Como de costume, minha entrada na gravadora do Brad já estava liberada. A gravadora ficava em um dos maiores prédios de Barcelona e ocupava no mínimo uns cinco andares, cada um para um setor diferente.
Cumprimentei a secretaria do Brad e ela me informou que ele estava no estúdio 5. Já havia ido tantas vezes lá que sabia de cor o caminho até os corredores de estúdio.
— Oi...
— Oi Gavi! — Disse animado. — Entra aí, cara.
Brad me abraçou assim que entrei, deixando meu moletom sobre o sofá. Passei o olho rápido para ver o que ele fazia, mas obviamente não entendi nada.
Era comum o Brad sempre nos trazer para a gravadora quando éramos mais novos. A maioria não entendia nada e nem via muita graça, mas fingíamos que sim por conta da felicidade do Brad. A única pessoa que sempre demonstrou muito interesse era o Nick.
Pelo que eu sei, atualmente, o Nick até escreve algumas músicas para o Brad que são vendidas para outros artistas.
— O que está fazendo aí? — Indiquei com a cabeça.
— Não deveria te contar, mas irei. — Ele retirou um cabo. — Estou produzindo o novo hino do Barcelona.
Arregalei meus olhos surpreso. Eu sabia que eles estavam trabalhando em um novo hino, mas não imaginei que seria agora.
— Sério?!
— Escuta um pedacinho.
Brad apertou algo e os acordes começaram a ecoar pelo estúdio. Quem vê de fora talvez não perceba tanta diferença, mas quem conhece o hino e o canta há quase dez anos consegue perceber.
— Me falaram que pretendem tocá-lo no jogo contra o Atlético. O que achou?
— Você sabe que é foda. — Dei de ombros e me sentei no sofá. — Não vai te atrapalhar mesmo, né?
— Estou de boa, cara. Tranquilo mesmo. — Brad encostou na mesa à minha frente, me encarando de braços cruzados. — Mas o que tá pegando? Conheço você...
Suspirei, coçando minha cabeça.
— Ou eu tô ficando muito louco, ou abriram as portas do inferno novamente.
— Portas do inferno? — Perguntou confuso.
— Você deveria ter assistido Shadowhunters quando a Maya te recomendou.
— Não gosto de série mística ou sei lá o que é aquilo. — Fez uma careta. — O que isso tem a ver?
— Acho que vi uma pessoa que não gostaria de ter visto, muito menos aqui em Barcelona.
— Eu não sou bom de adivinha, então suponho que terei que esperar a Maya chegar pra isso. — Assenti. — Quer comer alguma coisa?
Estava mesmo com um pouco de fome...
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...