Boa leitura!
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Eu estou em um lugar escuro, não vejo e não ouço nada. Até que vejo uma luz, caminho em direção a ela, derrepente ouço uma voz doce.
--- Você precisa se lembrar.
--- Me lembrar do que?--- Pergunto.
--- Abra sua mente e se lembre.
--- Do que tenho que me lembrar?--- Pergunto apressando o passo em direção a luz que começa a apagar.
--- Do seu passado.
--- O que?
--- Precisa se lembrar de quem você é, antes que seja tarde.
--- Tarde pra que?
--- Se lembre....
(....)
Acordo assustada sem entender onde estou, depois desse sonho me sinto perdida. Começo a ficar desesperada más então vejo Lorie dormir tranquilamente, me fazendo relaxar ao perceber que estou no quarto dela. Me lembro então que peguei no sono enquanto brincávamos de desfile, eu ainda estou com mesma roupa que vim, e minha bota está próxima a cama.
Uma doce melodia melancólica invade o ambiente, alguém está tocando piano. Ouço um ruído e um vulto branco entra no quarto.
Uma senhora com ar de madame para de frente para a cama. Uma alma.
--- Você tem que lembrar.
O que está acontecendo? Por que eu sonhei com isso e agora um fantasma me pergunta a mesma coisa?
--- Me lembrar do que?--- Pergunto.
--- Vamos, o tempo é curto.
Ela começa a flutuar pra fora do quarto, eu me levanto e começo a segui- lá sem me importar com o frio do chão nos meus pés descalços. Ela me guia pelo corredor.
--- Onde está indo?--- Pergunto.
Ela não me responde.
--- Do que eu preciso me lembrar?--- Pergunto novamente.
E ela não me responde novamente. Começa a ir mais rápido.
--- Me espere.--- Digo me apressando.
Tudo fica em silêncio, não ouço mais a doce melodia, então a mulher para próximo a uma porta de madeira revestida. Ela é exatamente igual as outras com exceção de um detalhe. Nela há alguns detalhes desenhados, vários símbolos de sol ao seu redor, como uma moldura de algum quadro.
Ela me indica com a mão para que abra a porta, eu me aproximo da porta e paro na frente dela. Por algum motivo ela me é famíliar, como tudo nessa casa.
--- Vamos, não temos tempo.--- Ela diz.
Antes de fazer qualquer coisas, uma voz me interrompe. Droga! Agora Vou ficar curiosa!
--- O que está fazendo?
Me viro e dou de cara com os olhos esmeralda de Peter.
--- Eu.... --- Pensa, pensa, pensa....--- Vi um camundongo.
Ele me olha intrigado, acho que não esperava uma resposta assim.
--- Um camundongo?--- Ele pergunta.
--- Sim, ele era branquinho e tinha quase o tamanho da minha mão.--- Sempre fui uma ótima mentirosa.
Ele olha para trás de mim e se aproxima mais, então ele se abaixa e pega algo perto do vaso de flores que se encontra perto da porta. Ele sorri e me mostra sua mão, onde vejo um pequeno camundongo branco como papel.
Coincidência? Nenhum pouco.... O universo conspira a meu favor.
--- Você achou!--- Finjo empolgação, a surpresa eu não preciso fingir. Já estou.
Ele me estende o pequeno animalzinho e eu o pego, fazendo carinho em sua barriguinha.
Amiguinho você é um herói. Penso comigo.
--- Acho melhor você ir dormir.--- Ele diz meio seco.
O que deu nele? Uma hora gentil e outra distante, parece até que está me enviando, mal falou comigo hoje.
--- Na verdade, acho que vou pra casa....--- Falo.
--- Já está tarde pra você sair, é melhor esperar até amanhã de manhã.
--- Eu prefiro ir embora, não gosto de dormir com....--- Quase falo estranhos, não quero parecer mal agradecida.
Ele parece esperar uma resposta.
--- O que fazem acordados? E aqui?--- Nicolae pregunta do início do corredor.
--- Havia escutado um ruído.--- Peter diz simplesmente.
Nicolae olha pra mim.
--- Eu estava indo embora.--- Respondo.
