"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O corredor parecia se estender por quilômetros enquanto eu andava tentando me recompor. Maya e Gavi me seguiam de perto, suas vozes sussurradas eram um murmúrio constante ao fundo. Sendo sincera, eu não sabia como eu estava de pé ainda.
Andei sem rumo até o outro banheiro. Maya e Gavi continuavam atrás de mim, e assim que eu entrei no banheiro, a Maya entrou atrás. Ela me olhou com um sorriso fraco, pegando alguns papéis toalha e molhando-os, passando em seguida no meu rosto.
— Está doendo?
— Não. — Sussurrei. — Acha que vai ficar roxo?
Maya fez uma careta, assentindo.
— Você é boa em esconder. Esconde seus chupões muito bem. — Brincou, me fazendo rir.
Só a Maya para me fazer rir em um momento daqueles.
Minha irmã estava concentrada limpando os resquícios de sangue do meu nariz e boca. Vendo-a ali, a ficha começou a cair do que eu tinha feito... Eu sabia que a Maya odiava agressão, lembro de todas as vezes em que ela brigou com o Nick e Matteo por conta disso. Há apenas alguns meses atrás, Nick e Gavi se meteram em tantas confusões também. Ela e Matteo tiveram trabalho para manterem aquilo longe da mídia, e agora... Eu saio nos tapas com a Mariah em um banheiro do estádio Olímpico.
Sai nos tapas com a pessoas mais ardilosa que eu conheço. Se Mariah não pensou duas vezes antes de espalhar para meio mundo o que tinha acontecido em Agosto de 2019, quem me garante que ela não fará o mesmo agora?
Qualquer coisa que saia na mídia sobre nós, principalmente de mim e do Gavi, pode implicar na guarda da Luna. Devemos ser "perfeitos" no olhar do Estado, os melhores pais para a Luna. Obviamente, eles nem sequer checaram a nossa condição financeira, mas eu sabia que eles estavam de olho em absolutamente tudo que envolvesse isso. Mesmo com a Maya e o tio Flávio cuidando do processo, algumas coisas não podem ser facilitadas.
— Maya... —— Disse baixinho, fazendo-a me olha rápido. — Desculpa.
— Pelo o que?
— Por isso. — Apontei para o meu rosto. — Eu sei que você nos pede para ficarmos longe de encrencas e confusões, e que odeia agressão. Nick e Gavi causaram problemas nos últimos meses e eu vi o quanto você e o Teo se esforçaram para deixa tudo longe da mídia. Eu não queria ter perdido o controle, eu juro que não queria, e se isso...
Minha irmã me empurrou até um banquinho que tinha na lateral do banheiro, me colocando sentada e segurando meus ombros. Eu sentia as lágrimas queimarem em meus olhos. Maya me olhou séria, como se pudesse enxergar a minha alma.
— Eu não quero que você me peça desculpas por isso. Você aguentou tanta merda daquela garota por meses, quase morreu pelas coisas que ela fez. Eu não me importo de colocar a cara na mídia e falar que sim, você bateu nela e se fosse eu no seu lugar, teria feito pior. Você não está errada, e por mais que eu não goste de agressões, eu teria feito a mesma coisa que você.
