Capítulo 131

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Pessoal, faz mais ou menos duas horas que eu postei esse capítulo, mas uma amiga acabou de me dizer que o capítulo não estava aparecendo (assim como o de ontem), então estou postando ele de novo. O Wattpad tá de birra comigo, só pode...

Boa leitura! 

Viktoria on

A aula havia chegado ao fim. Me mantive sentada em meu lugar até o anfiteatro se esvaziar. Alguns minutos depois, me levantei e caminhei até Peter que guardava suas coisas. Parei ao seu lado no mesmo instante em que ele havia se levantado. 

- Oi.- Cumprimentei sorrindo.

Ele me olhou parecendo sem jeito.

- Oi...

Eu o estava desestabilizando, deveria continuar assim, ao menos até surtir o efeito desejado.

- Vamos, vamos embora.- Disse lhe agarrando pelo braço.

- Certo...- Ele apenas concordou enquanto se deixava ser guiado por mim.

- Eu estava pensando...-Digo.- Poderia ir comigo em um lugar?- Pergunto docemente.- Todos estão ocupados e aparentemente não devemos andar por aí sozinhos...- Concluo.

- Eu acho que sim...- Ele responde parecendo contrariado.

- Perfeito.- Digo sorrindo. 

Era apenas uma questão de tempo até que ele recuperasse a memória, mas até lá, não poderia perdê-lo. Deveria ganhá-lo ainda mais. Vovô tem razão, duas linhas não se cruzam por acaso. Ainda que suas memórias tenham sido apagadas, os sentimentos e emoções continuam intactos, o coração não pode ser enganado. 

- Onde exatamente estamos indo?- Peter pergunta quebrando o silêncio.

- Um lugar especial que me ajuda a ter inspiração...- Respondi dando de ombros.

Estávamos próximos a mansão Bartholy, mas ao envés de seguir pela rua e virar a próxima esquina, arrastei Peter em direção a mata. Adentramos a floresta e continuamos caminhando.

- Você gostou da música?- Pergunto quebrando o silêncio.

- Sim... É linda...- Ele respondeu desviando o olhar.

Peter deixou escapar um pequeno sorriso de lado. A música era pra ele. E ele sabia perfeitamente disso.

- Obrigada.-Digo sorrindo.- Fico feliz que tenha gostado, fiz ela pra você.

Peter arregala os olhos diante da minha sinceridade, e quase tropeça em um galho. Eu dou risada desviando o olhar. Apesar de tudo, eu estava feliz, seria engraçado lembrar disso tudo quando ele recuperasse a memória. 

Parei de andar assim que avistei o início da cachoeira. Nos aproximamos um pouco mais, vi Peter observar ao redor e sorri.

- É lindo não é?

- Sim, é muito bonito.- Ele concorda.- É realmente um bom lugar para se ter inspiração...

- Eu sei.- Digo me aproximando do rio. Me sentei no gramado e coloquei minha bolsa no chão. Peter fez o mesmo, se sentando próximo a mim. 

- Posso perguntar algo?- Peter pergunta.

- É claro.

Peter desviou o olhar e passou a mão no cabelo.

- Por que está se esforçando tanto para ser gentil? Eu não entendo... Ontem eu parecia tê-la magoado e hoje é como se nada tivesse acontecido...

Lhe observei em silêncio. 

- Você não culpa de ter perdido a memória, eu estava sendo injusta... Além disso quero que se lembre de mim. De nós dois.- Digo olhando em seus olhos.- Não vou fingir que não existe nada entre nós dois, eu não posso. Ainda que não se lembre de mim eu vou estar aqui. Não importa o que aconteça.

- Por que?- Ele pergunta me encarando. 

Havia algo em sua pergunta, em seu olhar, algo que acendia ainda mais minhas esperanças.

- Porque eu te amo.- Digo simplesmente.- E nada vai mudar isso. 

Nos encaramos por alguns segundos, e novamente aquela mesma sensação, a forma que ele me olhava, tudo me fazia pensar que ele ainda se lembrava de mim, eu não poderia estar enganada. Mas ainda assim ele havia perdido a memória, isso não passava de simples devaneios e desejos impossíveis.

Peter então desviou o olhar. Tentei não parecer chateada diante disso. Mas quando me virei novamente, Peter segurava um lírio branco, que ele estendia em minha direção. Não disfarcei meu olhar surpreso. Foi exatamente aqui, nos beijamos pela primeira vez, e em seguida ele me deu essa mesma flor. Não consegui evitar sorrir, meu coração parecia ter derretido.

Quando Peter levou a flor até minha orelha onde a fixou entre os fios do meu cabelo, não consegui evitar corar.

Eme seguida desviamos o olhos, envergonhados, como se estivéssemos novamente no início da nossa história. Eu sorri observando a cachoeira.

- Pode me prometer uma coisa?- Pedi.

- O que?

- Gostaria que se afastasse de Lizabeth.- Digo sem rodeios.

Percebo seus músculos ficarem tensos.

- Não posso prometer isso, sinto muito...- Ele diz passando a mão no cabelo.

Tentei não demonstrar o quanto fiquei chateada com sua declaração.

- É melhor voltarmos.- Digo me levantando alguns minutos depois.- Me lembrei que tenho um compromisso. 

- Certo...- Peter diz se levantando também.

Caminhamos para casa em silêncio, não havia nada para ser dito. Não demorou muito para chegarmos.

- Tory, preciso falar com você um instante.- Meu pai diz assim que me vê adentrar o hall de entrada.

Apenas concordo em silencio e o sigo sem me despedir de Peter.

- Sente-se querida.- Ele indica uma das poltronas de seu escritório. Mas caminho até o pequeno sofá próximo a janela. 

Não estava com bom humor para conversar. Iria apenas ouvir e voltar para o meu quarto.

- Na próxima semana receberemos visitas.- Ele diz se sentando.

- O concelho.- Pergunto em tom afirmativo.

- Exatamente, o concelho. Por isso preciso que você me ajude a recebê-los, que se comporte e seja meus olhos e ouvidos.

Bufo.

- Não vou fazer sala para ninguém.- Digo cruzando os braços.

- Não seja precipitada, não disse que sua tarefa seria apenas essa.- Papai me interrompe.

Lhe observo com certo interesse. 

- O que eu tenho que fazer?


Espero que tenham gostado, até o próximo!

  Uma Bartholy?Onde histórias criam vida. Descubra agora