Cap 29 - Chega de brigas?

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Desculpem a demora pra postar.😓
Boa leitura!😊

Anelise on
   Se passam alguns minutos, tomo coragem e me levanto, respiro fundo e destranco a porta.....
   Quando abro a porta não vejo ninguém no corredor, olho para os dois lados relutante em procurá-lo, tomo coragem e me dirijo para seu quarto. Caminho devagar, mal consigo raciocinar. Paro em frente a porta do quarto de Peter, ela está entreaberta, olho para dentro e o vejo sentado em frente ao piano olhando para o nada.
   É agora ou nunca.
   Empurro a porta para entrar e ele se vira em minha direção, eu dou alguns passos para de dentro mas logo paro, olho pra baixo me perguntando se foi uma boa idéia ter vindo. Peter se levanta e caminha em minha direção, olho pra cima e o vejo parado em minha frente.
   Independente de tudo que aconteceu eu não quero ficar brigada com ele, eu estou magoada e somente ele pode me ajudar, eu confiei e acreditei nele o suficiente para me esquecer da dor de perder Matteo, e agora irrevogavelmente tenho medo de perde-lo, tenho medo da dor que vou sentir.
   Quase que instintivamente nos abraçamos na mesma hora. Passo meus braços ao redor de sua cintura, seus braços me envolvem em seu aperto possessivo, meu rosto descansa na dobra de seu pescoço, seu cheiro é inebriante, me acalma de uma forma inexplicável. Ficamos assim por vários minutos, sem dizer nada, apenas aproveitando a presença um do outro.
   Depois de um tempo nos separamos, mas continuamos próximos o bastante para Peter que segurasse meu rosto com as mãos, ele secou todas as lágrimas que teimaram cair, afagava minhas bochechas e me olhava com doçura.
- Me desculpe ter gritado com você.... Eu fui um idiota...- Ele diz.
   Ele deposita um beijo na minha cabeça.
- E também por ficar nervoso agora... E por deixar você pensar que eu te trocaria pela Dorothy....
- Tudo bem.... Acho que eu exagerei....
   Acho que fui muito dramática, ainda mais se tratando de uma primeira briga, imagina só as próximas....
- E me desculpa por pensar que você e o Lian tinham alguma coisa... Eu.... Perdi a cabeça.- Ele confessa, coloca as mãos em minha cintura e sinto sua respiração fria em meu pescoço, me causando arrepios.
   Eu balanço a cabeça em sinal de positivo.
- Me desculpa por te ignorar o dia todo? Eu estava brava...- Digo.
- Só se você não fizer mais....
- Como é que é?- Pergunto divertida.
   Eu vou perdoar ele e ele só me perdoa se eu prometer não fazer de novo? Palhaçada isso.
   Sinto um sorriso se formar em seus lábios que pressionam meu pescoço.
- Eu fiquei preocupado com você.... Nunca mais ignore as minhas ligações.- Ele diz e me olha sério.
- E você nunca mais duvide de mim. Nem me troque por aquela gótica oxigenada.- Digo em tom de ameaça.
   Ele sorri.
- Se te cerve de consolo, eu não parei de pensar em você por um segundo, nem quando estava ensaiando com ela.
   Cruzo os braços, levanto as sombrancelhas e desvio o olhar fingindo não acreditar.
- É sério....- Ele diz.
   Quando percebe que não vou olhar pra ele, Peter coloca a mão em meu queixo e levanta meu rosto, fazendo com que encare seus lindos olhos verdes. Ele se aproxima e junta nossos lábios em um beijo apaixonado. Suas mãos me trazem para mais perto, passo meus braços ao redor do seu pescoço no momento em que o beijo se intensifica e o sinto apertar minha cintura. Paramos apenas quando a falta de ar se faz presente.
- Você não tem idéia do quanto eu amo você....- Ele susurra em meu ouvido.
   Sua declaração me surpreende, não esperava ela. É a primeira vez que ele diz isso, meu coração bate cada vez mais rápido.
- Eu...
- Não precisa dizer nada se não estiver pronta, eu só.... Queria que soubesse. Você foi a melhor coisa que já me aconteceu, depois que fui transformado pensei que nunca mais seria feliz. E então você apareceu, chegou com o Sol, tão natural...- Ele diz e tira uma mecha de cabelo do meu rosto.
- Peter...
   O puxo para mais perto e selo nossos lábios, o beijo de uma forma diferente, de uma forma intensa, necessitada, como se precisasse dele pra viver. Peter corresponde na mesma intensidade, ambos ofegantes, é maravilhosa a sensação de nossos corpos juntos, a tempos não sentia isso, essa euforia, esse desejo por alguém.
