Cap 18 - Uma coisa

644 64 5
                                    

Boa leitura!😘

Em menos de uma semana nós mal nos falávamos, e agora vamos simplesmente passar um tempo juntos. Só nós DOIS. Eu não estou reclamando, gosto muito da sua companhia, até demais, e isso me deixa um pouco nervosa. Me pergunto se ele também se sente assim, ansioso, eufórico, nervoso, ele não costuma demonstrar emoções, está sempre melancólico, mas consigo distinguir algumas emoções como quando ele está feliz ou preocupado.
Eu olho para Peter dirigindo, ele está quieto, parece pensativo. Pelo menos ele não está com aquela garota..... Me pergunto porque sinto tanto ciúmes dele, espero não acabar me apaixonando por ele, sempre que acontece eu acabo me ferindo.
Quem eu tô querendo enganar? Sinto algo por ele, algo bom, forte, e tenho medo de como isso vai acabar.
--- Peter.
--- Sim?
--- Onde nós vamos?--- Pergunto.
--- Vamos a um lugar que eu costumo ir, mas antes vou passar num restaurante, não quero que fique com fome.--- Ele responde.
Que fofo.
Três minutos depois ele para em frente a um restaurante, tira o sinto e olha pra mim.
--- O que quer comer?--- Ele pergunta me observando.
--- Eu não sei.... Podemos tomar sorvete?--- Digo.
Ele sorri pra mim. E que sorriso.
--- Eu já volto.--- Ele diz e sai do carro.
Sinto meu celular vibrar no meu bolso, o pego e vejo uma mensagem da Brenda.
"Oi Anne, você sabe se eu deixei meu caderno azul com vc? Acho que o perdi."
"Vou ver na minha bolsa, só minuto."(Respondo)
"Ok."
Eu abro minha mochila e vasculho o bolso onde guardo os livros, até que vejo um caderno que não devia estar aqui. Pego o celular e mando uma mensagem.
"Está comigo. Desculpa, devo ter me confundido, posso te devolver amanhã?"
Ela logo me responde.
"Ainda bem que está com vc, fico mais tranquila, amanhã vc me devolve."
"Combinado."
Eu não sei quem é mais distraída, se sou eu ou se é ela, o incrível é que já somos muito amigas em tão pouco tempo, acho que encontrei uma melhor amiga, espero que o Lian não fique com ciúmes. Mas hoje ela estava um pouco triste, alguém trombou com ela, fazendo com que a caneta que era da sua mãe quebrasse, e ao que parece não tem concerto.
Peter entra no carro com uma sacola, assim que fecha a porta, a estende pra mim.
--- O seu almoço e o seu sorvete.--- Ele diz quando me entrega a sacola.
Eu sorrio. Olho dentro da sacola e pego uma pequena caixa com o emblema de uma sorveteria.
--- Obrigada Peter.--- O agradeço.
--- Não foi nada. Aliás, eu não sabia de que sabor você gostava então peguei de morango e flocos.--- Ele diz.
Eu abro a pequena caixinha e pego uma colherada do sorvete com a pazinha que achei na embalagem.
--- Você acertou, adoro os dois sabores.
Ele sorri com a minha resposta.
--- Que bom.--- Ele diz.
..................
Peter não quis me dizer para onde vamos, mas tenho quase certeza de que é em algum lugar da floresta a julgar que estamos em uma rua deserta feita de terra. Eu terminei o meu almoço a uns três minutos, dois hambúrgueres e uma porção de fritas com queijo.
Ele para o carro fora da estrada no meio de algumas árvores e outras plantas. Aparentemente, o lugar não é longe, faz apenas dez minutos desde que saímos do centro.
--- Agora nós vamos andando...--- Ele diz enquanto desliga o carro.
--- É longe?--- Pergunto.
--- Mais ou menos, acho que não chega a ser longe para nós.--- Ele responde.
Claro, nós podemos correr.
Nós saímos do carro, eu observo ao redor, acho que a mansão não é tão longe daqui.
--- Vamos?--- Peter estende sua mão para mim.
--- Sim...--- Eu seguro sua mão.
Nós corremos usando nossa velocidade, Peter nos guia pelo meio da floresta, sem soltar minha mão, ele a segura firmemente, tenho a sensação de que ele a seguraria para sempre.
Nós paramos, aparentemente o percurso é bem rápido. Olho para Peter que me observa, eu desvio o olhar e olho ao redor. Nós ainda estamos no meio de um monte de árvores.
Peter então começa a caminhar e eu o sigo, nossas mãos continuam entrelaçadas, nós andamos em linha reta em passos calmos. Estava tão distraída pensando em Peter que não havia dado conta do barulho de água caindo, o ruído começa a ter mais intensidade conforme andamos, o cheiro refrescante de água corrente invade meu nariz.
Me lembro de quando era criança, minha família tinha uma propriedade imensa, a casa se encontrava próxima a floresta, Drogo e eu costumávamos fugir para lá, agente atravessava a floresta para chegar na cachoeira, ficávamos horas e horas lá, nadando, pescando, caçando esquilos, sempre fugindo de algum castigo. Sinto falta daquele tempo, viver sem se preocupar com nada, apenas brincar, como se não houvesse amanhã.
Peter para assim que chegamos a uma cachoeira, com um enorme lago. É lindo aqui.
--- O que acha?--- Peter pergunta.
