58°- Pancadaria

216 24 18
                                    

Estava conversando com as tias do Katsuki quando aquela do bebê me entregou o mesmo, em seguida disse o nome dele e depois explicou que iria ir ao banheiro.

Com isso, fiquei conversando com ele - Gyiu - enquanto balançava lentamente ele no meu colo, o qual soltava algumas risadinhas quando eu dava cheiradas no seu pescoço.

Até que ele levou seu olhar para algo ou alguém atrás de mim, franzindo o cenho e em seguida fazendo uma cara de quem iria começar a chorar.

Quando fui ver quem era, não me surpreendi ao ver Katsuki com a sua típica cara de emburrado, o que servia para demonstrar o falso ciúmes pelo pequeno.

Como ele estava no meio dos homens da casa - tendo apenas a ex dele como mulher ali -, todos começaram a rir quando viram a expressão do loiro.

Neguei com a cabeça interditada e dei um beijo na bochecha de Gyiu antes de voltar a conversar com as mulheres e entreter o menino, o qual repentinamente devolveu o beijo.

– Que coisa fofa.- Falou Mitsuki ao ver isso.- Aliás, já estão pensando em ter filhos?

– Bom,- Dei de ombros.- ele nunca chegou a puxar esse assunto comigo, pelo menos não ainda.

– Depois que vocês tiverem essa conversa, vão se sentir muito mais próximos.- Afirmou a mãe do pequeno voltando para perto de nós.

Logo, elas puxaram um assunto sobre isso, e eu acabei ficando bastante fora do mesmo, até que senti alguém colocar as mãos na minha cintura.

– Seu chatinho.- Resmungou Katsuki e apertou levemente a bochecha do pequeno, que deu uma choradinha.

– Você é muito malvado, coitadinho.- Falei deitando a cabeça dele no meu ombro.

– Sou mesmo, principalmente quando estamos naquelas horas.- Sussurrou de forma maliciosa no meu ouvido.

Sorri bobo e dei um tapinha no ombro dele na tentativa de disfarçar a minha vergonha, mas o risinho do loiro fez eu pensar que havia me entregado completamente.

– Vou sair com os caras, tá?- Deu um beijo na minha bochecha.- Vamos ir num barzinho conversar, mas logo vamos estar de volta.

– Vê se não apronta.- Mandei uma piscadela para ele.

– Pode deixar.- Afirmou e foi para junto dos outros.

A ex do Katsuki ficou conversando muito com o primo do mesmo com uma cara preocupada e depois puxou ele para um beijão de língua.

Eu e as outras mulheres resmungamos baixinhos e rimos tentando disfarçar, logo ficamos quietas quando ela se aproximou de nós puxando um assunto nada haver.

Contudo, graças aos céus, Mitsuki percebeu o meu desconforto com aquela mulher e me convidou para ajudar ela com o almoço.

Eu obviamente aceitei, deixando Gyiu com a mãe dele e indo atrás da mais velha em seguida.

– Eu e Masaru também não gostamos dela.- Cochichou quando chegamos na cozinha.

– Por quê?

– Bom, além de ser porque o Katsuki não gosta dela, é por conta do que ela fez, no caso: quase faliu a nossa empresa.- Resmungou indo até a geladeira.

– Minha nossa, estou odiando ela mais ainda agora.- Cruzei os braços.- Não fui com a cara dela desde quando trocamos o primeiro olhar.

– Imagino que deve ter sido com ódio.- Falou rindo, e eu concordei.

Então, comecei a ajudar ela com as coisas enquanto conversávamos sobre outra coisa, pois é muito arriscado falar mal de alguém enquanto a pessoa está mais perto do que imaginamos.

Enquanto cortava os tomates, me perguntei mentalmente como alguém pode ter coragem de fazer isso com o seu próprio namorado - se bem que ela já poderia ser uma traidora ainda antes de ficar com Katsuki.

Só espero que o primo dele não caia nas chantagens dela, porque mesmo ela tendo um baita corpo, é só mais uma Makima idiota e sem noção da vida.

Nisso, senti a faca passar na pontinha do meu dedo e arfei de dor, fazendo Mitsuki levar um susto e depois ir pegar um pequeno curativo para colocar no corte.

– Ela "tá olhando para cá, você deve ter se cortado por causa disso.- Murmurou, pegou o meu dedo e colocou o curativo.

– Faz sentido.- Ri.

A partir disso, voltei a cortar os últimos tomates e, quando terminei, coloquei tudo na vasilha de vidro que Mitsuki me entregou, em seguida deixando em cima da mesa.

Então, a mais velha saiu da cozinha, dizendo que ia na horta pegar algumas coisas, mas me deixando completamente abandonada aí.

Pelo menos por um pequeno período de tempo, porque a ex de Katsuki entrou no cômodo com um sorriso sínico no rosto e veio para bem perto de mim.

Ficamos nos encarando profundamente, enquanto isso eu segurava a minha vontade interna de voar no pescoço dela e estraçalhar toda a sua cara.

Nisso, ela pegou seu celular do bolso e mexeu um pouco nele, isso ao mesmo tempo em que seu sorriso não parava de ficar maior.

– Você é idiota, {Nome}.- Resmungou e levou seu olhar de volta para mim.- Não vê que Katsuki está te iludindo?

– Do que você está falando sua idiota? Ele é muito mais fiel, ao contrário de você.- Franzi o cenho.

– É o que você pensa, mas não foi o que ele me mostrou.- Me mostrou a tela do celular, onde estava uma foto dela deitada no peito de um homem.- Ele passou lá em casa depois de visitar o pai dele.

Semicerrei meus olhos para olhar melhor, vendo um pouco do cabelo loiro espetado de Bakugou.

Senti o ódio tomar conta do meu corpo, então bati a minha mão no celular dela, fazendo o mesmo cair no chão, e fazendo a mulher arregalar os olhos.

Em seguida, ela tentou vir para cima, mas eu consegui segurá-la antes que a mesma pudesse fazer algo, logo virando a mulher de costas para mim e segurando seus cabelos com força.

Contudo, ela acabou pegando a faca de cima da pia, fazendo eu me obrigar a soltar e empurrar a mulher para longe, a qual quase caiu de cara no chão.

Sendo assim, a mesma veio novamente na minha direção, segurando firmemente a faca na sua mão enquanto parecia se orgulhar do que estava provocando.

Mas, ao chegar mais perto, eu dei um chute em sua barriga, a levando para longe de volta e também fazendo ela perder todas as forças.

Aproveitei, fui até ela, tirei a faca de sua mão, joguei a mesma de volta para cima da pia e me sentei em cima dela, em seguida começando a dar vários socos no seu rosto.

As mulheres provavelmente escutaram os barulhos e vieram ver o que estava acontecendo, fazendo a ex do meu namorado se aproveitar para gritar totalmente desesperada.

Entretanto, vendo que não adiantaria nada, ela segurou a mão que eu usava para dar os socos e começou a bater na minha perna.

E eu, mais irritada do que já estava, coloquei a minha outra mão no seu pescoço, começando a sufocá-la com todo o meu ódio.

As lembranças de Midoriya com Makima naquela festa se passaram na minha mente, concluindo que havia passado a mesma coisa agora mesmo não sendo em flagrante.

Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha e levei um susto quando senti braços fortes passarem por debaixo dos meus braços, separando aquela briga só por me levantar.

Sabia quem era por conta do sorriso idiota que aquela sem noção deu na minha direção, fazendo eu querer voltar a ir para cima dela mesmo enquanto era levada para a sala de estar.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora