Faz quase uma hora que estou andando de um lado para o outro esperando alguma notícia. Amélia e Lian saíram apressadamente ao que parece ter sido há décadas atrás. Além de estar extremamente triste, agora estou preocupada. Com todos. Inclusive com o causador da minha angústia.
Me xingo mentalmente por me preocupar com ele, mas não consigo evitar. Sou uma tô-la por sentir isso, mas ainda tenho sentimentos por ele, é impossível esquecer alguém de uma hora para outra. Sinto raiva em admitir, mas cada pedaço que restou do meu coração ainda lhe pertence. Ainda o amo com todas as minhas forças.
O toque do celular me tira de meus devaneios e atendo rapidamente.
- Lian? Você está bem? Se feriu? Alguém se machucou?- Pergunto preocupada.
- Não, eu estou bem.- Diz.- Estão todos bem, apenas alguns arranhões, nada que um pouco de sangue não resolva.
- Que bom... Estava tão preocupada.- Digo me acalmando.
- Sim por isso liguei, não precisa mais se preocupar.
- E o que os lobos queriam?- Pergunto.
Lian então fica em silêncio.
- Lian?
- Eu tenho que desligar, nos falamos depois.- Diz.
- Não espera!
Eu não acredito, ele desligou na minha cara! Como ele teve coragem? Ele não perde por esperar! Parece até que ele não queria que eu soubesse.
Olho pela janela e vejo o temporal que cai lá fora, não parece ser uma boa ideia sair de casa, mesmo a mansão Bartholy sendo no final da rua. Ainda pode haver lobos, Lian não disse nada de útil, se eu encontrar algum pode acabar mal.
Disco seu numero diversas vezes mas só cai na caixa postal, tento ligar para Amélia mas quando ela atende diz apenas "não é um bom momento querida, nos falamos depois..." . Ninguém atende, e quem atende não pode falar, todos dizem que estão ocupados demais para me dizer algo, é quase como se estivessem me escondendo algo, como se eu não devesse saber de nada.
Suspiro frustrada, não há nada que eu possa fazer além de esperar, ao menos agora me sinto mais aliviada de saber que todos estão bem. Caminho pelo quarto e me sento na cama, olho para a tela do celular onde a agenda se encontra aberta, deslizo a tela observando os contatos, até que meus dedos param em alguém em específico. Viktor. Faz um tempo que não nos falamos, ele vem me ajudado com meu treinamento, sempre deixa instruções para que eu siga, e por incrível que parece, já consigo fazer muitas coisas que eu não fazia ideia de que podia. Ultimamente ele parece ser a pessoa que mais me entende, ainda mais agora.
Alguns minutos se passam e quando me dou conta, o telefone está chamando, não sei por que estou ligando, gostaria que alguém falasse comigo de forma franca, que me dê respostas, uma explicação talvez.
- Aconteceu alguma coisa? Você está bem?- Ouço sua voz imponente do outro lado da linha, sua voz sai preocupada e nervosa.
- Não eu... Eu estou bem, por que? O que está acontecendo?- Pergunto.
- Agora não é um bom momento, se está tudo bem e não é nada importante...
- Claro que é importante! Eu também tenho o direito de saber o que está acontecendo. - O interrompo.
- Anelise não há nada com o que se preocupar, você não precisa saber de coisas desnecessárias.
- Se são coisas desnecessárias por que todos sabem mas eu não?- Retruco nervosa.- Por que apenas eu preciso ficar as cegas? Você não sabe o quanto eu estou angustiada e irritada neste momento! Ninguém sabe.... Afinal estão todos muito ocupados demais para dar atenção a uma meia vampira insignificante com problemas de mudanças de humor e mente de criança!- Grito.

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Uma Bartholy?
FanfictionDesde que nasceu, Anelise nunca foi uma garota normal, via e ouvia o que ninguém mais podia. Quando seus pais morreram anos atrás, foi transformada em vampira junto com seus irmãos, mas por obra do destino se viu sozinha por causa de desentendimento...