- É melhor irmos dormir.... A menos que queira matar aula amanhã....- Ele diz partindo o beijo.
   Ahh amanhã tem prova de história da arte...
- Tem razão...- Digo desanimada.- Eu preciso de um banho... E de um pijama confortável.
   Me afasto um pouco dele com a intenção de me despedir e ele levanta uma sombrancelha parecendo confuso.
- Boa noite....- Falo beijando sua bochecha e me afastando.
- Onde pensa que vai?- Ele pergunta aparecendo em minha frente quando me viro para a porta.
- Pro meu quarto?
   Ele balança a cabeça.
- Mas...
- Você vai ficar aqui.... Comigo...- Ele diz.
   Eu o olho confusa.
- Pode usar o meu banheiro, eu te empresto uma roupa minha e você dorme aqui comigo.- Diz ele.
   Fico surpresa com sua proposta, ela parece ser irrecusável mas não tenho certeza se devo.
- Eu não sei....- Digo.
- Por favor.... Juro que não vou fazer nada.
   Ele então sorri.
- A menos que você não queira, claro.
   Arregalo os olhos evidentemente surpresa, desde quando ele ficou tão safado?
Anelise off
Lian on
   Depois que tirei Brenda da festa, a levei para o carro e ela apagou. Como pensei que seus pais pudessem brigar com ela se chegasse em casa nesse estado, a trouxe para minha casa e mandei uma mensagem para sua mãe pelo seu celular, disse apenas que ela dormiria na casa da Anelise. O que não é uma mentira.
   A peguei no colo e a levei para o quarto da Anelise, acho que ela não vai se importar. A coloco deitada na cama e a ouço resmungar alguma coisa, sorrio ao ver como ela fica adorável enquanto dorme, nada de reclamações, sarcasmos, caras feias, apenas ela e simplesmente ela.
   Me sento em uma poltrona ao lado da cama. Queria saber como me apaixonei por ela, talvez tenha sido seu jeito simples de ver as coisas, ou seu lado que me faz rir, o lado desajeitado que a faz conseguir atropeçar em seus próprios pés em uma superfície plana, talvez seu lado teimoso e rebelde, ou simplesmente seu lindo sorriso, sua maneira divertida de me olhar. Há tantas qualidades e defeitos que eu adoro.
- Lian.
   Olho para a porta e vejo Amélia intercalando o olhar entre Brenda e eu.
- É amiga da Anelise certo? O que faz aqui?
- Nós fomos em uma festa... Ela bebeu demais....- Digo.
- E você a trouxe aqui porque....?
   Não respondo e ela me olha curiosa, derrepente seus lábios se abrem em um sorriso.
- Apenas se comporte.- Ela diz sorrindo e sai.
   Depois alguns minutos resolvo ir dormir, amanhã tem aula e vai ser um dia cheio, me levanto e saio do quarto, fecho a porta depois de me certificar que ela ainda dorme, caminho pelo corretor e entro em meu quarto. Tiro os sapatos e também as roupas, fico apenas com a cueca, pego a calça do pijama e a coloco, logo após isso, me jogo na cama. Algumas horas de sono podem fazer bem.
   O tempo passa, quando estou quase sendo consumido pelo sono ouço ruídos no corredor, me levanto e presto atenção no barulho então percebo que são passos. Abro a porta do quarto e olho para os dois lados do corredor, ouço as batidas do coração de alguém vindo do corredor ao lado, juntamente com o cheiro da Brenda. Ela acordou. Uso minha velocidade e paro atrás dela, quando sente minha presença, virá para trás e da um pulo.
- Que susto!- Ela diz colocando a mão no peito.
- Me desculpe, não foi minha intenção.
   Ela simplesmente olha ao redor.
- Onde eu estou?- Ela pergunta.
- Na minha casa.
   Ela arregala os olhos.
- E por que me trouxe aqui?- Ela pergunta.
- Porque estava bêbada. Tenho certeza que seus pais te dariam uma bronca.- Respondo.
- Ah... Minha cabeça...
- Você quer alguma coisa? Um chá?- Pergunto.
- Não, prefiro voltar a dormir. Mas na minha casa.- Ela diz se virando.
   Seguro seu braço a fazendo parar.
- Acha que eu vou deixar você sair no meio da noite? E sozinha?
- Me solta! Você não manda em mim.- Ela diz se perdendo com as palavras.
