76°- Casamento

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Assim que saí do box, desamarrei o meu cabelo, dei uma leve ajeitada nele e saí do quarto, indo para cozinha dar uma olhada na lasanha e depois no meu celular.

Midoriya havia me mandado algumas mensagens, fazendo eu ficar mais aliviada por podermos conversar dessa forma, porque eu realmente não queria ouvir a voz dele.

~Oi
~Por favor, me atende
~Preciso muito conversar com você
~Não é sobre o que aconteceu com a gente, porque isso é algo do passado
~Além de que nenhum de nós dois está querendo falar disso, pelo menos eu não

Oi-
O que você quer?-

~Quero duas coisas
~A primeira, é me desculpar
~Fui um completo babaca naquele dia, mas só percebi depois que senti da mesma dor
~Fiquei me remoendo por todos esses anos por conta do que eu fiz, sei que você não vai me desculpar, mas eu queria dizer pelo menos

Parabéns-
E a segunda?-

~Quero te convidar para o meu casamento

Desliguei meu celular e coloquei ele com a tela virada para baixo em cima do balcão, em seguida apoiando meus cotovelos em cima do mesmo enquanto passava as mãos pelos meus cabelos.

Katsuki desceu as escadas em passos rápidos e veio até mim, provavelmente porque deve ter estranhado eu ter ficado daquela forma repentinamente.

– O que foi? Ele ligou de novo? Você atendeu? O que ele disse? Por quê está assim? Ele falou algo de errado? Eu juro que vou caçar esse cara até no inferno.- E assim começou uma repetição de ameaças e perguntas.

Por que ele não fica quietinho um pouco?

Me virei para ele, soltei um suspiro e lhe dei um beijo rápido, fazendo o homem colocar as mãos na minha cintura e entender que precisa ficar quieto caso queira saber.

Nisso, o meu celular vibrou, levando nossa atenção para o mesmo.

– É ele?- Perguntou, e eu assenti.

– Acho que você vai ficar tão surpreso quanto eu.

~Sei que isso é repentino, mas ainda que pedindo desculpas, não consigo parar de me sentir o homem mais merda do mundo
~Vou me casar daqui dois meses e quero estar preparado para passar o resto da minha vida com a pessoa que eu estou amando
~Só que do jeito que me sinto e das lembranças ruins marcadas na minha mente por conta das coisas que fiz contra você, não sei se consigo
~Por favor, pense e converse com o Bakugou, ele deve estar vendo essas mensagens agora junto com você

Katsuki me soltou e começou a ter uma crise de riso, e eu fiquei meio preocupada por não ter tido a mesma reação, porque na verdade estava meio receosa com a proposta.

Fiquei esperando ele dizer algo de verdade, pois estava achando as duas propostas completamente erradas, no caso: ir e não ir.

– Vamos.- Afirmou Katsuki, e eu arregalei meus olhos surpresa com a sua decisão.- Pode dizer para ele, mas saiba que será apenas eu e você.

Desliguei meu celular depois que mandei a confirmação, em seguida apoiei meus cotovelos de volta em cima do balcão e entrelacei meus dedos.

Então, senti Katsuki jogar delicadamente o meu cabelo para um dos meus ombros, me abraçar por trás e dar beijos molhados na parte a mostra.

– No tempo em que você ficou fora, todo mundo me perguntou se a gente havia se separado.- Comentou.

– Imaginei que isso fosse acontecer.- Murmurei.- Alguém fez algo além do que deveria com você?

– Claro que não.- Resmungou.- E eu não iria querer nem a pau, só quero e só vou ter você.

– Acho bom.- Fiz bico, e ele deu uma mordidinha no meu pescoço.- Vai querer fazer o que amanhã?

– Absolutamente nada.- Me soltou e deu um tapa na minha bunda.- A lasanha já deve estar pronta.

– Pode tirar do forno.- Afirmei e me virei, vendo ele colocar as luvas térmicas.- Você fica bonito como cozinheiro.

– Eu sei.- Falou desligando o forno.

Ele abriu o forno, pegou a assadeira e colocou em cima da mesa, depois fechando o mesmo, tirando as luvas e as guardando no seu devido lugar.

Sendo assim, comecei a arrumar a mesa, tendo ele na cozinha só para me atrapalhar, mas o incomodo só durou até quando ele achou algo para fazer: o suco.

– Vai ter sobremesa depois?- Perguntou no sentido de malícia.

– A gente nem começou a janta de você já está pensando nisso.- Olhei para ele com uma cara de tédio, e o mesmo só deu de ombros.- Sim, vai.

O loiro semicerrou os olhos e sorriu de canto, e eu - muito inocente do jeito que sou - me aproximei da geladeira, abri a mesma e apontei para a torta, depois para a gelatina.

Nisso, percebi o brilho do homem indo embora ao compreender a minha indireta, fazendo eu começar a rir enquanto fechava a geladeira e pegava uma colher para separar os pedaços da lasanha.

Então, o loiro parou de fazer o suco e começou a se aproximar, parando bem pertinho de mim enquanto esperava eu levar a minha atenção para ele - o que eu não estava muito afim de fazer.

Coloquei um pedaço de lasanha em cada prato e dei a volta pela mesa, rindo por estar sendo seguida por ele de forma insistente e ter feito aquilo tudo só para colocar a colher de volta na assadeira.

Foi então que finalmente olhei para ele, não ficando assustada quando o homem segurou o meu rosto apenas para que eu mantivesse contato visual.

– Você entendeu a minha pergunta, então responda.- Resmungou.

– Que tal a gente só assistir um filme?- Sorri.- Entendo a sua vontade de querer me fuder até o talo, mas podemos deixar para amanhã.

– Por que amanhã?- Soltou o meu rosto e cruzou os braços, esperando eu convencê-lo.

– Bom, amanhã Kota não vai estar aqui, pelo menos de manhã.- Dei de ombros.

– É verdade.- Concordou.- Tá bom, então vamos jantar.

Soltei um suspiro por ele ter aceitado a minha sugestão, me sentei à mesa e comecei a comer a minha lasanha, a qual  sinceramente ficou melhor do que eu imaginei.

– Terça vai ter uma reunião.- Afirmou Katsuki.- Vou precisar do seu esforço na segunda para repassar e imprimir alguns papéis.

– Pode deixar, chefe.- Mandei uma piscadela para ele.- Como Momo está indo de secretária? Lembro de que ela se afastou antes de eu me machucar.

– Ela pediu demissão faz duas semanas.- Falou com indiferença.

Arregalei meus olhos, surpresa com a fala do homem; nunca pensei que ela faria uma coisa dessas na vida, principalmente quando está perto de se tornar gerente de uma das áreas.

– Você pelo menos sabe o porquê disso?- Passei as mãos pelos meus cabelos.

– Ela disse que é porque está com problemas, mas não disse quais eram.- Deu uma garfada na lasanha.- Esse também é um dos motivos que a empresa teve muitos problemas.

– E é mais uma das coisas que você me escondeu.

𝔒 𝔇𝔢𝔰𝔱𝔦𝔫𝔬 𝔫𝔬𝔰 𝔰𝔲𝔯𝔭𝔯𝔢𝔢𝔫𝔡𝔢 Onde histórias criam vida. Descubra agora