Uma Bartholy?

Cap 30 - Treino?

Oiiii, desculpem a demora pra postar, essa semana foi muito corrida, tive muita coisa pra fazer (e ainda tenho) na escola e como eu estudo em integral, é bem corrido. Mas vou postar o próximo capítulo ainda essa semana já que esse seria o da semana passada.

Boa leitura!

Anelise on
Sinto um peso sobre mim, algo me rodeando, o que me desperta de meu sono. Conforme minha consciência vai voltando as memórias da noite anterior aparecem, trazem consigo uma dor de cabeça infernal, é com certeza consequência da grande quantidade de álcool que consumi ontem a noite.
Uma respiração atrás de mim me lembra de que não estou sozinha, e que também não estou em meu quarto. Abro os olhos lentamente permitindo que a luz me desperte por completo.
Os braços de Peter me envolvem, me manteram colada a ele durante toda a noite, ele embalou meu sono e dormi como a muito tempo não fazia. Tomando cuidado para não acorda-lo, me viro ficando de frente pra ele, dou um pequeno sorriso ao ver seu rosto sereno. Ele é tão lindo.
- Bom dia...- Peter diz de olhos fechados.
- Ah... Bom dia.- Pensei que ele estivesse dormindo.
Peter dá um pequeno sorriso de lado e abre os olhos, seu olhar é penetrante e está apenas a alguns milímetros de distância, ele está sem camisa, sua pele exposta me desestabiliza, muitas pessoas não notam mas Peter tem um físico de dar inveja.
- Dormiu bem?- Ele pergunta dando me dando um selinho.
- Sim...- Digo.
Peter sorri por um momento mas então sua expressão muda.
- Falta uma hora para que todos acordem.... Se você não quiser ser vista saindo daqui e usando minhas roupas.... Eu vou entender.- Ele diz.
Seu tom é de indiferença mas noto que um tanto de incomodo e um pouco de melancolia se fazem presentes. Levanto meu braço e afago seu rosto com minha mão.
- Por que? Não fizemos nada de errado e eu estou com preguiça de levantar agora.- Digo escondendo o rosto na dobra de seu pescoço.
Sinto ele me apertar mais. Me sinto como uma boneca em seus braços, uma boneca de porcelana frágil e delicada. Normalmente eu não gostaria de me sentir assim mas quando é ele que causa essa sensação, confesso que não me incomodo, muito pelo contrário.
Suas carícias me fazem recordar sua declaração, aquela que fez meu coração bater em um ritmo acelerado. Me dei conta de que não estou tão longe, não havia notado antes mas reconheço os sintomas.
Isso é de verdade, eu posso sentir, ele chegou e tudo mudou, e agora finalmente sei o que é amar novamente, ontem tive certeza disso. O que sinto é diferente, não sei como explicar é como se apenas ele estivesse ao meu redor, quando me olha o tempo parece parar e quando sorri pra mim sinto que toda a tristeza que já senti desaparece. É uma sensação inigualável, é com certeza muito maior do que sentia por Matteo e não sei se fico feliz ou me sinto culpada comigo mesma por quebrar minha promessa.
Os minutos passam, estava prestes a falar algo quando ouço batidas na porta me fazem levantar. Peter faz um sinal indicando para que eu fique em silêncio, ele então se levanta e caminha até a porta, ele a abre, mas apenas uma brecha, mantendo a cama, onde estou, fora do campo de visão de quem estivesse lá fora.
Me levanto e caminho até a janela na intenção de sair assim que escuto a voz de Drogo, caso ele queira entrar.
- Precisa de algo?- Peter pergunta.
- Eu.... Posso falar com você...?- Drogo pergunta num tom de incômodo.
- Agora? Não pode ser depois?
- Não tem que ser agora.... É importante, preciso falar com alguém sobre isso.
A última coisa que escuto é a porta pater na parede ao ser escancarada por Drogo, usei a janela para sair de lá sem ser vista por ele. Me pergunto o que ele queria falar, fiquei curiosa pra saber sobre o que se trata o assunto, esse tom de voz que ele usou, ele geralmente o usava quando tinha um problema ou algo o incomodava. Vou em direção ao meu quarto, preciso me arrumar e depois descobrir o que meu irmão tinha.
Anelise off
Viktor on
Os últimos dias foram tão corridos que nem me lembro quando foi a última vez que fiz uma refeição decente, estive ocupado investigando onde os Samanieros estão, e para o meu azar estão mais perto do que imaginava. Preciso tomar providências, eles não podem encontrá-la antes dela aprender a usar seus poderes, a única coisa que me tranquiliza ainda que minimamente é o fato dela ter encontrado aquele anel, pelo menos ela não correrá perigo. Ao menos por enquanto.
Ela precisa se lembrar de tudo o quanto antes, mas do jeito que anda vou ter que mover algumas montanhas. Tenho que ao menos lhe ensinar como usar seus poderes. Não posso deixar de sorrir ao lembrar de quando ela era criança e estava aprendendo, mas o sorriso some rapidamente ao me lembrar das circunstâncias presentes.