   Ainda está bêbada.
- Não mas Anelise me mataria se eu te deixasse sozinha nesse estado.
   Em meio aos protestos, a puxo de volta para o quarto de Anelise.
- Eu quero ir embora.- Ela diz emburrada.
- Amanhã você vai, agora vai dormir.
- Não! Eu quero ir pra casa...
   Suspiro cansado, vou até a porta e a tranco, pego a chave e guardo no meu bolso.
- O que está fazendo?- Ela pergunta.
- Vou ficar aqui até você dormir.- Digo sorrindo e me deito na beirada da cama.
- É piada né?
- Claro que não é....
   Me interrompo quando sua mão tenta alcançar a chave em meu bolso, seguro seu braço e ela tenta novamente, quando percebo estou embaixo do seu corpo segurando seus braços. A viro na cama e fico por cima, minhas mãos seguram seus braços a cima da cabeça como se fossem algemas. Ela me olha surpresa mas seus protestos cessaram, tento olhar em seus olhos mas só consigo fitar sua boca que está apenas a alguns centímetros de distância.
   Me aproximo mais, sem pensar direito colo nossos lábios. Ela fica paralisada mas logo corresponde, é um beijo calmo e apaixonado, nunca pensei que seria tão bom  tê-la em meus braços. Solto suas mãos e ela envolve seus braços em meu pescoço me puxando para mais perto, não consigo pensar em mais nada além de nossa proximidade.
   O gosto do batom e do álcool em sua boca me trazem de volta a realidade, me lembram do estado em que ela se encontra. Me afasto abruptamente dela ficando em pé, ela me olha desnorteada, passo a mão no cabelo e saio rapidamente do quarto. Nunca poderia fazer nada com ela bêbada isso não é certo, seria um ato horrendo e irredutível de minha parte. Como ela olharia pra mim se as coisas saíssem do controle? Se ela achasse que fiz algo com ela? Ou pior, visse minha outra face? Os olhos vermelhos que transparecem fúria sedentos por sangue, minhas presas ameaçadoras...
   A deixo sozinha e sumo pelos corredores da mansão, preciso esfriar a cabeça.
                         ......................
   Já é de manhã e eu acabo de me arrumar, passei o resto da madrugada correndo por aí. Saio do quarto e caminho até o quarto da Anelise me surpreendendo por estar vazio, ouço vozes na sala de jantar. Brenda e Amélia estão conversando. Uso minha velocidade e vejo as duas sentadas a mesa.
- Bom dia querido.- Amélia diz sorrindo.
- Bom dia.... Senhoritas...- Digo me sentando ao lado de Amélia.
- Bom dia...- Brenda diz quase em um sussurro.
- Bom meninos eu vou indo, preciso resolver alguns assuntos.- Amélia diz se levantando.
   Eu aceno e Brenda sorri gentilmente.
- Se comportem.- Ela diz e some pelos corredores.
   Brenda continua tomando seu café, eu mal a olho depois do que aconteceu ontem. Depois de alguns minutos no meio desse silêncio constrangedor, levanto o olhar e a observo, ela está com o uniforme da universidade, provavelmente da Anelise.
- Não vai comer?- Ela pergunta.
- Não costumo comer de manhã...- Respondo.
   Ela continua em silêncio e isso me deixa nervoso.
- Escuta... Sobre ontem...
- Não precisa me explicar nada, Amélia me disse que você me trouxe bêbada... Como eu não lembrava de tudo que aconteceu ontem ela me explicou.- Ela diz calmamente.
- Espera então.... Você não se lembra de ontem? Do que aconteceu...?
- Não.... Lembro apenas que fomos para a festa, e que você me trouxe pra cá, apenas isso. Por que?
- Não, nada apenas curiosidade.- Digo simplesmente.
   Não consigo descrever o quanto me sinto aliviado por ela não se lembrar, e ao mesmo tempo sinto um certo incômodo, algo como um pequeno aborrecimento por ela não se lembrar, o que é contraditório dado ao meu alívio.
- Coma logo, precisamos ir pra universidade.- Falo.
- Não começa.- Ela ameaça.
- Não comecei nada, você que demora um século pra comer.- Digo debochado.
- Como você consegue ser tão insuportável a essa hora da manhã? Você não cansa não?
   Eu sorrio de lado, já me decidi. Ela vai ser minha garota.

O que acharam? Espero que tenham gostado.🤗😘

  Uma Bartholy?Onde histórias criam vida. Descubra agora