Cap 55 - O Teatro part. II

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Minutos depois das cortinas subirem, o maestro foi aplaudido ao surgir no palco, logo as primeiras notas musicais fluíram de alguns instrumentos de corda sendo seguidos por instrumentos de sopro, não demorou muito e todos os instrumentos tocavam seguindo o maestro.

A sintonia era simplesmente maravilhosa, não me lembro qual foi a última vez que fui a uma apresentação boa de música clássica, acho que não é mais o meu estilo musical favorito, mas ainda amo do mesmo jeito de antes, velhos hábitos nunca mudam.

Mas ainda assim não conseguia prestar atenção na apresentação, estava tão irritada que precisava me conter para não deixar minha metade vampira me dominar, tenho certeza de que meus olhos ficaram vermelhos por uma fração de segundos. Preciso repetir várias vezes comigo mesma que Dorothy é apenas um inconveniente, que não vale a pena, ou teria pulado em seu pescoço no primeiro momento em que a pegasse sozinha.

Peter com certeza sabe o quanto estou irritada, pois sinto o peso do seu olhar em mim desde que nos sentamos. Não falamos nada desde então, se eu tivesse dito alguma coisa ele provavelmente iria apenas dizer que eu deveria parar de ser tão paranóica, que Dorothy é um anjinho de tão inocente e que eu não tenho porquê ter ciúmes, mas já estou farta de ouvi-lo defendê-la. Se ele tivesse dito algo do tipo naquele momento, tenho certeza de que teria ido embora.

- Anne?- Peter chama minha atenção.

Apenas olho rapidamente para Peter, prefiro manter minha raiva contida.

- Anne fale comigo....- Ele pede.- Você está brava migo?

- Não.- Digo friamente.

- Então por que você não disse nada?- Ele pergunta.

- Pra quê? Você iria apenas defender ela como sempre.- Respondo não conseguindo evitar a amargura em minha voz.

- Isso não é verdade....

- É sim! E não toque no nome dela, ou não respondo mais por mim.

Cruzo os braços e volto a olhar para a apresentação a minha frente, mas logo sinto Peter passar o braço ao meu redor e roçar seus dedos em meu braço.

- Anne.... Olhe pra mim.

Não obtendo uma resposta minha, Peter aproxima o rosto e sinto sua respiração roçar minha pele, então seus lábios deslizam pela lateral do meu rosto distribuindo uma série de beijos. Então sua mão livre segura meu rosto, o levantando, fazendo nossos olhares se encontrarem.

- Me desculpe se te magoei.- Ele diz.- Não era minha intenção ferir seus sentimentos, sabe que Dorothy não significa nada pra mim, somos apenas colegas.

- Eu já sei, você sempre diz isso...- Digo.- E ela parece fazer de tudo para me tirar do sério. Mas o que mais me irrita é ver o quanto você defende ela.

- Apenas esqueça ela sim? Eu prometo que vou falar com ela, essa situação já passou dos limites, não vou mais permitir que ela atrapalhe nosso relacionamento.

- Você promete?

- Prometo.- Peter afirma.

Eu apenas aceno em concordância, Peter então me beija docemente, logo esqueço do nosso pequeno desentendimento. Levo minha mão até seu rosto, o trazendo para mais perto, é quando me lembro que Dorothy está exatamente a dois lugares atrás de mim, e saber que ela tem visão total do Peter me beijando me faz sorrir contra os lábios de Peter.

- Você quer ir embora? Eu vou entender se não quiser mais ficar.- Peter diz assim que nos separamos.

- De forma alguma, eu prometi que veria com você.

  Uma Bartholy?Onde histórias criam vida. Descubra agora