4°- Desabafo

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Já havíamos sido atendidos e agora estamos apenas conversando sobre coisas mó nada a ver - o que estava sendo muito legal.

- Verdade.- Kirishima comentou após Denki dizer alguma coisa aleatória.- Mas então, {Nome}. No que está trabalhando.

Engoli em seco.

- Bom,- Soltei um suspiro.- hoje mesmo eu fui demitida.

Eles ficaram em silêncio, Kaminari e o ruivo estavam surpresos com isso, enquanto Katsuki ficou me olhando pelo canto do olho.

- Sabe, eu acho que mereci isso, porque fazia tempo que não conseguia mais acordar cedo como uma mulher responsável.- Murmurei e bebi um gole do meu copo de cerveja.- Além de que agora não vou precisar mais ouvir humilhações.

- Humilhações?- Katsuki perguntou.

- É, mas acho melhor não comentar sobre isso aqui,- Olhei ao redor.- pode sobrar para mim no final.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, então após beber mais um gole do seu copo de Whisky, Bakugou soltou um suspiro e tirou seu celular do bolso.

- Me passa seu telefone?- Perguntou repentinamente, fazendo os seus dois amigos lhe olharem com surpresa.

- Claro.- Dei de ombros.

- Eu também quero!- Kaminari jogou seu celular em cima da mesa, enquanto Kirishima o segurou em sua mão para digitar.

Passei meu número para eles, tentando solucionar o porquê desse pedido repentino vindo de Katsuki, mas depois de um tempo apenas dei de ombros para não gerar a explosão do resto dos meus neurônios.

Depois disso, Kaminari puxou outro assunto estranho, o qual embalamos para não voltarmos para a tensão de antes. Esse, era sobre namoradas.

- Eu já tive três.- Afirmou Kirishima.- Agora estou com uma já faz um ano e meio.

- "Nousah".- Fez uma cara de deboche, e eu ri nasalado.- Já tive duas.

- Não te aturaram em nem dois dias.- Murmurou Katsuki, e Denki olhou feio para ele.- Já tive seis.

- Olha, o rei delas.- Falei irônica, fazendo Kaminari e o ruivo rirem.

- Para falar deve ser a "rainha deles", né?- Arqueou a sobrancelha, e eu neguei com a cabeça.

- Tive apenas um.- Sorri.

- O quê?!- Os dois de sempre falaram em uníssono, já Katsuki apenas fez uma expressão confusa.

- "Um homem me fez perceber que não preciso de outros", é a frase que sigo todos os dias.- Tomei o último gole existente no copo.

- Poético.- Kirishima afirmou.- Mas isso já faz quantos meses?

- Se tenho vinte e cinto...- Comecei a fazer uma soma.- Faz oito anos.

- Anos?!- Kaminari quase caiu da cadeira.- Mulher, você é linda pra caralho e por oito anos nenhum homem se interessou por você?

- Kaminari, seu idiota.- Katsuki bateu na testa dele.- Cadê a interpretação? Ela que não quis.

- Sério?

- Sim.- Assenti.

- Bom, as pessoas decidem o que elas querem da vida, porque para mim namorar é muito bom.- Kirishima comentou erguendo a mão para trazerem mais bebida.

- Para mim depende, eu namorei com aquelas meninas porque pensei que gostava delas, mas depois que percebi que elas só ficavam comigo por causa de sexo, desisti.- Bakugou relatou.

- Foi exatamente por isso que terminei com aquele cara.- Resmunguei.

- Eu tô pouco me fudendo, contanto que dê de ser feliz.- Denki deu de ombros.

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Ficamos bastante tempo ali, até eu me lembrar que amanhã iria vir o meu primo e tinha que arrumar toda a casa para isso.

Entretanto, não tinha como dizer para Kirishima, pois ele está em cima do palco do bar cantando junto com Kaminari, o qual também estava mandando cantadas para várias pessoas diferentes.

Bakugou eu havia perdido de visita desde quando aqueles dois começaram a fazer fiasco, então provavelmente já deve ter pedido um táxi e ido embora.

A minha única escolha era voltar de apé.

Então saí do bar e soltei um suspiro de alívio por ter me livrado daquele auê. Nisso, notei a presença de Katsuki sentado na beirada da calçada em frente ao bar.

Me aproximei dele e sentei ao seu lado, fazendo o mesmo levar um susto.

- Foi mal.- Sussurrei.

- Também cansou de ficar lá?- Assenti com a cabeça.- Um dos meus empregados deve estar chegando com o meu carro, se quiser eu te dou carona.

- Iria adorar.- Bocejei.

- Será que agora você poderia contar mais sobre a tal "humilhações" que falou um tempo atrás?- Cruzou os braços.

- É que, a partir da segunda vez que eu comecei a acordar mais tarde e me atrasar, o meu ex chefe começou a falar coisas horríveis para mim, dizendo que eu era inútil e só servia para fazer merda e ferrar aquela empresa.- Abracei as minhas pernas.

- E o que tu fazia?

- Escutava de cabeça baixa e concordava com tudo que ele falava, porque não queria perder o meu emprego.

- Você nunca tentou explicar para ele o motivo dos seus atrasos?

- Na maioria das vezes eu ficava dando desculpas, porque se eu contasse o motivo real, ele iria debochar de mim para os outros e me jogado na rua há muito tempo atrás.- Senti o choro começar a vir.- Eu deveria ter sido mais responsável.

- O que ele fez foi errado, tipo, de ter dito isso e imagino que outras coisas piores também. Deveria ter te chamado para conversar e esclarecer as coisas e tudo mais.- Explicou.

- Ele não é desses.- Falei depois de ter soltado um risinho sem graça.

- É, só que, sendo sincero, você também deveria ter dito para ele sobre o que passava e não ter dado desculpas, além de ter percebido seus atrasos e mudado o horário.- Se levantou.- Nenhum dos dois está certo, mas Enji não deveria ter te largado na rua sem ter conversado de maneira civilizada.

- Como você sabe que-

- Olha ele aí.- Disse quando um carro Dodge Charger parou próximo de nós.- Vamos.

Eu me levantei do chão, e o homem - o qual supus ser o empregado de Katsuki - abriu a porta para mim entrar.

- Obrigada.- Sorri gentilmente e entrei no automóvel, colocando o cinto de segurança em seguida.

Segundos depois, Bakugou já estava dirigindo até o prédio onde moro.

O caminho todo foi em silêncio, mesmo que eu quisesse perguntar para ele algo que estava batucando pra porra na minha cabeça; como ele sabia o nome do meu ex chefe sendo que eu nem sequer mencionei ele?

Ele parou em frente ao prédio e, antes que eu saísse, segurou o meu pulso, fazendo eu olhar para ele assustada e confusa.

- Amanhã de manhã talvez eu te ligue para marcarmos de conversar mais, pode ser?- Ele perguntou.

- Claro.- Sorri.- Obrigada pela carona.- Abri a porta e saí do carro.

Assim que fechei a porta, ele foi embora.

Fiquei ali parada por um tempo, pensando no quão misterioso ele conseguia ser, mas apenas dei de ombros quando lembrei que mal havíamos nos conhecido.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora