16°- Traição

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Certo, Jirou me mostrou todas as pessoas do lugar e apontou para onde eu iria ficar, para onde segui sozinha após me despedir da mulher.

Me sentei na cadeira, relaxando ao sentir o quão confortável era, e dei uma mexida no mouse para ligar o computador.

Foi então que surgiu uma aba pedindo o meu nome completo e uma senha de funcionário para confirmar. Franzi o cenho sem entender e peguei meu celular na minha bolsa, em seguida mandando mensagem para Katsuki.

Oi, entrei em um computador e ele pediu meu nome completo e uma senha de funcionário, o que eu faço?-

Ele demorou um pouco, até enfim responder.

~A é, esqueci de te dizer sobre isso, a sua senha é ******
~Não mostre ela para ninguém
~É só isso?

Sim, obrigada.-

Desliguei meu celular e deixei o mesmo de canto, depois coloquei o que as coisas que aquela aba pedia, então mais uma surgiu dizendo:
"Bem vinda, {Nome} {Sobrenome}!".

Com isso, senti um sorriso surgir no meu rosto e comecei o meu trabalho - o qual era discar alguns documentos e imprimir outros que me mandavam, algo fácil para quem já trabalhou em coisa pior.

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A hora do intervalo chegou, e eu só descobri isso porque Jirou veio até mim e me convidou para sair para comer junto com ela e as outras mulheres - as quais também eram as minhas colegas: Mina, Uraraka e Momo.

Por sorte, eu havia trazido dinheiro para esse caso, então fui junto com elas para um restaurante perto dali. Escolhemos uma mesa que possuía cadeiras para todas nós e nos acomodamos.

Pedimos a comida que queríamos depois de olharmos o cardápio, ficando surpresa ao perceber que eu e a Uraraka dividimos a mesma mente depois de comentarmos sobre tudo aquilo ser muito caro.

Então, começaram a fofocar sobre as coisas daquela empresa. Eu fiquei quieta em todas elas, pois era novata e com essas informações poderia saber com quem me envolver ou não.

Entretanto, um assunto me chamou muita atenção, o qual apareceu como se tivesse a intenção de fazer eu falar alguma coisa.

– Mano, eu tenho ódio da Makima, puta que pariu.- Afirmou Mina irritada.

– Verdade, ela fica se achando a demais, sendo que nem é tudo o que fala.- Momo bufou, e eu concordei com a cabeça.

– Notei isso quando estava em um avião junto com ela.- Murmurei.

– No início ela foi até gente boa comigo, mas depois que me chamou de pobre…- Respirou fundo.- Melhor eu nem comentar.

– É, eu não posso dizer nada, porque já nem tento me aproximar dessa mulher por conta do que falam dela.- Jirou bebeu um gole de suco de uva do seu copo.

– Sorte sua.- Falamos em uníssono para ela e depois todas rimos.

Estava feliz por perceber que não era só eu que pensava aquelas coisas da Makima, pois teria me sentido muito mal por ter que fingir concordar caso elas tivessem dito coisas boas dela.

Enfim, assim que terminamos de almoçar, ficamos conversando por mais um tempo, depois fomos para dentro do prédio e voltamos para a nossa área de trabalho após alguns minutos.

Entretanto, quando entramos lá, demos de cara com Makima beijando um bicolor, o qual parecia estar gostando muito disso, já que passava as mãos pelo corpo da mulher na maior tranquilidade do mundo.

Mas o mais cara de pau de tudo, é que mesmo eles tendo percebido a nossa presença naquele caralho, continuaram se beijando e quase começando uma transação.

Então repentinamente, Momo começou a chorar e saiu correndo dali, fazendo todas nós entramos em desespero e irmos atrás dela o mais rápido possível - Mina teve até que levar seus sapatos na mão para isso.

Ela entrou no banheiro feminino e se sentou no canto do mesmo, abraçando suas pernas e enterrando seu rosto entre os joelhos chorando desesperadamente.

Eu não sabia de nada, mas tinha certeza de que aquele cara tinha alguma relação com Momo para ela ficar daquele jeito. Entretanto, não tinha liberdade para perguntar, já que mal havia chegado na empresa.

Jirou pareceu ficar muito irritada com isso, tanto que até pensou em ir atrás da Makima para socar a cara dela - algo que eu também queria fazer -, só que a impedimos, pois seria muito arriscado e estávamos em horário de trabalho.

– Ele é um merda!- Gritou Momo.

– Não só ele, aquela vagabunda da Makima também!- Jirou deu um soco em cima da pia.

Eu, Mina e Uraraka fomos até Momo e começamos a conversar com ela, dizendo que a mesma é incrível e não precisa de macho para viver, mas a mulher não parecia se convencer.

Nisso, soltei um suspiro e me ajoelhei na sua frente, segurando seu rosto com a suas mãos para poder olhar no fundo dos seus olhos e ter toda a sua atenção para mim.

– Eu não sei nada sobre o que você e aquele merda são,  mas "você precisa entender que não vale a pena sofrer por ninguém nesse mundo".- Afirmei e sorri.

– Mas dói muito, {Nome}.- Fungou o nariz.

– Sim, só que "no fim das contas, você supera. Mesmo que não acredite. Você vai descobrindo, vai crescendo, vai vivendo, e quando percebe, já foi. Já passou. Acabou".- Acariciei sua bochecha com o meu polegar.

Ela ficou em silêncio por um tempo, então soltou as suas pernas e me abraçou fortemente, enterrando o rosto na curvatura do meu pescoço e terminando de chorar o tanto que queria.

Após alguns minutos, ela se levantou, lavou o rosto e refez sua maquiagem. Então todas saímos do banheiro e voltamos para a área de trabalho, onde todos os outros funcionários já estavam, menos o bicolor.

Mesmo assim, cada uma foi para a sua mesa e continuou seu trabalho.

Enquanto isso, eu ainda me perguntava qual poderia ser o nome daquele cara e como ele teve coragem de fazer aquilo com uma mulher incrível e bonita como a Momo.

Tem homens que são muito idiotas, puta que pariu.

Contudo, foi eu pensar nisso que senti alguém colocar suas mãos em cada ombro meu e começar a fazer uma massagem super relaxante em mim.

Eu olhei para trás imediatamente, pensando que poderia ser o sei lá da Momo tentando fazer merda de novo, mas na verdade era apenas o Midoriya com o mesmo sorriso de sempre.

Então, começamos a conversar normalmente, mas tivemos que parar na metade quando Katsuki surgiu na sala e me chamou, encarando mortalmente Izuku enquanto eu me distanciava do mesmo.

Quando já estava lá fora da sala, o loiro olhou para mim e me entregou alguns papéis e uma sacola - a qual abri e vi os remédios e pomadas do Kota que ele havia mencionado. 

– Obrigada.- Sorri.

– Eu irei te levar para casa e já aproveito para ver como ele está.- Cruzou os braços.- A Makima me contou que você e as outras ficaram a maioria do tempo no banheiro ao invés de trabalharem, por quê?

– É que algo ruim aconteceu com uma mulher, então eu e as outras fomos apoiar ela.- Coloquei uma das minhas mão na cintura.

– Como assim? O que foi esse "algo ruim"?

– Bom, isso você tem que perguntar para a Makima.- Dei de ombros.

– Para que se posso perguntar para você?

– Porque se eu contar, quem vai ficar  com a cara taxada de mentirosa sou eu.

( Frases com " foram tiradas do Pinterest )

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