Tenho uma segunda chance de consertar as coisas e tudo voltar ao normal, foram séculos sozinho. Primeiro a minha esposa e depois minha filha, perdi todas. Em meio a solidão, tentei criar uma nova família, encontrei Nicolae, em seguida Peter e quando achei Drogo e Lorie, finalmente encontrei a alma da minha Tory, mesmo depois de séculos ainda havia como salva-la.
Meus transformados podem não acreditar mas me importo com cada um deles, independente do quanto eu sou ruim. Mas eles não precisam saber disso. Corinne ficaria feliz em ter vários filhos espalhados pela casa, era o que ela queria.
Depois de procurar muito eu finalmente encontrei esse maldito amuleto, espero que sirva para algo.
Ando pelos corredores da mansão e desço as escadas, logo vejo Peter e Anelise próximos a porta, eles conversam sobre algo que os deixam nervosos. Ando até eles lentamente.
- Bom dia meus filhos.- Digo sorrindo.
Ambos me olham de forma estranha, já estou acostumado com esse tipo de tratamento.
- Que bom que a encontrei aqui.... Vou levá-la para a faculdade.- Digo me dirigindo para Anelise.
- Como?- Peter exclama.
Olho pra ele.
- Não se preocupe, não tem mal algum em um pai dar carona para a filha.
- Ela não precisa de carona, ela vai comigo.- Ele diz tomando a frente.
Seu gesto me surpreende, Peter nunca foi de ir contra minha palavra, imagino que ele deva gostar muito dela. Não sei se gosto muito disso.
- Não sei se entendeu mas.... Não foi um pedido.- Falo friamente.
Peter iria falar algo mas Anelise o segura pelo braço, quando ele a olha, toda raiva que havia em seus olhos some instantâneamente e ele recua.
- Peter.... Tudo bem...- A ouço sussurrar.
- Anne....
Ela aperta sua mão o fazendo relaxar, lhe dá um sorriso gentil e murmura algo no ouvido de Peter. Me dou conta do que se passa aqui, eu já havia percebido sua proximidade mas não pensei que estavam tão íntimos.
- Andem logo vocês dois, não precisam ser tão dramáticos.- Digo revirando os olhos.- Vão se ver de novo na universidade.
- Não vou deixar vocês dois sozinhos.- Ele diz me fuzilando com os olhos.
- É um assunto particular.... Portanto não lhe diz respeito.- Falo perdendo a paciência.
- Parem vocês dois!- Anelise fica entre nós dois.- O que você quer Viktor?
- Como eu disse, apenas conversar.
- Como se eu fosse acreditar nisso...- Peter murmura nervoso.
Anelise suspira.
- Tudo bem Peter.... A gente se vê depois.- Ela diz.
- O que? Você vai com ele?- Ele pergunta indignado.
- Eu....
- Estamos resolvidos, ande logo.- Digo interrompendo e saindo pela porta.
Caminho até o carro lentamente, Anelise me segue em silêncio depois de alguns segundos.
- O que era tão importante pra você querer falar comigo?- Ela pergunta assim que entramos no carro.
Eu sorrio.
- Preciso que você aprenda a usar seus poderes.- Sou direto.
Logo ligo o motor e avançamos pelas ruas.
- Por que?- Ela pergunta.
Ela não tem que saber disso ainda, mal sabe se defender, seria apenas uma preocupação desnecessária no momento, vou deixar que ela pense ser apenas um capricho meu.
- Eu estou esperando sua resposta.- Ela diz.
- Se trata de uma troca de favores...- Começo.- Vou treinar você. E em troca, você me ajuda com algo.
- Claro..... Como sempre é apenas mais um dos seus joguinhos.- Ela diz.
Ela mordeu a isca.
- Eu chamaria de troca de favores... Ou vai me dizer que não se interessa em aprender a usá-los?
- E o que você ganha em troca?- Ela pergunta depois de alguns minutos em silêncio.
- Você vai saber na hora certa.- Respondo.
O silêncio predomina pelo resto do caminho, ela não diz nada e eu muito menos, logo chegamos ao campus, paro o carro e a encaro. Ela possui os mesmos traços e cabelos, a semelhança é inconfundível, a única diferença são os olhos que não são mais azuis, e sim escuros.
- Tudo bem.... Eu aceito sua proposta....- Ela diz.- Mas...
Sempre tem um mas.
- Mas..?
Ela parece tomar coragem e então me olha.
- Apenas se você me ajudar com algo.- Ela diz por fim.
- Com o que exatamente?- Pergunto.
- Eu tenho tido sonhos estranhos ultimamente.... E por alguma razão, não acho que sejam apenas sonhos.
Será que ela começou a se lembrar?
- Não sei se faz sentido, mas eles parecem tão reais.... Achei que talvez você pudesse saber de algo....- Ela diz por fim.
- Eu posso pesquisar algo... Não te dou garantia mas posso ver o que consigo.
- Ok.- Ela diz.
Ela então abre a porta do carro e sai, quando a fecha novamente e se vira para sair, eu a interrompo.
- Mais uma coisa.
- O que?- Ela pergunta cansada.
Coloco a mão no bolso do paletó e pego a caixinha de madeira, estendo em sua direção e ela a pega.
- O que é isso?
- Por que não descobre? Eu tenho que ir.- Respondo.
Ligo o carro e ela se afasta.
- Boa aula.- Falo antes de me afastar.
Ela é inteligente, logo irá descobrir a utilidade daquele amuleto, ainda mais com aquela mensagem escrita por aquele Samaniego desprezível. Uma pena ela ter que se lembrar dele, pode arruinar a maldição.
Vou esquecer isso no momento, preciso pensar no agora. Tenho muito o que fazer e ela tem muito o que aprender.

Espero que tenham gostado. Até o próximo!🤗