Já havia passado mais ou menos trinta minutos do horário que eu normalmente iria sair. Precisava arrumar as coisas e deixar tudo pronto para amanhã - algo que deixei de fazer esses dias.
Estava no escritório ajeitando a minha mesa quando meus olhos pararam num quadro de mim e Katsuki. Havíamos tirado a foto na praia da minha cidade Natal, quando ele definitivamente me pediu em namoro.
Sorri e passei as mãos nos meus cabelos, essa hora provavelmente ele deve estar em casa, assistindo televisão ou fazendo algo para comer enquanto espera eu voltar.
Vai ser bom ter a presença dele de volta lá.
Foi então que a minha paz sumiu. Escutei a porta da frente ser forçada a abrir e em seguida o barulho alto de vidro quebrando. Meu coração começou a palpitar fortemente.
Nisso, escutei barulhos de passos lentos por cima dos vidros, fazendo eu desligar a luz e fechar a porta antes de trancá-la de uma forma nervosa, pois as chaves pareciam escorregar pelos meus dedos.
Dessa forma, comecei a dar passos para trás e tampei a minha boca, pois sentia que a minha respiração estava mais alta que os barulhos dos passos se aproximando.
Rapidamente, peguei meu celular e corri até o armário do canto da sala, onde ainda não tinha colocado as coisas que queria. Então, me acomodei com cuidado nele e o fechei, trancando-o por dentro.
Liguei o telefone e mandei mensagem para Katsuki, pedindo para ele mandar a polícia para cá. Contudo, comecei a ficar nervosa, pois o loiro não estava visualizando.
Nisso, a porta começou a ser forçada a abrir - a cada batida as coisas ficavam mais agressivas, chegando até a quase arrancar a maçaneta da porta.
Foi então que tudo silenciou por um tempo, e meu telefone vibrou, iluminando a tela mostrando uma mensagem de Katsuki. A partir daquela hora, me senti mais aliviada.
Entretanto, barulhos altos começaram a ecoar pela loja. Eram como vidro quebrando, vasos jogados em todos os lados, armários sendo forçados a cair no chão, entre outros estrondos.
Meu coração voltou a acelerar, então passei a mão na minha barriga e fechei meus olhos, querendo que tudo aquilo acabe o mais rápido possível.
Então, de repente, meu celular começou a tocar, fazendo com que o toque ecoasse por todo o escritório - consequentemente, parando os barulhos lá de fora.
Peguei meu telefone e tentei desligar o mais rápido possível, mas as minhas mãos tremiam tanto de medo que mal conseguia manter ele firme na minha mão.
Katsuki era quem ligava.
Desliguei o telefone e comecei a chorar quando a porta começou a tentar ser aberta novamente, dessa vez, com mais ódio e rapidez.
Tampei os meus ouvidos e fechei meus olhos firmemente, sentindo uma lágrima escorrer pela minha bochecha e pingar na minha perna direita, a qual estava tremendo sem parar.
De repente, escutei a sirene da polícia. As batidas na porta pararam, e pude ouvir passos rápidos por cima dos vidros.
Abri meus olhos e soltei todo o ar que tinha segurado, em seguida pegando a chave, destrancando e abrindo lentamente o armário antes de arrastar e dar uma olhada para a sala.
Havia buracos grandes na porta, fazendo eu concluir que se tivessem demorado mais um pouco, teria sido o meu fim.
Dessa forma, pude ver uma sombra parar atrás da mesma…era Katsuki. Me levantei e fui até lá, abrindo a porta e no mesmo instante recebendo um abraço extremamente cuidadoso dele.
– Você me deixou preocupado pra caralho.- Disse com sua respiração pesada no meu pescoço.- A polícia está atrás da pessoa, conseguimos ver ela fugindo quando estávamos chegando.
– Que bom.- Murmurei.- Eu acho que se vocês tivessem chegado um pouco mais atrasados-
– Não pense nisso.- Me interrompeu.- Vamos para casa, você precisa comer e se cuidar, além de também cuidar do nosso filho.
