Quinta-feira, 18 de Abril, 2024
— Luna! Estamos atrasadas, amor, você precisa ir para a escola. — Gritei.
Agora eu entendia a Maya...
Quando eu era pequena, odiava acordar de manhã e já ter que ouvir os berros da Maya, que em sua grande maioria, era com o Matteo — depois passou a ser com o Nick quando ele começou a entrar na adolescência também.
Eu não entendia o porquê de ela gritar tanto quando o sol nem tinha nascido ainda por completo. Era ela gritando, o Matteo retrucando e eu e o Nick apenas observando. De qualquer forma, mesmo quando os gritos passaram a ser com o Nick, eu nunca fui alvo. Eu sempre estava com muito sono para aprontar alguma, e tudo o que eu mais queria fazer era dormir.
Com as doenças, o meu cansaço matinal ficou ainda maior, então, perdi as contas de quantas foram as vezes em que eu dormi na mesa do café da manhã e acordava com a Rosa me cutucando ou o Gavi me abraçando e sussurrando no meu ouvido — as vezes ele me dava beijos na bochecha, e quando começamos a namorar, eram selinhos.
Porém, se um dia eu julguei a Maya, esse alguém não era eu, era outra pessoa no meu corpo. Luna era igual eu e o Gavi pela manhã: dois preguiçosos que odiavam acordar cedo, então, para tirar aquela garotinha da cama era sofrido. Alice não tinha esse problema, já que ela era extremamente vaidosa e gostava de ir "arrumada" para a escola, mas a Luna se pudesse, ela iria de pijama.
Gavi era quem tinha a missão de acorda-la e eu de arrumar a mochila e lancheira dela. Com o Gavi sendo preguiçoso e quase não funcionando de manhã, tínhamos que acordar mais cedo até nós três estarmos acordados o suficiente para fazermos as coisas no mínimo bem feito. A rotina era um pouco complicada, mas no geral, estávamos nos acostumando e lidando bem com a ajuda do pessoal. Eu ia para a faculdade no mesmo horária que o Brad levava as crianças para a escola, a Maya saia para trabalhar e o Gavi as vezes ia para o CT, então, sempre era uma manhã agitada.
Enquanto eu terminava de preparar o lanche da Luna, ouvi passos arrastados atrás de mim. Virei-me e lá estava ela, com os cabelos desgrenhados e o pijama ainda meio amassado, segurando seu travesseiro favorito. Seus olhos pequenos e sonolentos me encaravam com uma expressão que claramente dizia: "Por que preciso acordar tão cedo?"
— Bom dia, princesa. — Eu disse com um sorriso, tentando amenizar a batalha que estava prestes a começar.
— Bom dia, mamãe... — Luna murmurou, bocejando.
— Vamos, amor, você precisa se arrumar. — Tentei ser animada, mas sabia que não seria fácil.
— Eu não quero ir pra escola hoje... — Ela respondeu, já começando a se encolher no sofá.
Suspirei. Isso era comum, e às vezes eu até entendia. Ela ainda estava se adaptando à nova rotina, e eu sabia que o Gavi também não facilitava muito quando se tratava de manhãs, ele era extremamente chato. Ele apareceu na cozinha logo depois, ainda de olhos semi-cerrados, os cabelos em desordem. Sorri para ele, porque mesmo com todo o sono, ele ainda conseguia me derreter.
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irrompible || pablo gavi
Romance"Livro 2 da série Barcelona" Quatro anos são suficientes para curar uma ferida? Com certeza para Gavi e Manuela, não! Inseparáveis desde crianças, não estavam preparados para o que a adolescência os esperava... Futebol, novas amizades, fama, problem...