"Livro 2 da série Barcelona"
Quatro anos são suficientes para curar uma ferida?
Com certeza para Gavi e Manuela, não!
Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Domingo, 20 de agosto de 2023
— Tio Gavi, acho que a tia Manu está triste.
Olhei confuso para a Alice, que me olhava esperando uma resposta minha. Estávamos sentados na borda da piscina e eu tinha a difícil missão de pintar as unhas dela.
Teríamos jogo a tarde contra o Cádiz em casa, e Alice levava a sério o fator torcedora... Ela sempre ia com a minha camiseta, combinava os laços azuis e vermelhos e às vezes vestia o uniforme completo do time. Hoje, ela havia pedido para que eu pintasse as unhas dela de azul e vermelho... O único problema, era que eu nunca tinha pintado uma unha na minha vida!
Para minha sorte, Alice estava me explicando como fazia e ficava quieta enquanto eu passava o pincel nas unhas pequenas dela. Alice era muito vaidosa, e acho que isso se deve ao fato de a Maya ser também... De fato, as duas são idênticas.
Porém, eu não estava esperando que Alice dissesse algo do tipo, e por isso, acabei borrando um pouco sua unha, recebendo um olhar repreendedor da garotinha. Alice era muito esperta e isso surpreendia não só a mim, mas como todos também. Ela e Arthur pela idade que têm, já mostram uma inteligência e esperteza que outras crianças não possuem.
E por isso, eu sabia que ela não estava mentindo.
— Por que acha isso?
— Eu ouvi o tio Nick falando com a mamãe. Ele disse que sempre que a tia Manu faz comidas gostosas, é porque está triste. — Explicou. — Tia Manu fez bastante coisas esses dias.
— Fez?
— Tio Gavi, você não viu que tinha um bolo com morangos e granulados em cima da mesa?
Alice me olhava com as sobrancelhas quase que juntas, me fazendo rir e balançar a cabeça de um lado para o outro, desacreditado que ela ia fazer sete anos.
— Não vi, princesa... Você falou com a tia Manu?
— Não. — Fez um biquinho, olhando para suas unhas, que, na minha opinião, , estavam ótimas. — Mas ontem, mamãe estava falando com ela durante o filme.
— Você ouviu?
Sabia que era errado tentar tirar informações de uma criança, mas nessa situação, sabia que Alice me perdoaria, assim como a Maya também se viesse saber disso.
— Tio Gavi, eu estava assistindo o filme! — Disse um pouco irritada. — Mamãe fala que é feio ouvir a conversa dos outros, sabia?
Olhei para ela, mais desacreditado ainda.
— Sabia, princesa.
— Mas então... Tia Manu está triste, tio Gavi. Você é o namorado dela, tem que deixá-la feliz.
Coloquei o esmalte de lado, segurando suas duas mãozinhas cheias de pulseiras e anéis, assoprando o esmalte para que secasse mais rápido enquanto eu a olhava.
