Desculpem a demora pra postar, boa leitura!😅
Acordo com a doce melodia enfernal do despertador, estendo o braço para o desligar ainda de olhos fechados, mas não encontro o botão e o barulho continua, perco a paciência e o jogo contra a parede. Não vai tocar nunca mais.
É nessas horas que eu me arrependo de não ter ido dormir mais cedo. Eu tenho um enorme problema com acordar cedo, simplesmente odeio, nada me deixa mais mal humorada que isso.
Abro os olhos lentamente e pisco para me acostumar com a claridade, me lembro de pegar no sono ouvindo Peter tocar, ele deve ter feito de propósito. Peter.... Nem acredito no que aconteceu.... Nós nos conhecemos a tão pouco tempo, foi diferente com o Matteo, me lembro de quando nos vimos pela primeira vez séculos atrás, eu ainda era humana na época. Mas isso não vem ao caso, gosto do Peter como gostava do Matteo, e isso me assusta.
Matteo... Se você soubesse o quanto faz falta...
Meus olhos param sobre o livro que Viktor me deu, ele havia dito que o livro me ajudaria com esse anel que não me larga, entretanto, a porcaria desse livro não abre. Fui falar com ele ontem a noite, e ele me disse que eu deveria descobrir como abre essa coisa, vê se pode, estava quase perdendo o controle, foi nessa hora que Peter apareceu.
Talvez eu devesse contar para ele sobre isso, mas não sei se é um bom momento, quem sabe mais pra frente.
Me levanto da cama cambaleando de sono e me dirijo ao banheiro indo direto ao chuveiro. Ainda está cedo, meu despertador toca duas horas antes do horário de ir a universidade, assim eu não me atraso com frequência. Depois do banho termino de me arrumar e penteio o cabelo e faço uma tiara de trança, calço o tenis e pego meu celular que acaba de apitar.
Vejo uma mensagem da Brenda.
" Oi Anne, bom dia! Você tá livre hoje?"
" Eu não sei, não tenho nada planejado, por que?". A respondo.
Depois de alguns segundos ela logo responde.
" Um amigo me convidou para ir a uma festa hoje, gostaria de me acompanhar?"
Não vejo problema em ir a uma festa, pode ser divertido.
" Por mim tudo bem. Vai ser onde?" Pergunto.
" Em uma boate que fica perto do Campus, ela é bem conhecida." Ela responde.
" Tá bom, te vejo daqui a pouco".
" Até".
Coloco o celular na cama e caminho até a penteadeira do closet, abro o porta jóias para procurar um brinco e meus olhos se detém na caixinha de madeira no centro da penteadeira. Largo o porta jóias e pego a caixinha, a seguro em minhas mãos, ela me trás tantas lembranças.
Depois do que parecia ser uma eternidade, tomo coragem e a abro, dando de cara com aquele objeto simplório tão família. Ele continua do mesmo jeito que o deixei, as duas alianças de ouro rosé presas na correntinha em que as coloquei para não as perder, na parte de dentro delas ainda há as nossas iniciais. M e A.
Flashback on
- Já disse que não quero ouvir nada!- Digo me afastando.
- Sim eu sei, mas por favor me ouça...- Matteo diz.
O ignoro e continuo andando.
- Você fica linda quando está com ciúmes.- Ele diz segurando meu braço, me fazendo parar.
- Matteo não tem graça! Eu já cansei de tudo isso....- Digo.- Tem sempre alguma garota....
- Anne.... Por favor... Eu não quero perder você...- Ele diz.- Pra mim você é única.
Eu fico em silêncio, meus olhos se enchem de lágrimas.
- Eres todo lo que siempre soñé, eres linda... Nadie es como tú... Eres todo aquello que yo siempre busqué, eres linda... La más linda amor... ( Tradução: Você é tudo o que eu sempre sonhei, você é linda... Ninguém é como você... Você é tudo o que sempre procurei, você é linda... A mais linda amor...) - Ele diz olhando em meus olhos.
Matteo estende a mão livre e seca a lágrima que escorre por minha bochecha.
