Uma Bartholy?

Cap 48 - Confusão

Boa leitura!😊

Autora on

Várias emoções e sentimentos misturados, isso resume o que Anelise sentia naquele momento. Ela queria a resposta para suas perguntas, mas não esperava que ela trouxesse mais dúvidas consigo, pra falar a verdade Anelise pensava que depois de descobrir a verdade tudo se resolveria, mal sabe ela que esse é apenas o início.

A princípio Anelise pensou que era apenas mais uma mentira de Viktor, porém algo na forma em que ele passou a olhá-la fez com que ela descartarse esse pensamento. Foi como se algo dentro dela tivesse acordado, de alguma forma ela sabia a verdade, sempre soube.

Anelise ainda se encontrava no quarto de Viktor, ele tentou acalma-la, quando ela o chamou de mentiroso e fez menção de sair correndo ele se aproximou dela e a abraçou. Anelise não esperava por um gesto desse vindo dele, mas foi tudo o que ela precisava naquele momento. Os minutos se passaram, Viktor a pegou em seus braços e a levou de volta até seu quarto, onde a colocou sobre a cama, ela estava cansada, pouco tempo depois ela adormeceu profundamente.

Viktor não estava mais no quarto quando o sono de Anelise passou a ficar instável. Ela estava inquieta, seus sonhos não paravam de atormenta-la. E assim segui pelo resto da noite.

No dia seguinte Anelise acordou exausta, passou a detestar sonhar ao adormecer mas desejava muito que tudo aquilo não passasse de um pesadelo a mais. Seu comportamento estranho e distante durante o dia não passou despercebido por Peter, que ficou realmente preocupado com ela, ele não acreditou em nenhuma das disculpas que lhe deu, sabia que ela estava mentindo mas não queria precioná-la. Talvez com um pouco de paciência ela logo lhe diria o que estava errado, mesmo que lhe doa pensar que ela não confia nele tanto quanto gostaria.

Mas Anelise não pensava assim, se Peter descobrisse seria um desastre, ele poderia não gostar mais dela depois de saber que ela é filha de Viktor, era isso que ela pensava. Não era nenhum segredo o ódio que Peter sentia por Viktor, talvez se ele soubesse a deixaria, e ela estaria sozinha de novo, ou talvez ele não se importaria e continuaria a amando mas ela não podia arriscar.

Havia uma grande pressão em cima dela, tanto Amélia quanto Viktor querem que ela se lembre de sua vida passada que até ontem a noite, não sabia que existia. Logo anoiteceu novamente, mas ela não conseguiu dormir. Dessa vez não eram os sonhos que a atormentavam, flashbacks de memórias desconhecidas não a deixavam nem por um minuto, ela não conseguia parar de pensar nisso.

Anelise não sabia o que fazer, aquela situação junto com a pressão que estava sentindo não a ajudava a pensar com clareza. O que mais a incomodava era a estranha sensação de algo faltando que passou a aumentar em seu peito, mas pelo menos agora ela sabe o que falta.

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Anelise on

A noite já havia caído a horas, e por mais que eu estivesse cansada o sono não vinha, depois de pensar um pouco resolvi ir até a varanda respirar. A brisa da noite de alguma forma estava me acalmando, juntamente com a melodia do piano vinda do quarto do Peter.

Deveria estar dormindo ou pensando no que vou fazer daqui em diante mas ao invés disso estou aqui, olhando para o céu sem mais nada, apenas sentindo esse buraco em meu peito. Não sei porque me sinto assim, parece que essa vida não é real. Minha cabeça está uma bagunça, não consigo focar na realidade a minha volta, por mais que tente só consigo ver memórias desconexas de alguém desconhecida. Alguém que eu deveria ser. É uma sensação tão estranha, como se tivessem me dividido tempos atrás, e agora querem que eu e encontre minha verdade.

Fecho os olhos enquanto sinto o vento em meu rosto, fico algum tempo assim, só sentindo o frescor da brisa da noite tocar minha pele exposta. Mas a calmaria dura pouco, abro os olhos quando sinto estar sendo observada, olho ao redor procurando algo de anormal, de repente uma dor nas costas me atinge fazendo com que perca o equilíbrio. Olho para trás tentando me manter em pé, tomo um susto quando vejo um fantasma próximo a mim, ele usa roupas antigas, seus rosto é assustador. Não tenho tempo de dizer nada, apenas desvio de seu próximo golpe e acabo perdendo o equilíbrio caindo no chão da sacada.

- Anne?

Olho para a porta e vejo Peter se aproximando, o fantasma também o olha e entro em pânico.

- Está tudo bem?- Ele pergunta vindo em minha direção.

Peter não pode vê-lo, tão pouco enxerga quando o ataca. Tento me levantar mas não tenho tempo nem de avisá-lo, o fantasma estende seu braço e Peter é empurrado contra a porta da varanda que havia se fechado. O fantasma começa a ir em direção a Peter que olha para frente confuso.

- O que foi isso?- Ele pergunta desnorteado.

- Peter cuidado!- Grito quando o fantasma para em sua frente e novamente estende a mão.

Peter me olha sem entender nada, é quando ele faz uma careta e leva as mãos a cabeça, evidentemente com dor, o vejo em vão tentando se levantar.

Uso todas as minhas forças para me levantar, não consigo vê-lo sofrer e não fazer nada, se continuar assim o fantasma vai matá-lo. Respiro com dificuldade enquanto tento criar coragem. Peter de repente cai no chão quase perdendo a consciência, seu olhar cai sobre mim, entro em desespero quando vejo o medo e a confusão em seu olhar. O medo de perde-lo me invade, estendo a mão na direção em que ambos estão e sinto aquela energia tão familiar crescer dentro de mim, vejo Peter relaxar ao mesmo tempo em que o fantasma me olha, deposito toda minha raiva no fantasma e pelos seus movimentos tenho certeza de que está sofrendo tanto ou até mais do que fez Peter sofrer.

Segundos depois o fantasma desaparece assim como o daquele dia na floresta. Meus músculos tensos relaxam, sinto minhas pernas fraquejarem, depois disso caio de joelhos no chão. Sinto braços ao meu redor, não preciso olhar para saber que se trata de Peter.

- Você está bem? Ficou ferido?- Pergunto o olhando nos olhos, passo os braços ao redor de sua cintura e literalmente me jogo em seus braços.- Eu fiquei com tanto medo..... Pensei...... Eu pensei que fosse perde-lo....

- Calma.... Eu estou bem. Mas.... Será que você poderia me explicar o que foi isso?- Peter pergunta.- E dessa vez eu quero a verdade, chega de mentiras e mistérios, eu estou cansado. Eu só quero que você fique bem mas parece que você não confia em mim, você não pode mais me excluir dos seus segredos, não se eles forem perigosos.

Sinto seus braços me apertarem mais contra si.

- Você pode me contar tudo, eu vou sempre estar aqui para você. Quantas vezes quer que eu repita que te amo?

- Eu também te amo.... Muito...- Digo finalmente.- Acho que.... Você está certo, não posso mais esconder isso de você.

- Pode confiar em mim, pode me dizer tudo que quiser.- Peter me encoraja.

Esse é definitivamente o momento certo, tenho que lhe dizer tudo a meu respeito. Ou pelo menos, o que eu sou.

Bjs🤗😘