Saímos do abraço, ele segurou a minha mão e me levou para fora da floricultura, avisando todas as vezes onde estavam os cacos de vidros ou algo do tipo.
Durante o caminho, pude ver o grande estrago que havia acontecido. Tinham coisas estragadas que eu nem tinha terminado de pagar, o chão estava cheio de barro por conta da terra dos vasos.
Comecei a chorar, porque o nosso custo só iria aumentar e tinha muito dinheiro jogado fora em cada estrago dali.
Passei pelo meu carro e pude ver os pneus furados. Seja lá quem fosse, tinha muita noção de que eu estava ali e poderia ter me machucado se tivesse conseguido entrar no escritório.
Entrei no carro de Katsuki e coloquei as mãos no meu rosto, começando a chorar desesperadamente pelo medo que sentia e já vendo o custo que iria dar todo aquele estrago.
Senti uma das mãos do loiro nas minhas costas, a acariciando de forma gentil enquanto me dava beijos na cabeça.
– Você tem bastante economizado no cofre dali, não é?- Perguntou repentinamente, e eu assenti com a cabeça.- Tá bom, com esse dinheiro e mais com o meu, iremos ajustar tudo.
– Mas e se não der certo? Não compramos nem as coisas para o nosso filho ainda.- Olhei para ele.
– Vai dar tudo certo. Irei trabalhar mais e até vou atrás de uns trampos para o final de semana.- Deu um beijo na minha testa.
– Não se sacrifique, por favor.- Coloquei as mãos no seu rosto.
– Eu faço tudo por vocês, {Nome}.- Olhou no fundo dos meus olhos e sorriu.
Ele me deu um último selinho antes de se ajeitar para irmos para casa. Coloquei os sinto e arregalei os olhos ao ver alguns carros da polícia vindo para cá, esses que pararam na frente da floricultura.
Não pude saber o que aconteceu mais, pois Katsuki ligou o carro e fomos embora, me deixando cada vez mais distante daquele caos, esse que ainda preciso enfrentar.
Mordi meu lábio inferior e olhei para Katsuki, esse que me olhou rápido e colocou sua mão na minha coxa, a acariciando gentilmente com o polegar.
– E o Kota?- Perguntei.
– Está em casa dormindo. Ele se lembrou que amanhã sua suspensão iria acabar.- Respondeu.
– Eu tinha me esquecido completamente.- Murmurei.
Quando chegamos em casa, Katsuki saiu do carro e deu a volta antes de abrir a minha porta, me ajudando a sair e segurando a minha mão enquanto trancava o automóvel.
– Vou colocar algo para assistir, depois irei fazer alguma coisa para você comer.- Falou destrancando a porta.
– Você não precisa fazer isso.- Murmurei enquanto ele me levava para dentro de casa.
– Precisa sim.- Fechou e trancou a porta atrás de mim.- Vou melhorar o nosso relacionamento assim.
Ele me abraçou por trás e passou a mão na minha barriga, deixando que eu deitasse a minha cabeça no seu ombro antes de dar beijos no meu pescoço.
– Você é incrível, Katsuki.- Murmurei.
– Eu sei, mas se não fosse por você, seria muito menos.- Sussurrou.
Então, nos soltamos. Me sentei no sofá enquanto via ele ligar algo para assistir. Em seguida, sorrindo igual boba pelo beijo rápido que o loiro me deu antes de ir para a cozinha.
Meus olhos seguiram ele até o outro cômodo, e a minha mente se iluminou lembrando da falta que ele fez nessa casa durante esses dias.

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𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢
Fiksi Penggemar🥇#katsuki 🥇#bakugou 🥇#katsukibakugou Narrado pela própria protagonista. {Nome}, uma mulher que sempre foi dedicada ao seu trabalho, mas após um tempo as coisas começaram a sair fora do controle. Não conseguia mais acordar cedo e acabava se atra...