- Eu te amo....- Ele diz e tira algo do bolso de seu casaco.- E pra provar...- Ele então me mostra duas alianças.- Essas alianças irão representar a promessa de te fazer feliz pelo resto da eternidade, e te amar até o final da minha vida...
- Matteo...
- Essa é a minha promessa. Você se promete a mim?- Ele pergunta afagando minha bochecha.
- Sim.... Eu me prometo a você.- Digo sorrindo.
Matteo sorri com a minha resposta. Ele então se aproxima selando nossos lábios enquanto o sinto colocar a aliança em meu dedo.
- Yo te quiero...- Ele susurra em meu ouvido.
- Eu sei.- Digo sorrindo.
Matteo sorri com a minha resposta e me olha esperando algo.
- Mas... Eu também te amo.- Digo.- Até porque você vai me levar para a Espanha não é mesmo?
- Sim, vamos para onde você quiser mí princesa...
Flashback off
Uma voz me tira de meus pensamentos, pronunciando meu nome de uma forma estranhamente familiar.
- Matteo...?- Pergunto sem pensar.
Olho para a porta do closet, vendo Peter se aproximar. Ele me olha parecendo preocupado.
- Quem?- Ele pergunta próximo a porta.
- N-ninguém.... É.... Não vi você entrando....- Digo tentando parecer sincera.
- Ah, desculpe, eu te chamei mas você não estava respondendo.... Então vim ver se estava tudo bem...- Ele diz dando de ombros.
- Desculpa eu não ouvi...
Coloco a corrente com as alianças em meu pescoço, quero mantê-las por perto.
- Acabei de sair do banheiro, não devo ter escutado você.- Falo.
Olho para ele que me observa com uma expressão indecifrável, não gosto quando ele fica com essa expressão, sinto como se ele voltasse a firmar aquela barreira novamente.
- Bom, tudo bem mas.... Quem é Matteo?- Ele pergunta curioso.- Quando a chamei, você disse esse nome....
- Ele... É um conhecido.... O jeito que.... você me chamou, me fez lembrar ele...
- Ele é seu amigo?- Ele pergunta.
- Eu... Nós.... Podemos mudar de assunto?
Não quero falar sobre isso, eu passei por tanta coisa, não quero relembrar essa dor, não é como se ela fosse embora, na verdade ela está sempre presente, mas com o tempo me acostumei a conviver com ela.
Em meio a tantas coisas isso me deixou forte, me fez entender forte não é ser imune a dor, mas seguir adiante apesar de senti-la.
- Tudo bem....- Ele diz e suspira, vejo a expressão de seu rosto se suavizar.
Eu me levanto e pego minhas coisas no quarto, Peter me segue e se senta em minha cama, deixo tudo num canto e caminho até ele, me sentando ao seu lado.
- Você dormiu bem?- Ele pergunta.
Eu sorrio.
- Sim eu dormi, impossível dormir mal ouvindo uma música tão linda.- Digo.
Ele então sorri.
- Que bom que gostou.- Ele diz.
Peter então desvia o olhar do meu rosto para algo no chão, sigo seu olhar e vejo o despertador quebrado.
- O que houve?- Ele pergunta.
Dou de ombros.
- Ele não parava de tocar....- Digo.
Peter ri. Faço uma careta.
- Não tem graça.- Falo.
- Claro que tem...- Ele diz ainda sorrindo.
- Desde quando você tira sarro dos outros?
Ele não me responde e estende o braço, ele segura meu rosto com sua mão, seu polegar acaricia minha bochecha, o toque de sua pele fria é tão confortável. Seus olhos esmeralda não desviam o olhar, tenho certeza de que poderíamos passar horas assim, sem nem precisar falar, a companhia um do outro parece suficiente. Não sinto isso desde o Matteo....
Seguro as alianças ainda no cordão em meu pescoço, minha mão envolve os dois metais.
- O que foi?- Peter pergunta preocupado.
Eu não o respondo, não sei o que dizer, ele então se aproxima preenchendo o espaço que havia entre nós.
- Fiz algo de errado?- Ele pergunta novamente.
- Não! Não fez.... É que....
Sua mão abandona meu rosto, deixando uma estranha sensação de frio.
- Eu me precipitei não foi...- Ele diz.
