Eu sei, é estranho eu estar postando o capítulo logo. Mas espero que gostem.
Boa leitura!
Anelise on
Havia tentado fugir duas vezes, todas em vão, e na última um deles me puxou pela perna, eu consegui me soltar mas agora ela está machucada, há dois cortes profundos feitos por suas garras, o sangue escorre por eles e mancha meu jeans. Tenho que esperar que se cure para poder correr, o que é um problema já que diferente dos outros vampiros eu demoro mais para me curar.
- Seria mais fácil se parasse de correr, você não vai conseguir fugir, ainda mais com a perna machucada.
Fico em pé com dificuldade mas quando tento me apoiar com a perna machucada cambaleio para trás, e tenho que me apoiar no tronco de uma árvore. Um deles corre em minha direção, e de alguma forma consigo acerta-lo com um pedaço de madeira que estava no chão, ele então vai de encontro com uma árvore. Até que eu não sou tão ruim.
Dois lobos se aproximam do que está caído, eles então se viram para mim e começam a rosnar. Um deles corre em minha direção e acaba me derrubando, sem pensar, o acerto com a madeira e ele se afasta um pouco. Ele então volta a rosnar e estava prestes a vir em minha direção. Fecho os olhos por reflexo com medo do que está por vir, nunca fui boa lutando e agora vou pagar o preço por isso.
Ouço o barulho de algo quebrando e acabo abrindo os olhos, por um momento não entendo o que está acontecendo. Há um lobo enorme de costas pra mim, ele possui uma pelagem cinza e é imenso, já o que estava vindo me atacar está a cinco metros de distância embaixo de uma árvore que foi quebrada. O lobo cinza rosna para os outros e o lobo marrom que falou comigo rosna para ele, eles então caminham um em direção ao outro enquanto os outros observam de longe. Eles parecem estar discutindo e então percebo que o lobo cinza de alguma forma está me ajudando.
Os dois lobos começam a brigar, ambos partem pra cima do outro com mordidas e arranhões, o lobo marrom acerta o lobo cinza que cai perto de mim, mas ele logo se levanta e acerta o outro fazendo com que ele acertasse uma árvore. Mas minha atenção é desviada, um dos lobos que estavam com o lobo marrom vem em minha direção, me levanto com um pouco de dificuldade na tentativa de fugir mas ele logo me alcança. Antes que ele tenha tempo de me tocar, é empurrado pelo lobo cinza.
Dito isso, o lobo cinza rosna e uiva, e os outros fogem, desaparecem pela floresta um por um. Acabo sentando no chão quando me lembro de que minha perna está sangrando e doendo pra caramba, estou me sentindo fraca, provavelmente por conta do sangue que perdi, e não foi pouco. Olho para cima e vejo o lobo cinza me encarando, ele está em minha frente a poucos centímetros de distância, ele se aproxima mais, se não fosse a minha perna já teria corrido.
Ele se deita ao meu lado, quase como se pedisse um cafuné, seus olhos vermelhos agora se suavizaram. Ele me é familiar, e seu cheiro de eucalipto confirma. É o mesmo lobo cinza daquele dia, me pergunto quem é esse lobisomem.
Levanto meu braço e toco sua pelagem com minha mão, logo começo a fazer cafuné em sua cabeça e ele fecha os olhos por um momento. Está muito longe de ser aquele lobo que estava lutando, agora muito pelo contrário, parece ser um cachorrinho fofo.
- Obrigada....- Murmuro.
Me sinto cansada, minhas pálpebras começam a pesar, mesmo lutando contra não posso fazer nada, minhas vistas ficam cada vez mais embaçadas. Meu corpo cai para trás e sinto o lobo tentando me levantar. Já estou quase curada mas ainda tem veneno de lobisomem em meu organismo, o que explica esse cansaço físico e desgaste, por sorte ele não me mordeu então vou ficar bem. O cansaço me consome, resta apenas a escuridão da perda de consciência e apago por completo.
.....................
Não sinto mais dor, apenas um pouco de cansaço, sinto alguém me carregar mas não tem barulho algum. Derrepente uma superfície macia vai de encontro com as minhas costas, segundos depois sinto uma mão fria acariciar meu rosto. Com um pouco de esforço abro os olhos lentamente, a primeira coisa que vejo é o rosto preocupado de Peter que está sentado ao meu lado na cama. Olho ao redor e percebo que estou em meu quarto.
- Anne...? Como se sente?- Ele pergunta preocupado.
- Com sede.- Digo.
Ele dá um pequeno sorriso.
- Eu fiquei preocupado...
- O que houve?- Pergunto.
- Você foi atacada por um lobo, eu estava na floresta quando senti cheiro de sangue. Foi quando vi você desmaiada, havia um lobo perto de você mas ele fugiu.
E então me lembro do que houve, não foi ele que me atacou.
- Peter... Ele não me atacou.- Falo me levantando.
- Como não? Anelise ele...
- Não foi ele, foram outros lobos, ele me ajudou...- O interrompo.
Ele me olha parecendo surpreso.
- Você bateu a cabeça? Ou ele fez algo com você?- Ele pergunta colocando a mão em minha testa e logo em seguida em minha cabeça.
- Não, eu não bati a cabeça. Ele me ajudou.
- Tem certeza?
- Claro que tenho! Lembro perfeitamente do que vi.- Digo.
- Tá bom, mas por que ele ajudou você?- Ele pergunta.
- Eu não sei.... Eu vi ele aquele dia que você me levou pra caçar, quando você me deixou sozinha e eu fiquei te esperando.- Falo me lembrando.
- Aquele dia você viu um lobo? Por que não me disse?- Ele pergunta parecendo chateado.
- É..... Eu.... Não achei que fosse importante.- Confesso.
