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- Vou passar duas semanas na Espanha.- Viktoria diz.- Me ofereceram uma bolsa de estudos e eu quero visitar o conservatório antes de tomar minha decisão.
Viktor observou a filha por um momento, ele estava completamente surpreso com sua declaração.
- E posso saber o que a levou a tomar essa decisão?- Ele perguntou.
- Nada em específico, quero tomar minhas próprias decisões e seguir o meu caminha. Além disso não há nada que me prenda aqui.- Ela mentiu.- Já que não sou útil aqui quero pelo menos fazer algo que eu goste.
Viktor lhe analisou por um momento. Mantê-la longe sempre havia sido um desejo seu, ao menos até o fim dessa batalha, mas ela nunca concordaria. O que significava que ela tinha algo em mente.
- Quero que saiba que não estou pedindo, estou avisando.- Ela diz bufando.
- Mais respeito mocinha, eu ainda sou seu pai.- Viktor adverte sério.
Viktoria cruzou os braços e revirou os olhos.
- Muito bem, se quer tanto ir eu não vou me opor, mas alguém terá de acompanhá-la.- Disse ele por fim.
- Não se preocupe, Alaric irá comigo. Como um grande amigo meu, não como seu espião.- Diz ela se levantando.
- Viktoria Bartholy, não me faça perder a paciência...- Seu pai adverte irritado.
- Com o que? Não fui eu quem escondeu as coisas de você.- Ela diz igualmente irritada.- Eu estou cansada de tudo isso, se você não me quer por dentro dos assuntos do clã, muito bem, eu ficarei longe.- Ela diz exasperada.- Lavo minhas mãos, nada aqui me diz respeito.
Quando seu pai se levanta, Viktoria faz o mesmo.
- Não fale sobre algo que você não sabe.
- Claro que eu não sei, não tenho permissão de me envolver em nada....- Ela diz com amargura.- Você é meu pai e eu amo você, mas isso não significa que eu deva concordar com todas as suas decisões sobre mim. Eu não sou apenas mais um de seus lacaios, sou sua filha! Por isso tomei uma decisão... Não quero herdar o clã Bartholy, então talvez seja melhor encontrar outro herdeiro.
- O que?! Pare de falar asneiras Viktoria!- Viktor diz irritado.
Viktoria suspirou calma.
- Não são asneiras papai. Você não entende...- Ela diz caminhando até a porta.- Com licença, preciso fazer as malas.
..................
A floresta estava escura e silenciosa como de costume. Viktoria caminhou calmamente colocando seus pensamentos em ordem. Pela manhã iria embora dali por alguns dias, mas antes precisava passar em um lugar.
- Está adiantada.- O fantasma comentou quando a viu.
- Preciso voltar logo para terminar de fazer as malas.- Ela disse dando de ombros.
- Estou vendo...
Viktoria se aproximou de seu avô. Ele a observou por um momento antes de lhe estender um objeto.
- Espero que saiba o que está fazendo.- Ele diz antes de lhe entregar o objeto.
- Eu também...- Confessa ela.
Ele ri, lhe fazendo olhá-lo confusa.
- Não tenha medo criança, nós estaremos com você.- Ele diz.- Este amuleto irá guiá-la até seu destino.
Viktoria observou o objeto em sua mão. Não era um simples amuleto, ao abrir o fecho uma espécie de bússola se encontrava.
- No momento certo, saberá o que fazer e para onde deve ir.- Ele finaliza.- Seu povo ainda vive, e precisa de você.
A garota segura o objeto com força. Precisava ignorar medo e finalmente se deixar fazer o que é certo.
- Espero ser o que eles esperam...- Ela murmura temerosa.
O fantasma se aproximou, depositando a mão no ombro da garota.
- Você não tem que ser o que eles esperam, tem que ser o que eles precisam.- Ele diz olhando no fundo de seus olhos.- Apenas dê o seu melhor, siga sua intuição, ouça os ventos. Ainda que falhe, você nunca saberá o que poderia ter acontecido se não tentar.- Ele sorri.- Além disso você me surpreendeu, sei que falhei com você antes, mas agora somos família.- Ele completa.- Aconteça o que acontecer, quero que saiba que eu estou orgulhoso de você.
Viktoria sorriu com lágrimas nos olhos. No fim, ela sabia que deveria fazer aquilo, ia muito além de provar algo para os outros. Ela faria aquilo por ela mesma, para provar a se mesma de que era capaz.
.............
Havia se passado um pouco mais de uma semana após a partida de Viktoria, todos se encontravam ocupados demais com as preparações para o conflito que se aproximava. Cada dia que passava era um lembrete do tempo que se esvaía.
Com a ajuda das informações coletadas por Peter em seu disfarce, descobriram os planos de seus inimigos. A questão agora era encontrar uma solução.
Com a ajuda de bruxas, os lobos usariam um feitiço da morte, lançado em grande escala com o poder que havia sido roubado e profanado durante o massacre na pequena aldeia dos médiuns daquela redondeza. O clã de Caspian e Viktoria.
- Como não pode fazer nada? Aqueles malditos usarão seus poderes para nos atacar e você não pode fazer nada?!- Viktor se exaltou.
O velho fantasma mal havia piscado.
- Sinto muito mas não posso fazer nada...
- Não pode ou não quer?- Viktor perguntou irritado.
- Fazer ou não algo não está em minhas mãos Bartholy, você deveria saber...
- Não temos tempo a perder, você não pode simplesmente convocar o conselho e deixá-los nos ouvir pai?- Caspian perguntou se intrometendo.
- Não.
- Por que não?- Perguntou Viktor.
- Por que não tenho mais poder para convocar uma reunião ou tomar qualquer decisão sozinho.- Disse ele.- Sou apenas um conselheiro e intermediário agora...
- Significa que...- Caspian começou mas logo foi interrompido.
- Se quiser algo de meu clã, deverá falar com nossa líder, ela decidirá se isso merece a atenção do concelho ou não.- Ele diz sem rodeios.
Caspian engasga com a própria saliva tamanha a surpresa que teve quando sua ficha caiu.
- Viktoria....- Viktor sussurra quando percebe o que estava acontecendo li.-
O fantasma sorri.
- Minha neta tem fibra você tem que admitir, seus talentos estão sendo valorizados agora. Se quiser nossa ajuda, deverá recorrer a ela.- Ele diz antes de desaparecer.
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Uma Bartholy?
Fiksi PenggemarDesde que nasceu, Anelise nunca foi uma garota normal, via e ouvia o que ninguém mais podia. Quando seus pais morreram anos atrás, foi transformada em vampira junto com seus irmãos, mas por obra do destino se viu sozinha por causa de desentendimento...