Cap 42 - Do sonho a realidade.

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Boa leitura!!!

Anelise on

   Se passou alguns dias desde que tive aquele pesadelo, ele passou a fazer parte das minhas noites, sempre me assombrando. Ás vezes vejo uma parte do que aconteceu depois, e as cenas seguintes são assustadoras, são imagens tão reais que acho que realmente vivenciei aquilo, sempre acordo chorando e tremendo assustada. 

   Mas há algumas exceções, algumas noites sonho com outros momentos, momentos felizes. Sonho com um rapaz que fica me cortejando, ele é realmente maravilhoso, parecemos dois apaixonados. Às vezes também sonho com Viktor, é sempre um pouco perturbador, é estranho vê-lo me tratando com carinho, como se fosse meu pai.

   Gostaria muito de poder esquecer tudo isso, mas quanto mais eu ignoro mais isso vem a tona. Observo os objetivos na mesa a minha frente, tem um livro e uma pequena caixa guardando aquele pingente, todos dados pelo Viktor. Todos estranhamente familiares.

   Olho para o relógio na parede da biblioteca, minha próxima aula começa em exatos vinte minutos. Guardo meus pertences na bolsa e me levanto, preciso pegar um livro antes da próxima aula. Ando entre as estantes indo em direção as prateleiras dedicadas a arte contemporânea. Logo o encontro entre os outros, o pego e volto por onde vim.

   Observo o livro em minha mão enquanto caminho, quando volto a olhar o caminho a frente, viro a direita e me surpreendo ao encontrá-los aqui. Lian e Brenda se encaravam de forma estranha, como se algo tivesse acontecido. Eles estão próximos um do outro, quando me viram pareceram ter tomado um susto, ambos se afastaram um do outro rapidamente como duas crianças que estavam aprontando. 

- Vocês estão bem?- Ouso perguntar.

- Claro, por que não estaria?- Lian pergunta.

- Eu não sei... Vocês estão estranhos....

- Está tudo bem, não aconteceu nada eu.... Eu tenho que ir.- Brenda diz.

   Ela sai apressadamente deixando Lian e eu sozinhos.

- O que foi isso?- Pergunto para mim mesma.

   Então olho para Lian que olha por onde Brenda saiu.

- Eu também já vou...- Ele diz.

   Antes que eu tenha tempo de dizer qualquer coisa ele some me deixando desnorteada. Fico um tempo ali parada, eles estavam muito estranhos, parecia que tinha acontecido algo, e aparentemente eu atrapalhei alguma coisa importante sem querer. 

- Anne?- Estava perdida em pensamentos, só notei a aproximação de Peter quando ele colocou uma mão em meu ombro.

- O que?- Pergunto.

- Você está bem?

- Sim...

- Tem certeza?- Ele insiste. 

- Sim não se preocupe. 

   Ele sorri, sua mão deixa meu ombro e segura minha mão.

- Você tem aula agora?- Peter pergunta.

- Tinha me esquecido.... Eu preciso ir.- Olho novamente para o relógio, vejo que ainda tenho dez minutos e relaxo. Posso chegar lá em dois segundos de qualquer forma. 

- Então eu te acompanho.- Ele diz.

- Tudo bem mas... Você não tem aula agora?

- Tenho um horário vago, uso ele pra ficar na sala de musica ensaiando ou lendo aqui na biblioteca.- Ele me olha.- E no resto da semana uso ele pra ficar com você quando você tem o seu.

- Então vou adorar que você me acompanhe.- Digo sorrindo.

   Peter então me leva para fora da biblioteca, alguns alunos nos direcionam olhares maldosos no corredor, ficam sussurrando coisas absurdas sobre nós dois. "Olha lá os Bartholys". "Que pouca vergonha". "Até incesto eles praticam". É tão desagradável ouvir isso.

- Não ligue para eles.... Você sabe que nada do que eles falam é verdade.- Peter diz.

- Eu sei.... Mas é desagradável.- Falo.

- O melhor a se fazer é ignorá-los.- Ele aconselha.

- Tem razão, não preciso me estressar com isso.- Suspiro.

   Peter para de andar e se vira em minha direção ficando de frente pra mim, o que me faz parar bruscamente quase esbarrando nele.

- O que foi?- Pergunto sem entender.

- Vou dar um motivo para eles falarem.- Ele responde.

   Antes que eu possa dizer qualquer coisa, Peter segura minha cintura me aproximando dele e quando percebo já estamos nos beijando. Passo os braços ao redor do seu pescoço tomando cuidado para não deixar o livro que estou segurando cair, ele me aperta mais contra seu corpo, me esqueço de tudo e todos ao meu redor enquanto nos beijamos de forma posseciva.

   Abro os olhos lentamente quando nos separamos, encontro seu olhar gentil me encarando e um pequeno sorriso brincalhão em seus lábios.

- Você ainda quer ir pra aula? Nós podemos passar um tempo juntos....

   Eu sorrio.

- É uma proposta muito tentadora.- Digo de forma brincalhona.

- Então você aceita?- Ele pergunta sorrindo.

- Não tenho como recusar.- Sussurro próximo ao seu ouvido.

   Peter me olha por um momento e me puxa pelo corredor, tendo em vista o caminho que tomamos, sei que estamos indo até a saída do prédio. Não quero pensar em mais nada, vou passar o dia ao lado de Peter e não vou deixar nada estragar esse pequeno momento de felicidade.

Anelise off

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Autora on

   Anelise se encontrava sentada no gramado do parque, logo abaixo de uma grande árvore que lhe proporcionava um abrigo contra os raios do Sol de verão. Havia passado a maior parte do dia ali com Peter, até o momento em que ele pediu que ela lhe espera-se por um momento, ele se levantou e foi a procura de algo para ela comer, a hora do almoço já passou havia tempos.

   Anelise observava as crianças correndo e brincando no playground, algumas pessoas passeiam com seus cachorros, outras correm e se exercitam e alguns casais simplesmente se abraçam. Peter e ela escolheram um lugar afastado para ficar, ninguém prestava atenção neles, as pessoas ao redor estavam ocupadas demais para reparar em mais um casal de jovens.

   Um latido próximo a ela atrai seu olhar, é quando um frisbee cai ao seu lado, um cachorro para de correr e a olha abanando o rabo, ela sorri e estende a mão para toca-lo, ele se aproxima mais e recebe o carinho de bom grado, logo ele se encontra em cima dela tentando lamber seu rosto, o que arranca varias gargalhadas de Anelise. 

- Calma garoto.- Ela diz rindo. 

   A garota pega o frisbee e o levanta, quando ela o balança no alto ele salta tentando pegá-lo.

- Você é tão fofo....- Ela comenta.  

- É femeá...-  Uma voz diz. 

   No mesmo instante o frisbee em sua mão cai, seu corpo fica tenso e um arrepio atravessa sua espinha, o medo rapidamente a consome. É a mesma voz; ela pensa. A mesma voz que assombrou suas noites nos últimos dias, o mesmo tom frio e calculista encoberto por uma falsa gentileza, o mesmo que ele usou quando enfiou uma faca em seu peito dentro de seus sonhos. Ela olha na direção em que a voz veio num ato de coragem, então o encontra a observando. 

   O estranho está diferente, mas não ao ponto dela não reconhece-lo, apesar das roupas modernas e aparência comum ela sabe que é ele. O mesmo homem de seu pesadelo. 

   Me desculpem pela demora do capítulo, eu estou tendo problemas com a minha internet, mas vou fazer o possível pra postar o próximo na terça.    

   Espero que tenham gostado do cap. 





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