Indireta disfarçada de música

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Narrado por James:

Mais uma troca de beijos, ou melhor dizendo, mais uma troca de beijos muito bons e inesquecíveis com a Evelyn aconteceu. Nós nos beijamos na minha sala trocando juntos uma coisa íntima só nossa, que estava fazendo a nossa relação se transformar em uma outra coisa... 

Sim, a nossa relação estava começando a se transformar em uma coisa diferente, uma coisa da qual eu não sei como descrever tamanha intensidade. São tantas coisas envolvidas, tantos acontecimentos, tantas emoções, e tantos sentimentos...

Antes nós dois tínhamos uma relação restrita só ao profissionalismo, éramos só fisioterapeuta e paciente. Depois, essa relação mudou, e se transformou em uma boa amizade, mas a fronteira da amizade acabou de transformando em uma coisa incontrolável da qual eu já sei perfeitamente que é amor. Mas e ela? A Evelyn também realmente sente a mesma coisa que eu sinto por ela? Será que ela também sente amor por mim? 

O término dela com o imbecil do Josh ainda é algo muito recente para que ela já me diga com certeza absoluta que ela me ama. Eu sei que os sentimentos mesmo que sejam negados, ainda são sentimentos fortes que mesmo que a gente queira, eles não podem ser negligenciados.

Talvez ela estivesse no estado de negação exatamente como eu fiquei. Talvez ela só estivesse tentando negar o óbvio exatamente do mesmo jeito que eu inutilmente tentei fazer. 

Eu sei que ela não sou eu, e que tão pouco eu sou ela, mas sei perfeitamente que os nossos sentimentos se coincidem. Somos tão parecidos, e as nossas diferenças um com o outro, são coisas que se complementam e nos tornam únicos.

Eu paguei um sorvete para ela naquele dia, e me diverti muito ao ouvir a música Born to Die da Lana del Rey no meu carro. É, sem dúvidas, essa moça não é como as outras que eu já vi.

A Evelyn tem coisas nela que são características que a tornam única ao meus olhos. Ela estava assumindo um cargo muito importante na minha vida, e eu não posso negar isso.

O dia se passou quando ela e a mãe dela saíram juntas da minha sala. Confesso que fiquei com medo da dona Julie ter visto a filha dela e eu aos beijos...

Seria tão difícil e complicado explicar tudo...

Tudo é muito complexo, e talvez o que a Evelyn e eu estamos vivendo, seja algo definitivo para nós. 

Acho que nós somos como uma folha de papel, onde a cada dia escrevemos um pouquinho da nossa história nela. Talvez a gente vá a preenchendo de jeitos muitos diferentes. Talvez a gente escreva textos, escreva histórias, ou apague algumas coisas já escritas, mas é muito necessário tomar cuidado com essa "folha" porque a vida é passageira, mas a nossa história não se passará. Não podemos descuidar dessa folha, porque essa folha representa uma vida. 

 Uma simples folha, talvez se converta em um caderno cheio de mais folhas só esperando para serem preenchidas, mas um dia, esse caderno, um dia chegará na última folha em branco, então caberá só a você decidir se a história da sua vida terá ou não terá um final feliz.

 Na gaveta da minha mesa, retiro um porta retrato com uma foto do meu pai. Ele estava sorrindo, e estava bem. Ele ainda não havia sofrido aquele maldito acidente que tirou dele, seus movimentos. Poxa, respiro fundo e digo tentando buscar consolo naquela foto:

– Poxa pai, eu sinto tanta a sua falta. Eu queria que o senhor estivesse aqui. Eu precisava tanto de um conselho seu agora. Já faz muito tempo que eu prometi a mim mesmo nunca mais voltar a amar, mas agora essa promessa não é mais válida ou existente pelo simples fato de eu ter me apaixonado por uma mulher inalcançável para mim. A Evelyn é rica – engulo em seco – E eu sou só um fisioterapeuta que nunca poderia dar a ela o que ela precisa, e está acostumada a viver...

O fisioterapeuta e a milionária - Um amor proféticoOnde histórias criam vida. Descubra agora