44°- Chegada

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☦︎༄Dois dias depois.
☦︎༄07:34.

Nesse momento estou em dentro do avião, indo sentada nas cadeiras da primeira classe pela primeira vez.

Kota estava dormindo de forma tranquila ao meu lado - com certeza estava cansado por conta da hora que acabei acordando ele e Katsuki, afinal, eu estava ansiosa para sair de casa.

Katsuki estava sentado logo atrás de mim, provavelmente no mesmo estado do menino.

Então, nesse caso, eu era a única acordada, mas isso por conta da ansiedade que estava sentindo, a qual chegava a fazer as minhas mãos suarem.

Passei as mãos pelos meus cabelos e respirei fundo diversas vezes, me perguntando mentalmente se a minha mãe iria gostar de me ver e ficando curiosa para saber como é o meu padrasto.

Após alguns minutos, o avião já estava no céu, e um sorriso meio  nervoso começou a surgir no meu rosto quando dei uma olhada para a janela.

Essa ansiedade dentro de mim era como a que senti quando eu fui embora da minha cidade para achar um emprego, pois depois desse dia eu nunca mais havia entrado em contato com meus parentes.

Mas, mesmo assim, estava feliz com as boas expectativas que eu sentia.

Foi então que Kota acordou, ele deu uma olhada preguiçosa para a janela e seus olhos se iluminaram, sinal de que ele gosta de andar de avião.

– Sabe? Teve um dia que eu…

E assim ele começou as suas histórias, contando sobre algumas viagens que ele fez junto com a Joe e ficando meio triste ao se lembrar que nunca ficava com ela nesses lugares.

Do mesmo jeito, mantive a minha atenção ao que ele falava, ficando surpresa ao me dar conta que ele, com a sua idade, já visitou mais lugares do que eu. 

Nisso, me lembrei do que aconteceu com Katsuki e ele naquele dia, pensando que agora os dois nem devem ter mais essa lembrança assustadora.

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Foram horas e horas de viagem, até que finalmente chegamos no aeroporto da minha cidade.

Contudo, agora já estamos indo para a casa da minha mãe, já que demoramos mais um pouco até pegarmos todas as coisas e conseguirmos sair do aeroporto.

Meu coração já estava saindo pela a minha boca conforme sentia que estávamos nos aproximando. Nisso, Katsuki deu um beijo na minha bochecha e sorriu.

– Sinto o seu nervosismo de longe.- Comentou.

– Desculpa, é que ao mesmo tempo que vou rever a minha mãe, irei conhecer o meu padrasto.- Murmurei.

– Tendi.

Foram mais alguns passos, até que paramos bem na frente da moradia da mulher mais lutadora que já conheci em toda a minha vida.

Respirei fundo e enrolei um pouco trocando algumas palavras entre Kota e Katsuki, até que enfim apertei a campainha e esperei ansiosamente.

Eram mais ou menos 18:30, então não tinha como ela já estar dormindo.

Pensando nisso, a porta começou a se abrir, então agarrei com força as malas que estava segurando e mordi meu lábio inferior para não chorar.

– {Nome}.- A mulher perguntou, e eu assenti.- Meu Deus.

Ela correu com cuidado na minha direção e abriu o portão, em seguida me deu um abraço que fez eu tacar o foda-se nas malas, soltando elas e deixando as mesmas caírem no chão.

Não preciso nem dizer que Katsuki se desesperou e rapidamente pegou elas do chão.

Enfim, retribuí o abraço com muito amor e carinho, sentindo um sorriso incrível surgir no meu rosto enquanto algumas lágrimas escorriam pelas minhas bochechas.

Foi então que vi um homem parado na porta da casa, nos olhando com um sorriso gentil em seu rosto.

Estava na cara que aquele era o meu padrasto.

– Que bom que você apareceu, querida.- Minha mãe afirmou, então olhou para Kota e bagunçou o cabelo do mesmo.- A última vez que te vi você era só um recém nascido.

– Deve ser por isso que pensei que nunca te vi.- Afirmou ele, e ela riu assentindo.

– E você?- A mulher levou a atenção para Katsuki, o qual estava meio sem graça.

– É meu namorado, mãe.- Falei meio envergonhada.

– Sério? Meus parabéns.- Abraçou o homem.- Nome?

– Katsuki Bakugou.- Afirmou ele.

– Gostei da intensidade.- Comentou.- Mas você e esse menino estão com uma cara de sono

Os dois olharam para mim.

– Nos acordaram muito cedo.- Falaram em uníssono.

– Vocês não esquecem mesmo.- Bufei.

– Bom, podem entrar, tem espaço para todos vocês aqui.- A mais velha disse gentilmente.

Quando estava chegando perto da porta da casa, encarei por um tempo o cara parado ali. Então, estiquei a mão na direção dele e sorri.

– Muito prazer, Megane.

– Sua mãe deve ter dito de mim na sua carta.- Comentou e apertou a minha mão.- Muito prazer também, {Nome} {Sobrenome}.

– Está cuidando bem dela?- Arqueei uma sobrancelha.

– Claro, desde que a conheci tive certeza de que era a mulher certa para mim.- Disse alegremente.

– Acho bom mesmo, não quero que ela fique com um homem que a machuque novamente.- Fechei a cara.- E se eu souber de alguma coisa, irei virar o caçador e você a caça. Entendeu?

– Sim, sim.- Falou nervoso.

– SERÁ QUE TEM COMO NOS AJUDAR AQUI?!- Gritou a minha mãe.

Assim que terminamos de trazer as coisas para dentro de casa, levamos as mesmas para um quarto, o qual havia uma cama de casal bem arrumada.

– Vai ser nosso quarto aqui?- Katsuki perguntou para mim.

– Acertou.- Respondeu a minha mãe no meu lugar.- Tem um quarto com uma cama de casal, acho que vai servir para o menino.

– Serve sim.- Assentiu o mesmo e seguiu a mais velha até o outro cômodo.

Após eu e Katsuki ficamos sozinhos no quarto, ele colocou as mãos na minha cintura, me puxou para perto de si e em seguida me deu um beijo rápido.

– Gostei da sua mãe, muito gente boa.- Me deu um selinho.- Fiquei muito feliz de te ver alegre daquele jeito.

– Não tinha como evitar me sentir daquele jeito.- Coloquei minhas mãos no seu peitoral e sorri.- Obrigada por estar comigo.

– Não precisa me agradecer por isso, você sabe que estarei com você até nos piores momentos.- Nos abraçamos.

É, eu acertei mesmo por ter esse cara na minha vida - e sinto que já repeti isso diversas vezes por aqui, mas é só porque odeio mentir.

Dei alguns beijos na curvatura do seu pescoço e saí do abraço para lhe dar diversos selinhos, os quais evoluíram e se transformaram em um beijo lento e gostoso. 

– Muito lindo vocês dois.- Minha mãe falou entrando no quarto, fazendo a gente levar um susto e pararmos de nos beijar.- Já jantaram?

– Não.- Neguei.

– Então venham, eu e Megane vamos ir comer agora.- Virou as costas.- Não façam muito barulho durante a noite.

A mulher saiu rindo do cômodo, então senti as minhas bochechas esquentarem e olhei para Katsuki, o qual estava do mesmo jeito que eu.

Parece que dividimos a mesma mente - coisa que não parece ser muito boa quando se trata de falas maliciosas como essa.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora