Capítulo 115

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Três dias, haviam se passado três dias desde que Peter havia se tornado atrevido. Ele não perdia a oportunidade de me provocar. A princípio ele apenas me observava durante todo o tempo, mas ontem ele havia sido gentil e cavalheiro ignorando completamente meu mal humor. Ele me trouxe flore pela manhã juntamente com um poema, durante a reunião que meu pai fez ele se sentou ao meu lado e pôs a mão em minha coxa, um ato que não passou despercebido pelas pessoas presentes e que manteve todos os mais jovens distantes de mim. 

Suspiro irritada, eu estava tão brava que poderia estrangulá- lo. Me enrolo na toalha antes de sair do banheiro, mas assim que saio dou de cara com Peter sentado em minha cama ao lado do meu pijama.

- Boa noite Viky.- Ele sorri me observando.

- O que está fazendo no meu quarto? Não sabe bater?- Pergunto irritada enquanto abraço meu corpo.

Peter apenas me olha divertido.

- Vejo que ainda está de mal humor...

Lhe fuzilo com os olhos.

- Calma, não precisa ficar brava...

- Será que poderia se retirar?- Pergunto irritada.

- Eu tenho que falar com você sobre a festa que você está planejando dar... Seu pai estava ocupado e pediu que eu falasse com você. 

- E não poderia esperar eu me arrumar?

Peter então me analisa, seus olhos passeiam pelo meu corpo coberto apenas com a toalha, o que me deixa sem fôlego. 

- Não entendo o motivo da irritação, não tem nada aí que eu já não tenha visto.- Peter diz com a voz provocativa e seu olhar felino.- Ou tocado...

- Peter, fuera de mi habitación!- Grito e lhe atiro o primeiro objeto que vejo pela frente.

Peter apenas ri enquanto se vira de costas. Céus, onde está o Peter tímido e recatado de antes?

- Vou esperar você aqui, pode se trocar no banheiro ou no seu closet....- Ele diz ainda de costas.

Suspiro irritada antes de ir até a cama pegar meu pijama e voltar para o banheiro. E faço questão de bater a porta que causa um estrondo ensurdecedor. Quando volto para o quarto após me arrumar, encontro Peter próximo a minha escrivaninha segurando algo.

- Então além de entrar sem autorização você agora mexe nas minhas coisas?- Pergunto cruzando os braços.

- Eu estava apenas olhando...- Ele diz passando a mão no cabelo. 

- Eu estou vendo.- Digo sarcasticamente. 

Peter então se vira em minha direção e me mostra um de meus cadernos de desenho, havia uma flor amassada guardando a página agora aberta. Um lírio branco. O lírio branco que Peter me deu na cachoeirai, quando nos beijamos pela primeira vez. 

- Eu não sabia que você havia guardado...- Peter comentou.- E nem que já havia me desenhado...

Desvio o olhar ignorando totalmente a sensação que me preenche quando ele me olha de forma tão carinhosa.

- Não é nada de mais... Qual é o recado do meu pai?- Pergunto mudando de assunto.

Peter suspira e devolve o caderno para a escrivaninha. Eu me sento na beirada da cama e Peter me olha.

- Eu posso...- Ele diz se aproximando.

- Sim, mas seja breve.

Ele então se senta na cama próximo a mim.

  Uma Bartholy?Onde histórias criam vida. Descubra agora