Uma Bartholy?

Capítulo 128

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Lizbeth abraçou Peter, que ainda parecia completamente surpreso com a presença da garota.

- Fique longe dele!- Viktoria interveio.

Drogo ainda segurava seu braço, impedindo que a irmã faça algo, ao menos não fisicamente. Apenas com suas habilidades, empurrou Lizabeth, não para machucá-la, mas sim para afastá-la.

- Peter podemos conversar?- Lizabeth pergunta com uma expressão de cachorro assustado.- Tenho tanta coisa pra falar...

- Não confie nela Peter!- Drogo diz se intrometendo.- Você pode não se lembrar, mas não é o que parece.

Peter olhou para o irmão, para a garota gentil ao lado dele e em seguida para Lizabeth. Ele está a confuso.

- Eu...

- Não confie neles Peter, estão mentindo... Sabe como são os Bartholys... Apenas me ouça...- Lizabeth disse se aproximando.

- Faça-me o favor, você é a única culpada dele ter perdido a memória!- Viktoria diz irritada.

- Eu? Não me lembro das coisas acontecerem desse jeito.- Lizabeth diz de forma cínica.

- Você é sonsa ou se faz?- Perguntou Drogo.- Deveria pensar em seguir carreira...

- Como atriz, eu suponho...- Ela diz de forma irritada.

- Bem não exatamente, mas você tem vocação para ser uma cobra, poderia investir nisso...

- Cala a boca!

- Você não tem moral para mandar ninguém calar a boca.- Viktoria interrompeu nervosa.

- Chega!- Diz Peter tentando parar a discussão.- Vou ouvir o que ela tem a dizer.

- O que?!- Exalta Drogo.

- Não se preocupem comigo, encontro vocês depois.

- Não pode estar falando sério!- Viktoria se irritou ainda mais.

- Por favor não interfiram...- Diz Peter se virando uma última vez para eles.

Viktoria olhou horrorizada enquanto Peter caminhava ao lado de Lizabeth. Peter sentiu repulsa e nojo quando Lizabeth segurou seu braço, quando mentiu para Viktoria e Drogo, mas ele deveria ser forte, sua missão estava apenas no início.

Drogo segurou a mão da irmã tentando confortá-la.

- Vamos pra casa...- Disse ele.

Viktoria apenas concordou sem dizer nada. Havia um nó em sua garganta, e seu coração doía. Com uma dúvida que tratou logo de afastar, antes que lágrimas caíssem.

Autora off

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Viktoria on

Ódio era pouco pra descrever tudo o que eu estava sentindo naquele momento. Já estava anoitecendo mas aquilo ainda me corroía, a raiva me corroía por dentro. E para piorar Peter ainda não havia voltado. Eu não sabia se ficava preocupada ou se ficava com raiva.

Apesar do refúgio do meu quarto aconchegante, eu não queria ficar sozinha com a minha mente cheia de pensamentos ruins. Foi quando meu tio Caspian avisou que teriam uma reunião com nossos aliados. E todos deveriam estar presentes.

Eu havia me arrumado de forma simples depois de passar um bom tempo dentro da banheira de espuma. Um simples vestido preto e liso. Apenas prendi o cabelo antes de sair do quarto.

Quando estou prestes a descer as escadas, vejo Peter no hall de entrada com Nicolae. Quando seu olhar encontrou o meu, logo tratei de prestar a atenção nos degraus a minha frente. Não fiz questão de falar com ele, eu estava irritada e não irá esconder isso.

Me sentei próximo a janela da sala de reuniões, com meu bloco de notas e uma caneta para me distrair. Todas as emoções e sentimentos que eu estava sentindo, toda aquela situação, eu precisava colocar para fora de alguma forma, precisava canalizar isso e transferir para a minha música.

A sala foi se enchendo aos poucos, e aí da que não estivesse prestando a atenção, eu percebia a movimentação e os cochichos.

- Quer companhia querida?- Tio Caspian perguntou.

- Não.- Respondo sem rodeios.

- Está bem... Se precisar de algo já sabe.

Apenas sorri e ele se afastou indo em direção ao meu pai. Quando vi Peter adentrar o cômodo, nossos olhares se cruzaram, e eu ligo tratei de desviar o olhar. Olhei para outros convidados que conversavam sutilmente.

- Posso lhe fazer companhia?

Me viro novamente, vendo Peter parado próximo a mim.

- Por que? Dá última vez que te vi você de deleitaba da companhia de uma bruxa infeliz.- Digo controlando meu mal humor.

As palavras parecem terem surtido efeito, pois ele fica quieto parecendo indeciso entre ficar ou ir.

- Peço que todos tomem lugar, vamos iniciar a reunião.- Meu pai diz.

Todos tomam acento, Peter olha ao redor, talvez procurando outro lugar, mas todos já estavam ocupados.

- Vai ficar em pé?- Pergunto olhando para a janela.

Peter imediatamente se senta ao meu lado no pequeno sofá. Eu o conhecia como a palma da minha mão, ele estava tenso e nervoso por estar aqui fora de sua zona de conforto. Mas sempre que ele me olhava, tinha a estranha sensação de que ele era o mesmo e não havia me esquecido, mas não passava de um pensamento bobo que eu deveria ignorar.

- O último confronto foi o mais difícil, devemos esperar o mesmo do próximo. Sabemos que será o último....- Alguém falou.

-.... porque não devemos subestimá-los, estamos na frente mas não podemos  descansar...- Outro disse.

Eu realmente não estava prestando a atenção.

- Eu tenho um plano, devemos estar sempre um passo a frente.- Ouvi meu pai dizer.- Mas o que houve aqui durante a batalha foi imperdoável, eles entraram aqui sob o nosso nariz e atacaram meus filhos.- Ela parecia irritado para dizer o mínimo.

- Exatamente por isso tomamos uma decisão.- Um dos aliados do Concelho disse.- Conversei com o Concelho e decidimos que vamos por um fim nisso de uma vez por todas, eles chegarão daqui uma semana.

Uma série de sussurros e exclamações surpresas tomou conta da sala.

- Foi a melhor decisão que tomaram.- Meu pai concordou.

O resto da reunião passou lentamente, já era tarde quando me dirigi ao meu quarto, mas parei de andar quando vi Peter parado em frente ao meu quarto.

- Eu queria falar com você...- Ele disse assim que me viu.

- Estou ouvindo.- Digo cruzando os braços.

Ele me encarou parecendo perdido.

- Queria que me dissesse o que aconteceu aquele dia. A sua versão.

Olho para ele surpresa.

- Por que?- Pergunto.

- Porque alguma coisa me diz que eu posso confiar em você.