando a louça, o qual rapidamente percebeu a minha presença e ficou me encarando confuso
– Como chegaram aqui?- Questionou deixando o pano em cima da pia.
– É-
– Eu trouxe eles.- Midoriya disse aparecendo na cozinha.
Olhei para Kota pelo canto do olho, o qual fez uma cara de "eu tentei" para mim e saiu do cômodo, demonstrando que também sentia a merda vir.
Bakugou franziu o cenho para o esverdeado e depois voltou sua atenção para mim.
– Era só ter avisado que eu iria ir buscar vocês.- Disse ríspido.
– Eu sei, mas não queria incomodar, além de que Midoriya já estava lá e tudo mais.- Falei meio nervosa.
– Me desculpa, eu…- Izuko se aproximou gentilmente do loiro, que deu alguns passos de distância.- Tá bom então…- Desanimou.
– Já vou indo, então.- Katsuki jogou o pano em cima da pia com raiva.- Já ajudei demais e parece que não serviu para nada.
O loiro saiu da cozinha em passos pesados, e a última coisa que escutei dele foi quando se despediu de Kota, isso antes de sair do apartamento e fechar a porta com brutalidade.
– Vocês já namoraram alguma vez?- Midoriya perguntou do nada.
– Não.- Respondi sem entender.
– Que estranho, parece que ele ficou com ciúme de você comigo.- Colocou as mãos na cintura.
– Não é isso, é que cansa ajudar os outros e perceber que eles não estão nem aí para isso, como eu fiz com ele.- Murmurei.

VOCÊ ESTÁ LENDO
𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢
Fanfiction🥇#katsuki 🥇#bakugou 🥇#katsukibakugou Narrado pela própria protagonista. {Nome}, uma mulher que sempre foi dedicada ao seu trabalho, mas após um tempo as coisas começaram a sair fora do controle. Não conseguia mais acordar cedo e acabava se atra...