25°- Susto

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☦︎༄Dia seguinte. 
☦︎༄05:25.

Acordei com alguém me chamando, algo que fez eu levar um susto e me sentar na cama de desespero - eu moro sozinha, como isso é possível? 

Olhei para o lado e vi Katsuki sentado no canto da cama, me olhando com uma cara de quem não está entendendo porra nenhuma e segurando um prato cheio de algo que supus ser sopa.

– Bom dia.- Ele resmungou e se aproximou mais de mim.- Fiz uma sopa para você comer.

– Eu não quero.- Murmurei. 

– Por quê?- Arqueou uma sobrancelha.

– Já faz um tempo que não estou comendo mais durante a manhã.- Menti.

– Ata.- Olhou para o prato.- Então você ficou o dia inteiro sem comer ontem? 

– Como assim?- Arregalei meus olhos. 

– Acha que eu não percebi? Primeiro que você acabou de falar que não come durante a manhã, daí você não saiu para almoçar e nem teve tempo para jantar.- Explicou. 

– Eu não estava com fome ontem durante o almoço, mas eu ia jantar.- Cara, eu sou uma completa mentirosa. 

– Vou fingir que acredito.- Se levantou da cama.- O seu amor pegou atestado por duas semanas, disse que quebrou a perna.

– Sério? - Arregalei meus olhos.- Onde está a minha bolsa e o meu celular?-Me levantei rapidamente da cama.

– Os dois estão na sala de estar, mas antes de ver sobre isso, tome um banho e se vista.- Mandou enquanto saía do quarto.

Assim que ele fechou a porta do quarto, eu bufei e fui até o guarda-roupa, abri uma gaveta, peguei uma toalha preta de lá e fui me banhar. 
  
E, depois de mais ou menos quinze minutos, voltei para o quarto, escolhi uma roupa para ir trabalhar, me vesti e comecei a arrumar o meu cabelo - tudo isso na maior preguiça possível.

Assim, no total, demorei trinta e cinco minutos para eu sair pronta do quarto, quer dizer…mesmo que a maioria do tempo eu tenha ficado parada olhando para o nada. 

– Finalmente.- Katsuki se levantou do sofá quando eu apareci.- Vamos? 

– Sim.- Assenti e desliguei a luz da sala de estar, a qual era a única ligada. 

Em poucos minutos, já estávamos no andar de baixo e indo até o carro, até que no caminho senti meu celular vibrar em dentro da minha bolsa, então parei e tirei ele de dentro da mesma.

Era o número da minha tia. 

– Alô?- Atendi sem pensar duas vezes.- Alô?!

– {Nome}.- Pude ouvir a voz baixinha e chorosa de Kota.

– Kota?! Meu Deus! Como você está?- Perguntei desesperada. 

Katsuki, o qual não tinha percebido que eu havia ficado para trás, parou perto do carro e se virou abruptamente, voltando até mim em seguida. 

– Quando vai me buscar? Eu preciso de você, a minha mãe está sendo má comigo.- Murmurou. 

– Eu não sei, mas um dia eu irei, tá bom?- Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha. 

– Só não demora, eu não agu- Foi interrompido por uma batida forte.

– Kota? Kota?!- Meus olhos se arregalaram quando olhei para a tela do telefone.

A chamada havia caído. 

– O que ele falou?- Katsuki perguntou.

Eu fiquei encarando o loiro em minha frente, sentindo um aperto surgir no peito enquanto a minha mente começava a entrar em confusão pela quantidade de perguntas sem respostas que surgiram nela. 

Por instinto e sem saber o que falar para ele, abracei Bakugou e comecei a chorar como quando Kota havia sido levado. 

– Dá para rastrear a chamada.- Murmurou enquanto retribuía o abraço.

– É, dá.- Funguei o nariz.- Acho melhor a gente ir. 

– A gente não, EU.- Saímos do abraço.- Vou deixar você de folga. 

– Não precisa.- Neguei com a cabeça. 

– Precisa sim, o seu trabalho irei passar para a Jirou.

– Não, não passa para ela. Eu irei ir hoje.- Tentei ir para o carro, mas ele segurou a minha mão. 

– Não seja cabeça dura. Eu te dei uma folga hoje para você relaxar, porque eu odeio ver pessoas desanimadas trabalhando.- Franziu mais o cenho. 

Ficamos encarando por um tempo, o qual serviu para concluir que ele estava certo; precisava ficar em casa para relaxar, no trabalho ia acabar me estressando demais. 

Soltei um suspiro e assenti com a cabeça, sinalizando que iria ficar. Então, Katsuki soltou a minha mão e foi para o seu carro, indo embora em seguida. 

Passei as mãos pelos meus cabelos e fui para o elevador, onde entraram mais algumas pessoas e então a porta de pavimento se fechou. 

Quando finalmente cheguei no meu andar, entrei no meu apartamento, joguei a minha bolsa e o celular no sofá, e caminhei em passos lentos até o quarto de Kota, pegando o seu urso azul de cima do criado mudo. 

Fiquei olhando para o bichinho de pelúcia por um bom tempo, pensando nas coisas que poderiam estar acontecendo se ele não estivesse em outro lugar agora. 

Me deitei na cama, abracei o urso com força e fechei meus olhos, deixando o sono me consumir lentamente - sim, mais uma vez depois de um curto período de tempo. 

Foi então que alguém começou a bater na porta repetidas vezes com desespero, fazendo eu me levantar com rapidez e correr até a porta. 

Olhei pelo olho mágico e fiquei confusa quando vi Katsuki ali, mas abri a porta de qualquer forma. 

– Toma.- Me entregou um pote de marmita.- Eu sei que você não vai fazer almoço, {Nome}.- Arregalei meus olhos. 

– O quê? Claro que vou.- Sorri sem graça. 

– Não vai.- Pegou uma das minhas mãos e colocou a marmita na mesma.- Só vim entregar isso.

Ele virou as costas e foi embora em passos rápidos, deixando eu ali encarando o pote sem entender e ao mesmo tempo surpresa.

Esse homem é doido. 

Fechei a porta do apartamento, fui para a cozinha, guardei o pote dentro da geladeira e fui para a sala de estar. 

Peguei o meu celular de cima do sofá e me sentei no mesmo e entrei no Whatsapp, ficando surpresa por ver mensagens de algumas pessoas, mas triste por não serem de Midoriya. 

Nisso, entrei no contato do esverdeado e liguei para ele, na esperança do mesmo atender para me dar um apoio emocional ou para distrair os pensamentos ruins da minha cabeça por um tempo. 

Entretanto, após vários minutos de espera e ligando outras diversas vezes, ele não me atendeu.

Isso fez eu jogar meu celular com brutalidade em cima da mesa de centro e bufar irritada - é incrível como a maioria das pessoas que eu amo nunca estão comigo quando preciso. 

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora