Capítulo 138

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Viktoria on

No momento em que nos viram, os três lobos pararam a uma certa distância. Quando ambos começaram a uivar, me dei conta de que estávamos cercados. Havia pelo menos trinta deles ao redor da casa.

- Droga...- Alaric xingou depois de pegar a menina no colo e perceber o mesmo que eu.

- Precisamos de um plano...- Digo observando ao nosso redor.

Logo os moradores da casa estavam do lado de fora, eram poucos os que poderiam lutar. Havia treze pessoas, homens e mulheres, na porta da casa estava Judy com quatro crianças atrás de si. Alaric deixou a criança que estava em seus braços com ele e voltou ficando ao meu lado novamente.

- Não podemos deixá-los aqui, precisamos ajudar.- Digo o óbvio.

O clã logo se junta a nós, parando em ambos os nossos lados.

- Nos mostre do que é capaz senhorita Alfaro.- O homem ao meu lado diz.

Um teste talvez? Não havia tempo para pensar, lhes observo rapidamente.

- Vocês seis formem duplas e protejam os arredores da casa.- Digo olhando para os da esquerda.- Você proteja a velhota e as crianças.- Digo olhando para Nadine.- Os demais ficam aqui e enfrentam os inimigos de frente.

- Quem pensa que é para dar ordens?- Ela retruca irritada.

- Agora não é hora para isso Nadine, se concentre.- O homem intervém.

A contragosto Nadine caminha de volta para a casa. Não temos tempo para trocar mais palavras quando os lobos começam o ataque. Era fortes e velozes mesmo estando a luz do dia, mas não eram invencíveis. Alaric e eu derrubamos alguns com nossa força bruta, os demais ficavam com suas habilidades, apenas alguns usavam arcos e facas. Eles sabiam lutar, isso era bom.

Um lobo estava prestes a atacar uma garota, quando a protegi ela sorriu e agradeceu parecendo assustada. Ela era muito nova. O mesmo aconteceu comigo quando o mesmo homem de antes me defendeu quando vieram três para cima de mim.

Foi quando um dos nossos caiu, atingido por magia. Nossa magia. Mas não lançada por nós, lançada pelos nossos inimigos.

- Malditos!- Um esbravejou.

- Esses desgraçados estão usando nossos poderes!

Ao constatar isso, algo dentro de mim havia sido tomado pela fúria. Quando minha energia foi liberada, senti o mesmo que os outros. Nossa energia fluiu pelo campo de batalha que havia sido o jardim. Quando todos se concentram, nossa energia, nossa força e nossa vontade pareciam ter se fundido, se tornado uma só. Nunca havia sentido aquela sensação em toda a vida, nem quando tio Caspian e eu trabalhávamos juntos. Era muito maior do que eu havia imaginado.

Conforme os minutos passavam, mais corpos eram deixados no chão. Minhas roupas estavam manchadas de sangue quando finalmente chegou ao fim. Olhei ao redor analisando as perdas. Um morto e dois feridos. Independente de qual lado, os conflitos sempre traziam perda.

- Consegue andar?- Perguntei para a menina que havia protegido, ela havia se machucado.

- Sim...- Ela disse tentando se levantar.

- Se apóie em mim.- Digo lhe ajudando a levantar.

Ela se apóia em mim e eu a conduzo pelo meio da bagunça que aquilo havia se tornado.

- Obrigada por me ajudar senhorita Alfaro...- Ela diz.

- Não se preocupe, não foi nada.- Dou de ombros.- Me chame de Viktoria por favor.- Sorrio.

Ela sorri.

- Eu sou Elis.

- Prazer em conhecê-la Elis.

- Tragam os feridos até aqui!- Ouço Nadine gritar.

Sigo os demais até uma espécie de enfermaria improvisada em um dos quartos. Deixo Elis para ser examinada e dou meia volta com intensão de sair e procurar Ric, porém acabo ajudando alguns feridos antes de deixar o lugar. Após algum tempo saio para tomar ar, mas paro de andar ao ver senhora Judy parada em frente a uma porta.

Ela olha para mim antes de se virar e adentrar o cômodo.

- Se apresse menina.- Ela diz.- Não vamos esperar o dia todo.

Caminho atrás dela, olho ao redor percebendo que estamos em uma espécie de escritório. O homem de antes acompanhado de outro e Nadine se encontravam lá dentro.

Parei de andar ainda próxima a porta. Judy se sentou tentando recuperar o fôlego, uma mulher daquela idade deveria ser poupada de tanta preocupação.

- Nos lhe demos as costas, ignoramos seu aviso embora já soubesse a verdade...- Ela diz.- Me desculpe pela minha teimosia menina. Mas me responda algo. Por quê?

- Porque precisavam de ajuda, não espero nada em troca pelo que fiz.- Digo sem rodeios.

- Você é forte e inteligente, além de parecer uma boa pessoa.- O homem diz.- Eu sou o Haul, este é Diego e Nadine. Somos os mais velhos depois de Judy, somos uma espécie de concelho, tomamos as decisões juntos embora Judy nos lidere.

- Com base nos últimos acontecimentos tomamos uma decisão.- Nadine diz série, sem a aversão que senti nas últimas vezes.

- Decidimos dar ouvidos a você.- O terceiro diz.

Eu havia conseguido?

- Apesar de tudo você tem potencial... Eu me enganei, vamos esquecer nossas primeiras impressões...- Judy diz.

- O que isso significa exatamente? Vão para Mistery Spell nos ajudar?- Pergunto esperançosa.

Eles sorriem.

- Vamos seguir você sim, mas temos uma condição...

- Qual?

- Você irá nos liderar, irá jurar lealdade a nosso clã, seremos família, um só. Antes de qualquer coisa, você agirá em prol de todos nós.

Aquilo parecia bom demais para ser verdade.

- Por que?- Pergunto.- Por que decidiram isso tão de repente?

Eles trocam olhares entre si.

- Porque ainda que não queiramos admitir, precisamos de alguém da família principal para nos liderar. Nossas habilidades estão quase se esgotando, nossa energia irá sumir, não sabíamos as consequências de fugir. Quando deixamos nosso lar, demos as costas a nosso clã, o que significa que não somos mais dignos dele. Ignoramos isso quando sua mãe veio até nós, mas agora não há mais como evitar isso.- Judy diz.

- Não pense que estamos fazendo isso apenas porque precisamos. Vimos você agindo e percebemos o que deveria ser feito. Temos que dar fim nesta guerra. Aqueles malditos usaram nossos poderes para nos atacar, isso foi a hora d'água. Passamos séculos fugindo, mas agora chega. Talvez você tenha vindo no momento certo, precisamos vingar nosso povo, lutar uma última vez.

- Ainda lhe falta preparo obviamente, mas iremos lhe ajudar... O que me diz, aceita nossa proposta?

- Sim... Eu aceito.- Respondo ainda petrificada.

Eles sorriem antes de me abraçarem, cada um deles.

- Bienvenida a la família Viktoria.


Voltamos com mais amanhã! Espero que tenham gostado!😘





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