84°- Resolvendo

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☦︎༄Um mês depois.
☦︎༄Quarta-Feira.
☦︎༄04:56.

Me olhei no espelho do banheiro e suspirei; era mais um dia no qual eu acordava depois de ter a porra daquele mesmo pesadelo, o qual parece estar piorando a cada dia.

Saí do banheiro, fui até o guarda roupa e comecei a procurar uma vestimenta para ir trabalhar, lembrando que não havia colocado as outras para lavar quando só achei um vestido.

Me sentia como se só estivesse dormindo, pois ando indo para a cama logo que termino de jantar e dessa hora durmo até a hora na qual minha mente para de me sufocar no pesadelo.

Sendo assim, fui para o banheiro, fechei a porta e comecei a tirar a minha roupa, jogando ela junto com as diversas outras em dentro do cesto.

Então, deixei as roupas e a toalha em um lugar que não molhasse e entrei no box, em seguida começando a tomar banho enquanto pensava sobre as coisas que iria precisar fazer no trabalho.

Também lembrei do meu casamento com Katsuki, assunto no qual a gente nem teve tempo de conversar mais, pois a empresa tem estado muito movimentada.

Foi então que senti um par braços fortes rodearem delicadamente a minha cintura, fazendo eu dar um pulo de susto antes de soltar um risinho fraco.

- Eu te amo.- Murmurou Katsuki no meu ouvido e deu um beijo nas minhas costas.- Sei que você não está muito legal por causa dos seus pesadelos, então não precisa fingir estar alegre.

- Eu só estou desanimada e cansada, mas estou feliz na medida do possível.- Falei me virando para ele.- E eu também te amo.

- Nesse final de semana podemos deixar o Kota na minha mãe para podermos passar um tempo juntos, o que acha?- Sorriu.

- Pode ser.- Dei de ombros.

Eu fui a primeira a terminar de tomar banho, indo me secar e em seguida começando a colocar minha roupa, sentindo uma dor fraca nos meus seios quando passei o vestido por cima dos mesmos.

- Faz tempo que não te vejo vestindo ele.- Katsuki afirmou saindo do box e pegando sua toalha.

- Pois é, mas acho que nem serve mais em mim.- Resmunguei ao me olhar no espelho.

- Mentira, você continua uma grande gostosa.- Bateu na minha bunda.

Comecei a ajeitar o meu cabelo, depois fui para o quarto, abri a gaveta do balcão e tirei de lá um potinho de jóias, de onde peguei um dos meus brincos.

Assim que me senti quase pronta, saí do cômodo, desci as escadas e fui para a cozinha, começando a preparar o café meu e de Katsuki antes de ir ajeitar as coisas dos meus animais.

Logo quando eu estava voltando para a cozinha, vi o loiro descendo as escadas, passando uma de suas mãos nos seus cabelos enquanto com a outra digitava alguma coisa no celular.

Peguei as nossas xícaras e enchi as mesmas de café, rindo depois que ele se aproximou e começou a dar beliscões fracos na minha cintura, pois vale como cócegas para mim.

- Ei.- Murmurei para ele, e o mesmo parou.

- Vou ter que ir trabalhar mais cedo, leva o Kota para a escola daí?- Perguntou, e eu assenti com a cabeça.

- Preciso conversar com uma Professora mesmo.- Resmunguei e bebi um gole do meu café.

- Sobre o quê?- Arqueou uma sobrancelha.

- Estão fazendo bullying com o Kota e ela está apoiando esse ato.- Expliquei.

- Sério? Quem te contou?

- A Eri falou semana passada na reunião de pais, ela aproveitou que vocês dois estavam conversando com Aizawa e veio comentar.- Afirmei.

- Bom, então vamos juntos.- Colocou uma de suas mãos no meu ombro.- Ninguém vai morrer se eu não ir cedo, era só para organizar alguns papéis.

- Tem certeza? Não vai te apurar muito?- Ele negou com a cabeça e deu um beijo na minha testa.

- Você mesmo disse que valemos como país para ele, então vejo a necessidade de eu ir junto.- Sorriu.

- Fofo.- Sussurrei.

Assim que terminamos de tomar café, comecei a lavar a louça enquanto Katsuki ia acordar Kota, pois por conta da tal conversa com a professora, precisávamos ir mais cedo.

Sendo assim, não demorou muito para eu vê-lo descer as escadas, ajeitando a gola da camisa do uniforme escolar e depois coçando os olhos.

- Bom dia.- Dei um beijo na testa dele quando o mesmo se aproximou.- Quer que eu ajeite seu café?

- Não, eu me viro.- Bocejou.- Ainda é muito cedo para estarmos de pé, o que houve?

- Vamos na sua escola ter uma conversa.- Sorri, bagunçando o seu cabelo.

Saí da cozinha quando ele começou a fazer seu café, subindo as escadas, entrando no "meu" quarto e depois indo para o banheiro, onde encontrei Bakugou.

Ele estava segurando a escova na boca enquanto usava as mãos para passar a pomada no arranhão no seu pescoço, o qual era o resultado de uma briga que ele teve com Nijel semana passada.

Passei as minhas mãos por baixo da sua camisa branca, acariciando suas costas com as pontas dos dedos, ação que fez ele paralisar enquanto seu corpo todo arrepiou.

Levei as minhas mãos para a frente do seu corpo, logo o abraçando por trás, encarando seus olhos vermelhos concentrados no meu reflexo no espelho, sentindo uma de suas mãos massagear a minha enquanto a outra escovava seus dentes.

Senti meu corpo todo se amolecer quando ele sorriu de canto antes de jogar a espuma da sua boca fora, lavando o seu rosto e sua escova, depois guardando a mesma e se virando para mim.

Ele me deu um selinho, depois outro, e outro, em seguida mais um, até que sua boca se prendeu contra a minha, nossas línguas começaram a se conectar e nossos corpos se colaram.

Foi um beijo meio rápido, porque eu precisava terminar de me arrumar, mas foi um dos vários que fez eu me senti cheia de sensações e sentimentos.

Quando ele saiu do banheiro, comecei a escovar meus dentes, sentindo as minhas bochechas ficarem vermelhas enquanto um sorriso bobo ficava cada vez mais evidente no meu rosto.

Esse homem consegue tirar todo o meu desânimo e isso é lindo! Lindo! Lindo! Lindo!

Enfim, mais ou menos meia hora depois, todos ficamos prontos e revisamos a casa para ver se tudo estava bem fechado e se tinha comida suficiente para Marley e Nijel.

Até que, então, fomos para a garagem, entramos no carro de Katsuki e saímos de casa; nem muito animados - porque ainda era cedo demais para estarmos assim - e nem desanimados demais - para não deixarmos ninguém preocupado.

A partir disso, olhei para a janela, sorrindo por absolutamente nada enquanto meus olhos acompanhavam as coisas que passavam e depois se fixavam em outras.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora