Cap 3 - Sentimentos dolorosos

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Anelise on
  Quando acordei essa manhã, vi que Lian não estava mais aqui, criei coragem e me levantei, fiz minha higiene matinal e coloquei a primeira roupa que vi após escovar o cabelo.

Estava descendo as escadas quando ouvi Lian e Amélia conversando, ouvi tudo que disseram, nesse momento não sei se estou com raiva do meu irmão que me abandonou levando nossa irmã e saber que posso cruzar com qualquer um apenas saído de casa ou br...

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Estava descendo as escadas quando ouvi Lian e Amélia conversando, ouvi tudo que disseram, nesse momento não sei se estou com raiva do meu irmão que me abandonou levando nossa irmã e saber que posso cruzar com qualquer um apenas saído de casa ou brava por Lian não ter mantido segredo.
  Eu então entro na sala e falo bom dia de uma forma bem animada. Os dois me observam.
--- B-bom d-dia.--- Diz Lian.
--- Bom dia querida, dormiu bem?--- Diz Amélia.
--- Sim.
--- Está com fome? Eu fiz pan....
--- Não. Não estou com fome.--- Falo.
  Os dois se entreolham e voltam a me observar.
--- Anelise...--- Amélia começa.
--- Estou saindo.--- Falo e saio de casa usando minha velocidade de vampiro, quando vejo, estou no meio da rua.
  Volto pra calçada usando a mesma velocidade.
  Minha cabeça da mil voltas enquanto caminho sem rumo pelas calçadas de cimento. Não estou com raiva do Lian por ter dito. Só estou angustiada em saber que posso rever meus irmãos, não sei se meu coração aguenta, sabe, o pior dos castigos é o abandono, é incompreensível o abandono da própria família, mas é fácil compreender quando não se existe amor de verdade. Talvez essa seja a resposta para tal incompreensão.
  Havia prometido para mim mesma que não choraria mais por isso, e nesse momento minha visão está embasada e lágrimas escorrem pelo meu rosto. Não sei por que dói, achava que já havia passado. Vai ver ainda dói e eu apenas me acostumei, talvez eu ainda sinta e simplesmente não admita.
  O ronco da minha barriga me tira desse mar de incertezas e sentimentos relembrados, eu estou morrendo de fome e acabo de perceber que saí sem nada, eu não ia imaginar que iria sair de casa quando me dirigi a sala de jantar e me recuso a voltar e encarar os dois. Não estou brava com eles, só odeio que sintam pena de mim.
                                     (...)
  Não tenho certeza de quantas horas se passaram mas de acordo com o Sol agora devem ser umas onze ou doze horas, e nesse momento, me encontro sentada no banco de um parquinho onde há algumas crianças de seis ou sete anos mais ou menos brincando. Eu estava morrendo de fome então tomei o sangue de um esquilo, o que ajudou. Uma das vantagens de ser híbrido. Eu não estou mais chorando, o que é um bom sinal mas não me sinto tão bem.
  Derrepente sinto algo se mover em minha perna, o que me deixa em pânico, olho pra baixo e vejo uma gatinha. Como eu sei? Ela tem uma laço rosa. Eu a pego no colo e começo a fazer carinho em sua cabecinha.
--- Você é tão fofa....
  Ela começa a ronronar me fazendo derreter.... Então uma garotinha de olhos amendoados e cabelos negros presos em uma trança para em minha frente me observando.
--- Oi.... Ela é sua?--- Pergunto.
  Ela balança a cabeça em sinal de positivo.
--- Eu sou a Anelise... E você?--- Pergunto levantando a gata em sua direção para que a pegue.
  Ela segura a gata e sorri pra mim.
--- Eu sou a Maya, e essa é a Miray.
  Eu sorrio pra ela fazendo um sinal pra que ela se sente, e ela se senta ao meu lado.
--- São nomes muito bonitos.--- Digo.
--- Você acha?--- Ela me pergunta surpresa.
--- Claro.
--- Obrigada... O seu também é bonito... Parece de princesa....
   Que gracinha!
--- Muito obrigada...
  Nós duas sorrimos, mas ela parece um pouco triste.
--- Maya... Você está bem?
--- Mais ou menos.
--- Por que mais ou menos?
--- É que ninguém quer brincar comigo, todos me acham estranha, ainda mais quando eu me apresento.
  Acho que eu vou chorar....
--- É por isso que você está triste?
--- É....
--- Você quer que eu brinque com você?
  Seus olhos brilham quando eu pergunto.
--- Você quer brincar comigo?!
--- Se você quiser claro.... Eu não estou fazendo nada.
--- Eu ia adorar!.... Mas você não se importa? É que você já é grande....
--- Isso é por que eu sou uma criança de dezenove anos com mentalidade de cinco.
  Ela ri alto.
--- Então vamos.--- Ela diz, se levanta e estende a mão pra mim.