--- Já está tarde, Amélia disse para que fosse embora pela manhã.--- Ele diz.
--- Eu não quero incomodar, prefiro ir para casa.--- Falo.
--- Não será incomodo algum, eu insisto.
Eles são bem insistentes, principalmente Nicolae, ele tem um instinto paterno super protetor. Igual ao de mãe extremamente protetora da Amélia.
--- Você pode ir pela manhã.--- Nicolae diz.
--- Sabe, eu já sou bem grandinha pra poder sair a noite.
--- Mistery Spell não é tão segura quanto aparenta, mesmo pra alguém que possa se defender.--- Ele argumenta.
Eu suspiro.
--- Ok, vocês venceram.--- Falo mal humorada e ele sorri.
Peter se despede e Nicolae me acompanha até o quarto da Lorie, claro que ele me ofereceu um quarto antes, mas prefiro dormir com ela, vai que tenho outro pesadelo. Nicolae me deseja boa noite e eu volto para a cama, Lorie dorme feito um anjinho. Alguns minutos depois a bela melodia volta, ela é tão doce e tão melancólica ao mesmo tempo, de onde será que vem?
Logo pego no sono e durmo ao som da música de ninar que vinha de algum piano, parece que ela queria que eu dormisse.
Acordo na manhã seguinte com um par de olhos amêndoas me observando.
--- Bom dia!--- Lorie diz com um lindo sorriso.
--- Bom dia.--- Digo sorrindo.
Ela parece relutante com algo, eu me sento na cama ainda sonolenta, Lorie então pula no meu colo e me abraça, fazendo com que eu caia pra trás.
--- Eu sei, eu também estou feliz.--- Digo.
--- Você vai dormir comigo todos os dias?
Eu sorrio.
--- Não mas podemos nos ver sempre que você quiser.--- Falo.
Eu a abraço mais forte. Depois nos levantamos e nos separamos.
--- Eu tenho que ir pra casa.--- Falo colocando os pés no chão a procura da minha bota.
--- Eu não quero que você vá!--- Ela diz fechando a cara.
--- Eu preciso ir, posso voltar depois.
--- Você prometeu que não iria mais embora!
Seus olhos se enchem de lágrimas. Eu me aproximo e me ajoelho próxima a ela que está sentada na cama.
--- Não precisa chorar, eu vou pra casa pra trocar de roupa e tomar um banho, juro que volto.--- Falo secando suas lágrimas.
--- Você vai demorar?--- Ela pergunta.
--- Você vai pra escola daqui a pouco, eu posso voltar atarde.
--- Mas vai demorar.--- Ela diz.
O pequeno camundongo de ontem saí de dentro do lençol e para ao lado da Lorie. O pego e mostro a ela.
--- Um rato?--- Ela pergunta surpresa.
--- É um camundongo que achei ontem.
--- Ele é bonito.--- Ela diz o observando de uma forma curiosa.
--- Acho que vou ficar com ele.--- Falo.
Ela estende a mão e faz cafuné no pequenino.
--- E qual vai ser o nome?
--- Eu ainda não sei. Você pode cuidar dele pra mim? E pensar num nome?
--- Sim!
--- Então eu vou deixá-lo com você e quando eu voltar decidimos o nome feito?
--- Feito!
Coloco minha bota e me despeço da Lorie, eu iria sair pela janela mas acho que seria grosseria, então sai pela porta do seu quarto. Caminho pelo corredor em direção a escada, logo estou no hall de entrada, olho ao redor pra ver se vejo alguém até que escuto a vós do Nicolae Não muito longe. Ando em direção a sua voz até a sala, vejo ele e o Peter conversando.
--- E o que ele queria?--- Peter pergunta.
--- Como eu falei, ele disse que veio ver a filha e indicou ela.--- Nicolae responde.
Do que eles estão falando?
Eles não perceberam que eu estava lá, então dou mais um passo.
--- Bom dia?--- Digo.
Eles me olham surpresos, Nicolae então abre um sorriso.
--- Bom dia.--- Peter diz timidamente.
--- Bom dia, como passou a noite?--- Nicolae pergunta.
--- Bem.
