Prólogo

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"Eu sinto sua falta..."

Funguei baixinho quando senti uma lágrima escorrer, e rapidamente a seco quando ouço uma batida na porta, e ao me virar, encontro Maya encostada no batente da porta com um sorriso fraco.

Maya não é mais a Maya que eu conheço... A Maya que sempre está arrumada, com cabelos impecáveis, o rosto lindo e as roupas dos últimos lançamentos de grifes... O sorriso dela também se foi.

Agora, a Maya que eu vejo é alguém que mesmo tentando ser forte, está desistindo. Suas olheiras são enormes, sua roupa eu tenho quase certeza que são de Brad e a chuquinha no braço de laço, é da Alice.

E eu tenho culpa nisso...

— Oi. — Ela diz baixinho, fechando a porta atrás de si.

— Oi...

A observo puxar um dos puff do meu quarto até minha frente. Empurro para longe o meu caderno de anotações e a vejo me olhar com preocupação.

— Como você está?

— Não importa como eu estou, Maya, eu quero saber dela.

Maya suspira e segura minhas mãos, dando um beijo em cada uma.

— Eu me importo em como você está... Conversa comigo, por favor.

Apenas nego com a cabeça, a abaixando logo em seguida.

— Ela está bem... Nossa garotinha é forte, ela está melhorando a cada dia.

Consigo sentir o alívio em meu corpo.

— Ela perguntou de você ontem.

Levanto a cabeça novamente, vendo os olhos de Maya se encherem de lágrimas.

— O que você disse a ela?

— O que você pediu... Q-que estava fora do país por conta dos jogos, mas que quando voltar irá visita-la.

Assenti. Por mais que aquilo me destruísse, sabia que era o melhor a ser feito... Pelo menos por hora.

— Gavi... — Maya murmurou, com a voz embargada. — E-eu acho que meus pais vão leva-la para Berlim.

E aquilo me atinge como um tiro. Encaro Maya a procura de algum sinal que aquilo fosse mentira. As lágrimas em seus olhos começam a escapar desesperadamente pelo seu rosto, assim como as minhas também.

Puxo minhas mãos do aperto de Maya e as levo para meu rosto. Era minha culpa.

—  Niñito...

A voz embargada de Maya me machuca mais ainda, porém, ela não deixa de me abraçar. Ela me puxa pra ela e me abraça o mais forte que consegue enquanto molho seu moletom com as minhas lágrimas.

— M-me desculpa...

— Não foi sua culpa, Gavi, nunca foi.

Eu nunca iria me perdoar.

irrompible || pablo gaviOnde histórias criam vida. Descubra agora