48°- Jantar

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Entramos no carro e, logo que colocamos o cinto de segurança, Katsuki ligou o automóvel, em seguida dirigiu até o restaurante.

Confesso que estava meio nervosa - como foram nas outras diversas vezes que ele me convidou para irmos jantar.

Olhei para janela e fiquei surpresa ao ver o parquinho que eu costumava brincar quando era mais nova. Ele estava reformado e com mais coisas, estragando um pouco a minha nostalgia.

Mais para frente estava o bar onde meu pai costumava beber, o qual agora parecia estar caindo aos pedaços. Contudo, ainda havia uma luz lá em dentro e tinha pessoas sentadas nas escadas em frente ao local.

Esse lugar é o único que me deixa com calafrios com as lembranças que me recorda, por isso, tentei não olhar muito.

Foi então que Katsuki colocou a mão na minha coxa e me deu um rápido beijo na bochecha, fazendo eu olhar para ele surpresa.

– Depois do jantar podemos ir na praia, o que acha?- Perguntou ele.

– Pode ser.- Dei de ombros.- Faz tempo que não vou lá, principalmente durante a noite.

– Quando eu tinha 16 anos, costumava caminhar na praia da minha cidade natal durante a noite. Sei lá, me tranquilizava nos meus momentos de surto.- Relatou.

– Legal, eu ia para evitar escutar as brigas em casa, as quais normalmente eram de manhã.- Olhei para a janela novamente, pois por onde estávamos passando dava de ver a praia.

– Eu caminhei lá durante a manhã e percebi que essa praia não parece ser muito movimentada.

– É que, diferente das outras, as pessoas não têm interesse nessa por conta dos acontecimentos passados.

– Como assim?

– Muitas pessoas eram assaltadas e os números só aumentavam quando vinha turista.

– Que horrível.- Murmurou, e eu concordei.

Após alguns minutos, paramos na frente de um restaurante, o qual fez o meu corpo todo se arrepiar com alegria imensa que começou a surgir dentro de mim.

O local em que iríamos entrar, foi onde aconteceu a minha primeira festa de aniversário, a qual só aconteceu após o meu pai morrer, pois ele não liberava a gente de fazer esse tipo de coisa.

Aquele dia foi extremamente especial, assim como esse lugar esteve marcado na minha mente até hoje.

– Não acredito que você me trouxe aqui.- Falei admirada.

– A sua mãe disse que você ia gostar.- Afirmou, e eu levei a minha atenção para ele.

– Então você e a minha mãe planejaram tudo isso?

– Mais ou menos, quem teve a ideia fui, ela só deu uma dica do lugar que eu deveria te levar.- Me deu um selinho.- Por isso eu saí hoje de manhã.

– Seu safado.- Puxei ele para um beijo rápido.- Eu te amo.

– Eu também te amo.- Sorriu de canto.- Vamos?

– Óbvio.- Rapidamente tirei o cinto de segurança e saí do carro.

Corri e subi as escadas até chegar perto da porta de vidro, podendo ver a maioria das coisas que estavam ali em dentro. O estilo rústico com modernismo ainda continuava presente ali.

Katsuki se aproximou e abriu a porta, dando alguns passos para o lado.

– Damas primeiro.- Afirmou.

– Queria que você fosse cavaleiro assim em outros momentos também.- Falei entrando no lugar.

– Se for os momentos que estou pensando, me desculpe, mas não vou conseguir ser desse jeito neles.- Resmungou e veio atrás de mim.

Assim que ele fechou a porta, uma das atendentes que estava no balcão levou sua atenção para nós e veio na nossa direção.

Conforme ela ia se aproximando, eu conseguia reconhecê-la; era uma das garotas que me tratava mal pra caralho durante o tempo escolar, Sara.

– {Nome}? É você?- Ela perguntou indignada.- Nem parece ser a garota pobre que eu conhecia.

– Cadê a mesa que eu pedi para separar.- Katsuki perguntou ríspido.

– Ah, claro, já acompanho vocês.- Sorriu carinhosamente para Katsuki.

Juro que se essa menina fizer alguma merda, vou bater a cabeça dela contra a mesa, chutar a sua boca até sair todos os dentes e quebrar o seu pescoço.

Katsuki segurou a minha mão e me levou até a mesa que a mulher estava nos guiando. Ao chegarmos lá, nos acomodamos a mesma e abrimos o cardápio.

– Quando terminarem de escolher me chame.- Mandou uma piscadela.

– Na verdade, será que pode chamar um garçom?- Katsuki arqueou uma sobrancelha.

– Por quê? Não gostou do meu atendimento?- Ficou assustada.

– Não.- Afirmou ele.- Agora, por favor, peça para um garçom vir enquanto escolhemos o que vamos querer.

Ela franziu o cenho e bufou, se retirando em passos pesados em seguida.

Assim que ela se distanciou bastante, cai na gargalhada, enquanto isso Katsuki mantinha a sua expressão de raiva na direção da mulher.

– Quando essa mulher disse aquilo já tive noção de quem ela era no seu passado.- Resmungou e olhou para o cardápio.

– Você é incrível.- Falei rindo.- Obrigada por isso.

– De nada.- Me deu uma olhada rápida e sorriu.

Passaram alguns minutos, e escolhemos o que queríamos. Então, o garçom se aproximou da nossa mesa e nos atendeu de um jeito gentil e alegre.

Após ele se retirar, comecei a contar como era aquele restaurante, dizendo detalhadamente cada  coisinha que eu conseguia lembrar.

Nisso, percebi que o loiro não tirou o seu olhar de mim até eu acabar de falar, o que fez eu me sentir incrível por receber tanta atenção dele.

Quando terminei de falar, ele comentou as coisas que haviam mudado, as quais eu nem tinha percebido ao chegar - pois ainda me sentia naquele mesmo local de anos atrás.

Enfim, não demorou muito para o nosso pedido chegar - ou talvez tenha, e eu estava muito ocupada conversando do que se dando conta do tempo.

Depois de colocar os nossos pratos de comida em nossa frente, ele encheu as taças com o vinho e deixou o mesmo na mesa.

A partir disso, nos despedimos dele e começamos a comer.

Confesso que a comida estava maravilhosa, mas com certeza não ultrapassa a da minha mãe - me pergunto o porquê de não terem contratado ela aqui.

Antes de tomarmos o primeiro gole do vinho, brindamos por estarmos juntos, com esperança e certeza de que iremos estar assim ainda daqui muito tempo.

Continuamos comendo, conversando e rindo de diversas besteiras.

Estar junto de Katsuki Bakugou é como se sentir em um grande e maravilhoso sonho, o qual é tão incrível que você nunca iria pensar ou desejar acordar.

Afinal, tudo nele parece ser completamente perfeito, principalmente o seu sorriso, o qual faço o possível para ver todos os dias da minha vida.

Tive sorte do meu destino tê-lo colocado na minha vida e feito dele o meu homem.

Enfim, para resumir, eu simplesmente amo esse cara.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora