Acordar hoje sem a Alice pulando em cima de mim foi no mínimo estranho.
Alice tinha adquirido essa mania há algumas semanas, pra ser mais exato, desde que passei a morar novamente com ela e o resto do pessoal. Maya quase infartou da primeira vez que viu a Alice pulando em cima de mim logo depois da minha cirurgia, mas como a paciência do mundo, ela explicou:
"Mamãe, eu sei que o tio Gavi está dodói na perna direita. Não vou machucar ele."
Quando ela disse isso, a Maya chorou. Naquela época ela estava chorando por praticamente tudo, e até pensei em perguntar pro Brad se havia a possibilidade de ela estar grávida, mas, levando em consideração que os dois já deixaram bem claro que não queriam mais filhos, eles deveriam usar todos os métodos contraceptivos para evitar mais um casal de gêmeos.
Depois percebi que a Maya estava daquela forma por minha causa. A minha lesão e cirurgia mexeram demais com ela, e descobri também que não era só eu que pensei na possibilidade de ela estar grávida — para deixar claro.
Mas voltando...
Não acordei com a Alice pulando em cima de mim e me abraçando, contando em seguida o seu sonho e reclamando que o Arthur já estava a irritando logo de manhã. Esses meus momentos matutinos com a Lice, eram só nossos. Por conta da minha lesão, acabei ficando mais debilitado e impossibilitado de ir busca-la no ballet e sair com ela como eu fazia até alguns meses atrás, então substituímos isso por essas conversas matinais que tínhamos.
Porém, Alice não foi me acordar hoje.
Pela quantidade de remédio que estava tomando até algumas semanas, criei o péssimo hábito de ser o último a acordar. Todos deixavam com que eu dormisse o quanto eu quisesse, porque isso significava que eu não ia infartar eles tentando colocar o meu pé no chão novamente assim como eu também já fiz.
Estávamos na casa de Barceloneta, e mesmo ela sendo enorme, ainda sim conseguia ouvir as vozes do pessoal no andar debaixo. Levantei com cuidado e fui ao banheiro, me trocando e descendo em seguida. Todos estavam na cozinha, até mesmo as crianças.
A casa estava mais lotada que o normal.
— Bom dia. — Disse com voz de sono. — Vocês falam alto.
— Me agradeça... Nick queria colocar música. — Manu disse sorrindo, me dando um selinho. — Porque não me chamou?
— Estou bem, cariño, estou conseguindo me virar. — Beijei sua testa. — Cadê a Alice? Ela não foi me acordar hoje.
Aparentemente, todos estavam confusos, porque Alice não estava na cozinha, apenas a Luna e o Arthur. Maya estava perdida em seu próprio mundo, e só percebeu que esperávamos uma resposta quando olhamos pra ela.
— O que?
— A Alice... Ela não foi me acordar hoje.
— Ah sim... — Assentiu. — Ela está meio chatinha hoje. Acordou mau humorada e está na sala pintando. Não quis tomar café da manhã com o Tutu e a Luninha, deixei que ela ficasse na sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...