Meus olhos observam cada detalhe do local, é tão bonito.
--- É lindo.
Peter solta minha mão e caminha até uma árvore antiga, uma árvore imensa próxima ao lago, ele asena e eu o sigo, nos sentamos encostados em seu casco. Peter me observa.
--- Espero que você goste, sempre venho aqui quando quero sair do quarto.--- Ele diz.
--- Eu adorei.--- Digo ainda observando a paisagem.
Algo me incomoda, uma sensação estranha, não sei ao certo porque mas sinto como se já tivesse vindo aqui, e então meu coração se aperta. Quero chorar mas não sei o motivo.
--- Está tudo bem?--- Peter pergunta.
Olho pra ele que me encanta com seu olhar preocupado.
--- S-sim.
Ele se aproxima mais e me olha de a forma estranha.
--- Tem certeza?--- Ele pergunta novamente.
Eu me levanto quase que num pulo. Preciso me recompor, não tenho porque ficar triste. Pelo menos não aqui, não com ele.
--- Absoluta.--- Digo e sorrio pra ele.
Ele já está de pé atrás de mim. Uma ideia passa pela minha cabeça.
Chuto minhas botas para longe junto com minhas meias, tiro todos os acessórios, com exceção do anel abusado. Tiro meu suéter e o jogo no chão, Peter me olha sem entender nada, começo a desabotoar a camisa branca do uniforme.
--- O que está fazendo?--- Peter pergunta corado olhando para longe.
--- Eu vou nadar.--- Digo jogando a camisa junto com o suéter.
--- Nua?!--- Ele pergunta ainda mais constrangido.
Como?
Minhas bochechas queimam, ele acha o que? Que eu vou tirar minha roupa na frente dele? Eu ainda estou de saia e regata, não ia nadar pelada, ainda mais na sua frente.
--- Claro que não!--- Digo e encontro seus olhos.--- Nunca faria isso, ainda estou de roupa!
--- Me desculpa eu... Você.... Eu pensei...
Eu me viro de costas pra ele, estou tão envergonhada que acho que mudei de cor. Ouço alguns pequenos ruídos e derrepente o chão debaixo dos meus pés desaparece, Peter me pega em seus braços, ele tirou o suéter e a camisa juntamente com a gravata e está descalço.
O fato dele estar apenas de calça com seu abdômen nu me deixa ainda mais constrangida.
--- O que....
Ele não me deixa terminar a pergunta, sai correndo comigo em seus braços, quando me dou conta, estou sendo arremessada dentro do lago. Ele pulo no lago comigo nos braços.
A água é tão transparente, olho ao redor e vejo Peter próximo a mim. É incrível como ele fica incrivelmente lindo debaixo d'água. Nado até a superfície, o ar invade meus pulmões, é quase doloroso.
Olho ao redor e não vejo Peter, não o vejo em parte alguma, começo a nadar e nada dele, quando viro de costos o vejo com um sorriso.
--- Você se perdeu?--- Pergunto com tom de deboche.
Ele então abre um lindo sorriso largo mostrando os dentes, nunca o vi sorrindo assim, e é lindo.
--- Talvez...--- Ele diz meio brincalhão.
Eu sorrio, é raro ver ele tão alegre fazendo piada, acho que nunca vi.
Peter se aproxima mais e vejo uma flor em sua mão. Um lírio branco. Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, logo em seguida, coloca a flor no meu cabelo, sua mão começa a afagar minha bochecha.
--- Eu queria fazer uma coisa....--- Ele diz com um tom de pedido olhando nos meus olhos.
Ele coloca sua outra mão em minha cintura me puxando mais pra si.
--- O que?--- Pergunto assim que nossos corpos se colam.
--- Isso.
Peter fecha os olhos, seu rosto se aproxima e seus lábios tocam os meus, acabo fechando os olhos por impulso e quando processo o que está acontecendo correspondo seu beijo. Simplesmente me rendo ao toque de seus lábios frios.
Ele aprofunda o beijo, seus braços me seguram de uma forma carinhosa e possessiva enquanto sua língua explora cada canto da minha boca.
Nesse momento não penso em mais nada, existe apenas eu, Peter e o beijo. Passo meus braços ao redor do seu pescoço o trazendo mais para perto. Não posso mais negar que não sinto nada por ele, e nem ele pode. Ele me beija como se estivesse se segurando a tempos e agora simplesmente cedeu a sua vontade, como se tivesse parado de se controlar.
Depois de alguns minutos nossos lábios se separam, eu estou corada, nos afastamos um pouco mas Peter ainda me segura, me mantendo ao seu alcance. Coloco uma mecha de cabelo atrás da orelha e percebo que o lírio não se encontra mais em meus cabelos, olho ao redor e também não o vejo.
--- Você perdeu a minha flor.--- O acuso.
Peter da risada.
--- Desculpe, eu não me contive.--- Ele diz sorrindo.--- Eu te dou outra, quantas você quiser.
Eu sorrio.
--- Eu quero uma igual....--- Falo com um pouco de manha.
--- A que você desejar.
Seus lábios tocam minha testa em um beijo doce, não dá para negar, sinto algo por ele, algo forte, quem sabe não dá certo? A tempos não sentia isso, esse sentimento avassalador, não tenho certeza de nada, apenas sei que gosto muito dele, e esse beijo foi diferente. Especial.

  Uma Bartholy?Onde histórias criam vida. Descubra agora