--- Que bom, você quer tomar café?--- Ele pergunta.
--- Não eu já estou indo, preciso de roupas limpas e um banho.--- Respondo.
--- Tem certeza de que não quer ficar pro café?--- Ele pergunta.
--- Obrigada pelo convite mas fica pra outro dia.
--- Entendo, não vou mais insistir. Entretanto gostaria que Peter a acompanhasse.
O que?
Olho para o Peter e ele parece tão surpreso quanto eu.
--- Por que?--- Pergunto confusa.
--- Prefiro que você não vá sozinha.
--- Mas....
--- Assim você chega mais rápido e eu tenho certeza de que você chegou bem.--- Ele me interrompe.
Puxa, ele é muito protetor.
--- Ok, se você insiste.--- Falo.
Eu não me importo em passar um pouco mais de tempo com o Peter, gosto da sua companhia.
Ele me conduz até seu carro, o caminho foi silencioso, nenhum de nós quis quebrar o silêncio. Ele está estranho desde ontem, antes ele era tão gentil e agora está tão frio, acho que ele só foi educado aquele dia, ele não deve gostar muito de mim. Não o culpo.
Peter para o carro em frente a casa da Amélia. Não vejo a necessidade de ter vindo de carro se a casa é praticamente na esquina da casa deles. Vai entender.
--- Está entregue.--- Ele diz dando de ombros.
--- Obrigada por me trazer, agora vou te deixar em paz.--- Digo e abro a porta do carro.
Acho que ele percebeu meu tom mal humorado porque segurou meu braço me impedindo de me levantar.
--- Espera.--- Ele diz.
Olho pra ele.
--- Me desculpe por qualquer inconveniente.
--- Não tem que se desculpar. Eu é que estou de mal humor.--- Falo calma.
--- Entendo, ontem foi um dia longo...
--- E como.
Ele então sorri.
--- O que fez com aquele camundongo?--- Ele pergunta.
--- A Lorie vai cuidar dele pra mim, quando eu for lá a tarde nós vamos decidir o nome.--- Respondo sorrindo.
Nós ficamos nos encarando por alguns segundos, tenho a sensação de sempre me perder quando encaro seus olhos esmeralda brilhantes.
--- Acho melhor eu entrar....--- Digo.
--- Sim tem razão.
--- Você quer entrar?--- Pergunto.
--- Não eu preciso ir na universidade levar alguns documentos, fica pra outro dia.
--- Então até mais.--- Falo e ele me solta.
--- Até...
Saio do carro e caminho até o portão.
--- Tome cuidado.--- Ele diz parecendo preocupado e então vai embora sem dar tempo de responder.
Ele e o Nicolae estão estranhos, muito protetores, parece até que estou correndo perigo. Será que o diabo me visitou enquanto dormia?
Rio com o pensamento.
Entro dentro de casa e me deparo com Lian jogando videogame em um aparelho portátil sentado no sofá.
--- Olha só, se não é a bela adormecida.
--- Também é bom te ver.
Ele ri.
--- Como passou a noite?
--- Acho que bem. Vou tomar um banho te vejo depois.
--- Tá bom.
Subo até meu quarto e vou direto pro close, pego uma roupa limpa e volto até o quarto, quando olho em direção a cama tomo um susto, deixo tudo que estava na minha mão cair no chão. Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ele se levanta de lá e um segundo está na minha frente me impedindo de fugir e gritar.
--- Não tenha medo, não vou fazer nada com você. Preciso apenas de alguns minutos da sua atenção. Eu vou te soltar, mas vocês não pode fazer nenhum barulho ou gesto brusco entendeu?
Balanço a cabo de forma afirmativa.
--- Ótimo, e nada de gracinhas.--- Ele diz e me solta.
Minhas pernas estão bambas de nervoso.
--- O que faz aqui Viktor?--- Pergunto.
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Uma Bartholy?
FanficDesde que nasceu, Anelise nunca foi uma garota normal, via e ouvia o que ninguém mais podia. Quando seus pais morreram anos atrás, foi transformada em vampira junto com seus irmãos, mas por obra do destino se viu sozinha por causa de desentendimento...