- Não é isso Peter.- Digo.
- Então?
- Eu não sei, não sei como vai ser daqui pra frente, não sei se..... O Drogo....
- Calma....- Ele diz.- Vai ficar tudo bem, nós podemos tentar, eu me resolvo com ele. Se você quiser claro....
Ele me olha de uma forma triste. Eu encosto em seu ombro, escondendo o rosto na dobra do seu pescoço.
- Eu quero....- Susurro.
Seu corpo que aparentemente estava tenso relaxa, e seus braços me envolvem em um abraço apertado.
- Eu também....- Ele susurra.
........................
Peter on
Depois de Anelise tomar café, a conduzo até meu carro e logo vamos em direção a universidade. Saímos antes de Drogo e Sofia chegarem, provavelmente estavam ocupados, antes de entrar no quarto de Anelise, vi Sofia saindo do quarto do Drogo.
Nós logo chegamos, paro o carro em uma vaga vazia e nos dirigimos a escadaria da entrada. Enquanto caminhamos sinto alguns garotos olharem, e quando isso acontecia eu pegava sua mão a puxando pra mim. Ela parecia não entender nada e me olhava confusa.
Por que eles tem que come-lá com os olhos? É irritante.
- Peter?
- Sim?
- O que foi?- Ela pergunta.
- Nada...
- Tem certeza?
- Sim não se preocupe.- Digo.
- Ok.
Subimos os lances de escadas, há uma garota parada perto da porta, quando vê Anelise abre um sorriso.
- Bom dia!- Diz ela animada.
- Bom dia...- Anelise diz e a cumprimenta com um abraço.
Elas se separam e a garota me olha de uma forma curiosa.
- Brenda esse é o Peter.- Anelise diz.- Essa é a minha amiga Brenda.- Se dirige a mim.
- Oi Peter.- Ela diz.
- Oi...- Digo.
Ela então se vira para Anelise.
- Então, você vai?- Ela pergunta.
Onde?
- Eu vou ver em casa, mas acho sim...- Anelise diz.
- É apenas uma festa, não tem nada de mais você se distrair um pouco.- Ela diz.
- É, tem razão.- Anelise diz.
Ela vai a uma festa e não me disse nada?
- Bom eu tenho que ir, preciso passar na biblioteca. Pode ficar com o meu caderno até a aula?
- Sim.- Anelise responde.
- Obrigada, até depois, tchau Peter.- Ela diz acenando.
- Tchau...
Olho para Anelise que está sorrindo.
- Que história é essa de festa?- Pergunto.
Ela me olha.
- A Brenda me convidou para ir a uma festa hoje a noite, um amigo a convidou e ela não quer ir sozinha.
- E quando pretendia me contar?- Pergunto.
- Eu não sei... Durante a aula...
Pelo menos ela ia me falar, é alguma coisa, mas não deixo de ficar incomodando.
- Não acho uma boa idéia você ir.- Digo enquanto caminhamos.
- E por que?- Ela pergunta.
- Não é muito seguro uma garota sair sozinha a noite...
- Eu não vou estar sozinha, e sou bem grandinha pra me virar.- Ela argumenta.
- Ainda não me convenceu.- Digo.
- Qual é Peter é só uma festa.- Ela diz.
Eu suspiro, ela é mais difícil de convencer do que o Drogo. Nós entramos no anfiteatro e caminhamos até nosso lugar.
- Se você quiser, pode vir também...- Ela diz enquanto se senta.
- Não gosto muito desses eventos.- Falo e me sento.
- Pode ser divertido....- Ela argumenta.- Tenho certeza de que o meu irmão....
- Tenho certeza de que o seu irmão vai concordar comigo.- A interrompo.
Ela não responde, ela faz uma careta, tenho certeza de que ficou nervosa.
- Anne....
- Que fique bem claro, ninguém me controla.- Ela diz ríspida.
Antes que eu tenha tempo de responder, o professor entra na sala.
- Bom dia para todos.- Sr. Jones diz e todos ficam em silêncio.
