115°- Nos decidindo

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☦︎༄Cinco dias depois.
☦︎༄Segunda-feira.
☦︎༄09:36.

Nesses dias que se passaram, apenas ontem eu vi Katsuki, pois foi quando fui buscar Kota na casa de Mitsuki e descobri que ele estava morando lá.

Trocamos poucos olhares, mas nenhuma palavra. Confesso que aquilo me deixou agoniada. Entretanto, todas as vezes que pensava em falar algo, minha mente me lembrava do porquê disso tudo.

Enfim, nesse momento estou atendendo uma idosa, essa que estava comprando buquês para colocar no túmulo de seu marido, pois hoje ele completava dois anos de falecimento.

Dei meus pêsames para ela e lhe ajudei a escolher alguma flor bonita, até que de repente Kota aparece segurando um lindo buquê cheio de rosas vermelhas e laranjas.

– Olha o que eu fiz.- Disse o menino sorrindo.

– Ele é seu filho?- Perguntou a idosa e pegou uma flor azul.

– Não.- Neguei com a cabeça surpresa pelo feito do menino.

– {Nome}, talvez você queira ver o cartão.- Disse Himeno.

Ela me entregou o bilhete, nele havia o endereço, uma parte para escrita e o nome de quem enviou. Quando li o endereço, senti meu corpo tremer…era para mim.

A escrita, era: "Vamos almoçar juntos? Marquei um horário naquele lugar". E,  como já deve ter imaginado, quem me enviou foi Katsuki.

Eu sabia exatamente o que ele queria dizer com "naquele lugar". 

Mas, de qualquer forma, eu entreguei o bilhete de volta para Himeno e voltei minha atenção para a senhora ao meu lado, essa que parecia já ter escolhido a flor que queria. 

Não poderia misturar os meus problemas de fora em horário de trabalho, principalmente agora, que as coisas estão saindo do equilíbrio - tinha me acostumado demais com essa sensação.

Peguei o buquê com a cor da flor que a mais velha escolheu, fazendo-a sorrir de uma forma gentil e fofa. Então, a levei para o balcão para fechar o preço e dar mais uns detalhes.

– Você está grávida de quanto meses?- Ela perguntou repentinamente.

– Seis meses e sete dias mais ou menos.- Respondi.

– Como seu marido está com isso?- Começou a ajeitar uma das flores.

Fiquei um silêncio por um tempo.

– Ficou muito feliz.- Falei lembrando da expressão de Katsuki quando lhe disse.

– Imagino.- Murmurou.

Ela pagou o buquê e, antes que virasse as costas para mim, segurou uma das minhas mãos, olhou profundamente nos meus olhos e soltou um suspiro.

– Olha, pela forma como demorou para me responder, imagino que tenha acontecido algum problema entre você e seu marido.- Apertou a minha mão.- Então, seja lá o que houve, se resolvam, pois nunca sabemos a última vez que iremos ver a pessoa que amamos.

A partir disso, ela soltou a minha mão e foi embora tranquilamente, e eu fiquei sem saber o que dizer ou pensar sobre o que ela disse, pois a mulher estava MUITO certa. 

Passei a mão por cima do anel de noivado, lembrando dos sorrisos que eu e Katsuki demos um para o outro no dia em que a ganhei - um acontecimento simples, mas gravado na minha mente. 

Dessa forma, olhei para a entrada da floricultura, repassando mais uma vez a fala da idosa na minha mente. Hoje seria o fim desse sofrimento e talvez tudo volte a ser como antes…

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora