𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢

89°- Surpresa

☦︎༄Sábado.
☦︎༄10:36.

Termino de ajeitar o que deveria e escuto uma buzina na frente de casa, então dou uma espiada pela porta que vai para a sacada do quarto e vejo Katsuki saindo rapidamente rapidamente do carro se Kirishima.

Isso fez meu coração se acelerar, fazendo eu automaticamente entrar em dentro do guarda roupa e fechar a porta do mesmo, tampando a minha boca para não começar a rir de nervosismo.

Comecei a escutar passos lentos subindo as escadas - provavelmente porque está seguindo as marquinhas de pés amarelos que fiz no chão - até chegar no quarto.

Percebi que ele parou de andar, já deve ter visto o sapatinho amarelo de bebê em cima da cama, junto com algumas roupinhas espalhadas pela mesma e uma carta.

Saber disso fez eu sentir uma vontade imensa de mijar por conta do tempo no qual eu estava segurando para não rir.

Foi então que senti meu celular tocar no bolso da minha calça moletom, fazendo eu arregalar os olhos enquanto me agilizava para tentar pegar o mesmo e desligar.

Quando olhei para a tela do telefone, arquei uma sobrancelha numa expressão confusa, pois o nome de Katsuki estava na tela. No mesmo instante, a porta do guarda roupa começou a se abrir.

Olhei para o mesmo quando já podia vê-lo por inteiro, sentindo meu corpo todo arrepiado ao ver um sorriso incrível no seu rosto enquanto lágrimas deixavam um rastro pelas suas bochechas levemente vermelhas.

Ele deu um passo lento para trás para deixar eu sair e desligou a chamada, fazendo o silêncio reinar por todo o quarto até Nijel entrar no quarto miando baixinho.

Então, olhei para o gato na tentativa de quebrar aquele contato visual com o loiro, pois era como se ele estivesse sugando toda a minha alma com aqueles seus olhos vermelhos incrivelmente cintilantes.

Nisso, senti as mãos dele passar por debaixo da camisa que peguei dele, segurando a mesma para cima para olhar a minha barriga enquanto fazia movimentos circulares com o polegar no meu umbigo.

- Estou começando a me sentir em um sonho novamente.- Essa fala fez eu levar a minha atenção para ele.

Sendo assim, o homem levou suas mãos para a minha cintura e chegou perto de mim o bastante para que nossos corpos se colarem e fosse possível sentir a respiração um do outro.

Levei as minhas mãos para o seu pescoço, acariciando seu maxilar antes de puxar Katsuki para um beijo paciente, gostoso e cheio de sentimentos, o qual se misturava com as lágrimas de alegria que começaram a escorrer de nossos olhos.

Quando paramos de nos beijar, ele ainda estava com aquele lindo sorriso no rosto, fazendo eu me sentir a mulher mais incrível do mundo por ser a única a conseguir fazê-lo surgir.

Ele olhou para as coisas na cama, me soltou e se aproximou das mesmas, mexendo nelas como se fossem de vidro e qualquer toque em falso pudesse despedaçar.

Sinto que vai ser assim quando o bebê nascer.

A partir disso, vi que ele estava encarando profundamente a carta, me deixando preocupada por talvez ter escrito algo de errado mesmo tendo revisado diversas vezes.

- Um mês.- Sussurrou.- É uma pena faltar tantos meses para nascer ainda.

Cheguei perto e lhe abracei por trás. Então, suas mãos deslizaram pelos meus antebraços e até chegar nas minhas, as quais começou a acariciar.

- Vamos precisar de paciência.- Murmurei.- Tenho certeza de que você consegue.

- Vou tentar se eu não morrer de ansiedade antes.- Falou de forma irônica, e eu dei um soquinho nas costas dele.

Senti algo peludo se esfregar nas minhas canelas enquanto voltava a miar sem parar. No mesmo instante, olhei para baixo, soltei Katsuki e peguei o gato no colo.

Cheirei levemente ele e franzi o cenho; preciso levar Nijel tomar um banho no pet shop.

- Vai querer o que de almoço?- Katsuki perguntou se virando para mim.

- Podemos ir naquele restaurante mais uma vez.- Dei de ombros largando o gato.

- Melhor não.- Se aproxima mais uma vez de mim.- Conheço um lugar muito mais legal, principalmente para festejar a nossa nova conquista.- Colocou a mão na minha barriga.

- Você está se emocionando demais.- Rio vendo ele fechar a cara.

- Quero aproveitar, {Nome}.- Leva sua mão para o meu rosto, acariciando minha bochecha com o polegar.- Agora, por favor, vai trocar de roupa.

Ele sorri de canto, dá um beijo na minha testa e depois vai para o banheiro. Me deixando paralisada no quarto enquanto tento entender em que momento suas palavras convenceram a minha mente.

Da mesma forma, levei a minha atenção para o guarda roupa e comecei a mexer nas minhas roupas, pegando um vestido vermelho, o qual tenho certeza que não irá mais servir depois de um tempo.

Assim que me vesti, fiquei me olhando no espelho, passando as mãos nas curvas do meu corpo sem conseguir me imaginar com outro, mas feliz com motivo pelo qual irei estar sofrendo por essas mudanças.

Ao sair do banheiro, Katsuki ficou me olhando de cima a baixo da porta do banheiro, em seguida se aproximou de mim e segurou meu cabelo para cima em um rabo de cavalo.

Então, ele começou a espalhar beijos molhados pelo meu pescoço enquanto ainda mantinha seus olhos em mim pelo espelho, deixando todo o meu corpo arrepiado.

Assim que parou de me provocar, sorriu de canto pela reação do meu corpo e saiu do cômodo, fazendo eu ficar paralisada e sozinha mais uma vez.

A partir disso, fui até a minha sapateira, peguei um salto da mesma cor do meu vestido e sentei na cama para colocá-los, rindo anasalado por cambalear um pouco quando me levantei.

Ajeitei o meu cabelo de uma forma bonita, passei uma maquiagem básica só para dizer que me esforcei para me arrumar e sorri o meu reflexo no espelho.

Em seguida, saí desfilando do quarto, descendo as escadas da maneira mais cuidadosa possível enquanto sentia um par de olhos seguir cada movimento meu.

Quando cheguei na sala de estar, Katsuki estava parado ao lado do sofá, de braços cruzados e me olhando como se eu fosse a joia mais cara do mundo.

- Não sei porque você quer festejar isso em um lugar caro sendo que eu fiz uma surpresa simples.- Cruzei os braços.

- Porque eu quero.- Deu de ombros.- Foda-se que você fez uma surpresa simples, para mim pareceu ser grandiosa pra caralho.

Coloquei as mãos na cintura, semicerrei os olhos e franzi um pouco o cenho, negando com a cabeça para mostrar mais uma vez que não havia necessidade de irmos para um lugar chique por isso.