Ele da início a aula, Anelise rabisca o caderno, nem olhou para mim. Posso ter exagerado um pouco mas tenho um bom motivo, pode ser perigoso, ela não é tão forte quanto nós, e além disso.... Lá vai ter muita gente, muitos garotos por perto....
Quem eu estou querendo enganar? Estou com ciúmes e não faz nem um dia que temos alguma coisa, isso se tiver alguma coisa. Eu já sentia ciúmes antes mas não demonstrava, só que agora é diferente.
Aproximo minha mão da dela e a seguro, ela não a afasta, nossos olhares se cruzaram e ela parece estar mais calma.
Meus lábios murmuram um pedido de desculpa silêncioso, ela dá um pequeno sorriso gentil, ela então murmura algo apenas movendo os lábios. Mesmo sem ouvir sua voz, entendo perfeitamente o que disse. Me desculpa por ter sido grossa.
Eu sorrio e minhas duas mãos envolvem a sua, o calor que emana dela é tão reconfortante.
....................
Acompanhei Anelise até sua próxima aula e me dirigi até a biblioteca, peguei um livro de poesia e me sentei num canto vazio numa mesa distante. Nós combinamos de conversar sobre a festa depois, provavelmente na hora do almoço.
Tento prestar atenção no livro mas não consigo, me lembro de hoje cedo quando a chamei em seu quarto. Me pergunto quem é Matteo.... Ela parecia tão abalada, nem queria tocar no assunto, dúvido que seja mesmo um simples conhecido.
- E aí Peter, tudo bem?
Olho para a frente e vejo Lian se aproximar.
- Sim, e com você?- Pergunto.
Ele se junta a mim na mesa.
- Eu vou indo....
- Aconteceu alguma coisa?
- Nada de mais eu acho.- Ele diz.
Levanto as sombrancelhas intrigado.
- Como assim? Eu não entendi....- Falo.
- É que ontem eu esbarrei com uma garota e uma caneta dela acabou quebrando.
- Então ela ficou brava com você?
- Sim mas.... É que ela simplesmente não sai da minha cabeça....- Ele diz.
- Você falou com ela?- Pergunto.
- Eu fui me desculpar mas ela não quis ouvir.
- Talvez você devesse falar com ela, quem sabe ela não está mais calma.
- É, pode ser.
Então algo passa pela minha cabeça.
- Escuta Lian, posso fazer uma pergunta?
- Sim, claro.
- Quem é Matteo?- Pergunto.
Quando escuta o nome ele fica pálido, obviamente surpreso com a pergunta.
- Onde ouviu esse nome? E por que quer saber?- Ele pergunta surpreso.
- Ouvi Anelise o pronunciar, mas quando perguntei ela ficou estranha, fiquei curioso.- Digo
- Ela falou o nome dele?- Ele pergunta preocupado.
- Sim...
- E o que ela disse quando você perguntou?
- Que ele era um conhecido.- Falo.
Lian fica em silêncio, seu semblante se torna triste.
- Eu prefiro não falar sobre isso, é assunto da Anelise, ela não gosta de falar sobre isso com ninguém.
- E por que não?- Pergunto.
- É complicado.... Não sou eu quem deve te explicar. Ela parece gostar de você, quem sabe não lhe responde.
Ele com certeza sabe quem é.
- Sabe ela passou por muita coisa, Matteo faz parte de suas lembranças mais felizes ao mesmo tempo que é a mais triste, ela não gosta de relembrar a dor que sentiu quando..... Bom enfim, eu tenho que ir pra aula, até mais.
Ele se levanta e sai.
Quem será que foi esse tal de Matteo.... Ele parece ser alguém importante para ela, porém ela pareceu mal quando toquei no nome dele, talvez eu deva esperar um tempo até perguntar. Ela deve se sentir a vontade pra falar comigo sobre algo tão sério.
O sinal toca e me dirijo para a próxima aula.Alguém está curioso pra saber quem é Matteo?
Espero que tenham gostado.🤗
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Uma Bartholy?
FanfictionDesde que nasceu, Anelise nunca foi uma garota normal, via e ouvia o que ninguém mais podia. Quando seus pais morreram anos atrás, foi transformada em vampira junto com seus irmãos, mas por obra do destino se viu sozinha por causa de desentendimento...