Ele não diz nada, apenas fica em silêncio me encarando.
- Você tá bravo comigo...?- Pergunto receosa.
Observo seu rosto sem expressão por um momento, mas sua expressão logo se suaviza e ele suspira.
- Não.... O importante é que você está bem.- Peter diz.
Ele se aproxima e me puxa para seus braços, me prendendo em um abraço. Minhas mãos tocam seu abdômen rígido por cima do tecido da camisa, aproveito o momento e deposito um beijo em sua bochecha. Peter desce seu rosto e sinto sua respiração em meu pescoço, ele então deixa uma trilha de beijos até chegar a minha boca. Seus lábios tocam os meus gentilmente, é um beijo apaixonado e carinhoso como sempre. Já não me lembro mais do cansaço ou da dor que sentia, suas carícias apagam qualquer pensamento que poderia haver em minha mente. O beijo fica mais intenso, me causando falta de ar.
Nós nos separamos e Peter se levanta.
- Vou deixar você descansar, imagino que queira tomar um banho. Vou trazer um pouco de sangue pra você.- Ele diz.
- Tá bom.
Eu sorrio e ele acena, logo estou sozinha em meu quarto, o silêncio se faz presente no cômodo vazio, me levanto da cama e vou em direção ao banheiro. Tiro as roupas manchadas de sangue e jogo em um canto qualquer, ligo o chuveiro depois de prender o cabelo em um coque.
A água quente escorre pelo meu corpo, o vapor e o calor da água tiram toda minha tensão, relaxam todo meu corpo, os vestígios de sangue somem rapidamente, é como se eu nunca tivesse sofrido um arranhão sequer.
Mesmo já estando mais calma, minha cabeça está uma bagunça, não entendo porque aqueles lobos estavam atrás de mim. Viktoria ele disse... Será que me confundiram com alguém? Talvez seja isso. Mas esse nome não me é estranho, tenho certeza de que já ouvi alguém o pronunciando. Me pergunto também sobre que ritual ele falou, não parece ser boa coisa.
Desligo o chuveiro e coloco o roupão, saio do banheiro distraída, quando olho para a escrivaninha onde estão aquele colar e a pasta com aqueles desenhos, algo me incomoda mas não sei o que é. Volto a atenção para minha cama, e em seguida para o criado mudo, mais especificamente para o porta retrato ao lado do abajur lilás.
Caminho até lá e o seguro em minhas mãos, observo a foto atentamente, olho para a mulher bonita e logo em seguida para a adorável garotinha ao lado dela. Me lembro então que Viktor havia me dito seus nomes, Viktoria e Corinne Bartholy. Os lobos provavelmente me confundiram com ela, a filha do Viktor, é a única explicação plausível, não consigo pensar em outra coisa, não deve ter outro motivo.
Derrepente escuto ruídos vindo lá de fora, começo a prestar atenção e noto que parece ter algo arranhando a parede. Deixo o porta retrato em cima do criado mudo onde estava, e ouço um uivo que me faz olhar para a janela. Caminho até a varanda apressadamente, abro as cortinas e as portas de vidro logo em seguida, saio pra fora e ando até a ponta, ficando escorada no encosto de mármore. A luz da Lua é a única coisa que ilumina o jardim lá baixo, olho atentamente até que vejo dois olhos brilhantes me encarando lá em baixo. Presto atenção até conseguir ver a silhueta familiar.
Ele uiva novamente como se esperasse uma resposta.
- Eu estou bem.- Digo.
Ele então começa a abanar o rabo e mostrar a língua, me fazendo rir.
- Você parece um cachorrinho...- Digo entre os risos.
Ele continua brincando quando vê que eu comecei a rir.
- Escuta.... Eu gostaria de saber quem você é....- Confesso.
Ele então me olha com seus olhos vermelhos brilhantes.
- Se você não se importar claro...- Digo.
O lobo cinza continua me olhando, não sei dizer se ele está bravo ou não.
- Ainda não.- O ouço dizer e então ele corre pra longe.
- Espera!- O chamo mas ele não me escuta, ou simplesmente me ignora.
A voz dele.... Acho que já a ouvi, mas onde?
- Anne?- Peter me chama.
Olho para trás e logo o vejo se aproximar da porta da varanda.
- O que faz aqui fora? Eu não mandei você descansar?- Ele pergunta já em minha frente.
- Eu... Vim tomar um ar.
Ele passa a mão no cabelo e me olha gentilmente.
- Vem, é melhor entrar.- Ele diz pegando minha mão.
Peter me leva pra dentro e fecha a porta, eu caminho e me sento na beirada da cama.
- Trouxe uma bolsa de sangue pra você.- Ele fala apontando para o criado mudo.
- Gentileza sua...- Digo.
Ele sorri e vem se sentar ao meu lado. Ainda bem que ele não viu o lobo, não quero que ele fique preocupado, mas mesmo assim sinto que logo terei que dizer o que anda acontecendo comigo, não deve haver segredos em um relacionamento, e também não quero esconder isso dele, além disso, preciso conversar com alguém antes que fique maluca. Tenho certeza de que ele é a pessoa certa para me ajudar, sinto que posso confiar cegamente nele.
Mas não agora, estou cansada, por sorte o veneno de lobisomem já saiu do meu organismo então não estou totalmente esgotada como antes de desmaiar. Vou falar com ele amanhã. Já me decidi.Até o próximo! 🤗😘
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Uma Bartholy?
FanfictionDesde que nasceu, Anelise nunca foi uma garota normal, via e ouvia o que ninguém mais podia. Quando seus pais morreram anos atrás, foi transformada em vampira junto com seus irmãos, mas por obra do destino se viu sozinha por causa de desentendimento...