  Eu me levanto e seguro em sua mão, Maya me puxa e nós corremos até a caixa de areia, ela disse que adora brincar na areia por que a faz lembrar de onde morava antes. Nós fazemos várias construções e as infeitamos com pedrinhas brancas que estavam misturadas com a areia. Depois enterramos a Miray que saiu correndo, o que nos fez rir pra caramba.
  Um tempo depois fomos brincar nos outros brinquedos, escorregador, gangorra, balança e ficamos bastante tempo no gira-gira. Fazia tempo que não me divertia tanto, crianças são tão mágicas com sua pureza e inocência, é impossível ficar mal com elas por perto.
--- Eu preciso ir pra casa.....--- Ela diz com um olhar triste.
--- Ei... Não precisa ficar triste, nós podemos brincar de novo qualquer dia.
--- De verdade?!
--- Sim.... Agora vamos, eu te levo pra casa.
--- Eu vou pegar a Miray.--- Ela saiu correndo.
  Enquanto a espero eu olho ao redor e sinto que estou sendo observada, até que meus olhos param em um par de olhos esmeraldas que me observam de longe, eu o encaro, ele parece surpreso e pensativo, e percebo que tem a garotinha em seu colo que parece estar chorando, ela está de costas pra mim e não consigo ver seu rosto mas..... Ela me parece tão familiar.... Será que eu a vi brincando? Acho que não.... Mas ela é realmente familiar, poderia confundir ela com minha irmãzinha facilmente....
--- Desculpe a demora,  a Miray estava escondida vamos?--- Maya diz já ao meu lado.
--- Certo....
  Seguro em sua mão e começamos a caminhar, ela vai me mostrando o caminho e ao que parece, ela não mora muito longe.
Anelise off
Peter on
  Eu estava observando Lorie brincar e tentar pegar um passarinho, estávamos no parquinho, até que vejo aquela garota com quem esbarrei brincando feito uma garotinha com uma menininha, quando percebi estava sorrindo. Não percebi quando Lorie olhou pra onde meus olhos se fixaram, percebi apenas que ela começou a chorar, além de estar mais pálida que o normal. Corro em sua direção.
--- Lorie, o que aconteceu?--- Pergunto já em seu lado e ela estende os braços, eu então a pego no colo.
--- Por que ela não gosta de mim? Ela me abandonou e está brincando com aquela menina estranha. Por que ela não me ama?--- Ela chora ainda mais.
--- Ela quem Lorie?
--- A Anelise....--- Ela diz entre os soluços.
  Eu olho novamente para aquela garota e ela me encara quando percebe o meu olhar mas logo ela vai embora com a garotinha.
--- Lorie não chore.... Todos nós amamos você....
--- Mas ela não.
  Ela continua chorando e eu decido voltar pra casa, nunca vi a Lorie tão triste, acho que eu preciso falar com Drogo mas.... Ele não é a melhor pessoa para pensar na situação, eu preciso falar com o Nicolae, Eu prometi não falar nada mas agora também diz respeito a Lorie.
  Quando saímos da vista das outras pessoas e tenho certa de que ninguém está nos vendo, uso minha velocidade sobrenatural e em alguns segundos estamos entrando em casa. Drogo aparece próximo a nós, preocupado por escutar o choro da Lorie.
--- O que aconteceu?--- Ele pergunta e Lorie pula em seu colo.
--- Drogo por que a Anelise não me ama?--- Ela pergunta entre soluços.
  Ele parece pensar na resposta, quando ouviu esse nome ficou pálido depois meio mal humorado.
--- Eu amo você.--- Ele diz.
--- Mas eu queria que ela também me amasse....
--- Escuta.... Por que você diz isso tão derrepente?--- Pergunta ele.
--- Ela estava no parquinho brincando com aquela menina de nome estranho.
--- O que?! Você viu ela?
  Lorie balança a cabeça em sinal de positivo. Drogo não responde, seu rosto fica sem expressão e não faço ideia do que se passa em sua cabeça. Nesse momento Nicolae aparece e corre até nós preocupado.
--- O que ouve?--- Ele pergunta pegando Lorie no colo.
--- Nicolae, eu sou uma irmã ruim?--- Ela pergunta ainda com os olhos cheios de lágrimas.
  Nicolae a olha sem entender o porque da pergunta é então sorri ternamente para ela.
--- Você é uma ótima irmã.--- Ele diz calmamente.
--- É mentira!
  Ele a observa e depois passa seu olhar por mim e Drogo, parando em Drogo que não está com uma cara muito boa.
--- Por que você diz isso Lorie?--- Pergunta ele.
--- Se eu fosse uma boa irmã, a Anelise não teria ido embora.--- Ela diz e volta a chorar.
--- Quem é Anelise?
--- Minha irmã gêmea.
  Drogo diz isso e sai de casa. Nicolae olha pra mim e entendo que sobrou para mim explicar o que está acontecendo.

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  Uma Bartholy?Onde histórias criam vida. Descubra agora