Capítulo 67 - Ajuda

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Segunda-feira, 21 de agosto, 2023

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Segunda-feira, 21 de agosto, 2023

— Você pisou na bola, Gavi.

Concordei de cabeça baixa com o Brad porque claramente, ele estava mais do que certo. Já era madrugada de segunda-feira, e eu não conseguia dormir. Me revirei várias vezes na cama e até cheguei a ir ao quarto da Manu, mas ela já dormia.

Como não conseguia dormir, desci para a sala e me deparei com o Brad sentado no sofá com seu notebook. Ele sempre teve essa mania de fazer as coisas à noite, porque, segundo ele, ele funciona melhor de noite, então era comum várias vezes ele ficar até tarde acordado.

Fui até a cozinha e peguei um remédio para dor de cabeça. A Maya estava me deixando longe do alcance de remédios depois do que aconteceu nos Estados Unidos, mas como minha cabeça estava estourando e os remédios estavam separados no armário para o que serviam, não vi problema.

Não queria incomodar o Brad, então fui para a área da piscina e me sentei na borda. Não estava frio, mas ventava um pouco. Coloquei meus pés dentro da piscina e os balancei um pouco, percebendo que em segundos, lágrimas começaram a sair dos meus olhos.

Eu costumava chorar, e muito... Não tinha vergonha disso. Maya sempre me falou que eu era uma pessoa que sentia muito, e embora não parecesse, eu era sensível, e qualquer coisa me afetava e me machucava. Quando eu era pequeno, tinha a tendência de reprimir muito as minhas emoções e o que eu sentia, e obviamente, aquilo não fez bem para mim.

Guardava tanto o que eu sentia que descontava no campo. Até mesmo em treinos, eu pegava pesado com os meus colegas durante a minha adolescência. Foram diversas vezes em que meus treinadores pediram para que eu me retirasse do treino e fosse me acalmar. Eu não percebia, mas isso me atrapalhava e muito. Maya interveio cedo, e conseguimos reverter a situação quando ela disse que chorar não me fazia ser uma pessoa fraca, mas sim humano...

Aquilo funcionou até o ano de 2019, porque assim que aconteceu tudo o que aconteceu com a Manu, eu voltei a reprimir o que eu sentia... A Manu foi parar no hospital e ficou em coma por onze dias porque eu disse o que sentia... Os anos seguintes foram um inferno para mim! Subir para a equipe principal era o meu maior sonho, mas eu não estava realizando o meu sonho ao lado das pessoas que eu mais queria...

No caso, a família Azevedo Martinez.

Nesses anos, Brad me ajudou quando percebeu que eu estava saindo da linha, e surpreendentemente, a Maya também. Lembro como se fosse hoje o começo do ano passado quando ela apareceu em casa após o jogo contra o Granada, onde fui expulso. Cheguei em casa aquele dia não querendo falar com ninguém, e até bati a porta na cara da Aurora, e quando ouvi baterem na porta de novo, pensei que era ela e estava pronto para brigar... Mas era a Maya.

De alguma forma, ela sabia que eu estava fora de mim.

Desde daquele dia, ela passou a se aproximar de mim novamente e me ajudar, mas não era como antes. Eu sabia que, pelo tudo o que passamos, seria difícil termos a mesma relação de mãe e filho que tínhamos antes, mas aí, Pedri apareceu como uma luz no fim do túnel e mesmo sem perceber, ajudou que nós dois nos reaproximássemos novamente...

irrompible || pablo gaviOnde histórias criam vida. Descubra agora